Olá.
Já faz algum tempo que não escrevo matérias longas. Aqui em casa está ficando uma complicação, e os planos que eu tenho para o blog estão ficando cada dia mais minados. Mas agora pretendo aproveitar esta brecha que consegui no meu tempo.
Hoje vou novamente falar de CD. E hoje vai ser uma nova coletânea de sucessos de uma banda célebre.
Quem gosta de rock dos anos 80 já deve ter ouvido falar da banda americana Toto. Alguns de seus sucessos seguidamente tocam em blocos de flashback das rádios.
Bem. A coletânea desta banda que eu vou falar hoje, TOTO SUPER HITS (cuja capa vocês veem abaixo) não é das melhores disponíveis no mercado – explico daqui a pouco. Mas contém boa parte das mais conhecidas da banda, e é melhor que nada.
QUEM É TOTO?
A banda Toto fez algum sucesso entre os anos 70 e 80 – mas a trajetória da mesma é uma das mais conturbadas da música mundial.
A banda foi formada em Los Angeles, Califórnia, em 1977, e tinha como integrantes iniciais: David Paich (teclado / vocal / principal compositor da banda), Steve Lukather (guitarra / vocal), Bobby Kimball (vocal), Steve Porcaro (teclado), David Hungate (baixo) e Jeff Porcaro, irmão de Steve (bateria).
O primeiro disco da banda, Toto (1977), lançado pela gravadora Columbia, já estourou nas paradas graças ao single Hold the Line, na qual a banda mostrou a que veio. Os dois discos seguintes, Hydra (1979) e Turn Back (1981) tiveram sucesso moderado – a banda já começou a enfrentar problemas nessa época. Mas o Toto só voltaria às paradas de sucessos com o quarto álbum, Toto IV (1982), que trazia os sucessos do ano, Rosanna e Africa. Esse disco rendeu ao Toto seis troféus Grammy, incluindo o de Disco do Ano.
À época da gravação do quinto disco, Isolation (1984), a banda sofre sua primeira baixa: sai David Hungate, que é substituído pelo terceiro irmão dos Porcaro, Mike. E, um pouco depois, durante a turnê do novo disco, Kimball é substituído por Fergie Frederiksen nos vocais.
Em 1986, o disco Fahrenheit trazia um novo sucesso: I’ll Be Over You. E, em 1990, saía a primeira coletânea de sucessos, Past to Present 1977-1990.
Mas o mais duro golpe sofrido pela banda foi a morte de Jeff Porcaro, em 1992. Ele é substituído na bateria por Simon Phillips.
Mesmo com tantas mudanças na formação, o Toto garantiu, nos anos 90, mais alguns discos – King of Desire (1992), Tambu (1995) e Mindfields (1999, disco que marca o breve retorno de Kimball depois de anos de afastamento).
Quando a banda anunciou o seu encerramento de carreira, em 2008, ela contava com a seguinte formação: Steve Lukather (guitarra / vocal / teclado), David Paich (teclado / vocal), Simon Phillips (bateria), Nathan East (baixo), Steve Porcaro (teclado) e Joseph Williams (vocal).
A COLETÂNEA
O Toto, quando iniciou a carreira, fazia um rock mais sólido, onde ficavam evidentes os floreios de guitarra. Mas dá para se dizer que o estilo da banda foi marcado pelas diversas variações de estilo, conforme os integrantes que entravam ou saíam, gravando tanto músicas de rock mais sólido como baladas românticas de batidas ou mais rápida, ou mais lenta. Nos anos 80, o Toto eram campeão de críticas positivas quanto aos seus discos.
Esta coletânea, SUPER HITS, foi lançada pela Columbia / Legacy / Sony Music em 2001. E ela não é das melhores coletâneas disponíveis no mercado por conta da limitação de conteúdo: apenas DEZ músicas!
Numa coletânea de sucessos, dependendo do artista, às vezes dez músicas não são suficientes para esquadrinhar toda uma carreira – ainda mais se, entre essas dez músicas, pelo menos um grande sucesso estiver faltando. É justamente esse o caso. Já explico.
As dez músicas não aparecem em ordem cronológica no disco.
A primeira é justamente o primeiro grande sucesso, Hold the Line, do disco Toto, um rock bastante sólido, marcado pelos emocionantes floreios de guitarra e de piano. Do mesmo disco, veio a dançante faixa 4, Georgy Porgy.
As faixas 2 e 3, respectivamente os grandes sucessos Rosanna e Africa, saíram do disco Toto IV. Rosanna é uma balada de andamento rápido e inigualável. Já Africa se caracteriza pela batida que lembra ritmos africanos, misturados aos floreios de teclado. Muito bom.
Do terceiro disco, Turn Back, saiu a faixa 5, Live for Today, um rock tão sólido quanto Hold the Line – e uma balada de andamento rápido emocionante, que cai bem num dia-a-dia agitado.
Do segundo disco, Hydra, saíram as faixas 6 e 8, respectivamente 99 e St. George and the Dragon. 99 é uma balada movida a piano emocionante. E St. George and the Dragon é épica, mas uma faixa que pode não agradar a todos.
Do sexto disco, Fahrenheit, saíram as faixas 7 e 10, respectivamente Without Your Love e o sucesso I’ll Be Over You. Without Your Love é uma balada romântica poderosa (o solo final de guitarra é espetacular); e I’ll Be Over You é ótima para se ouvir em um final de tarde com sol, vendo o crepúsculo por trás dos prédios da cidade.
E, finalmente, do quinto disco, Isolation, vem a faixa 9, justamente a faixa-título, Isolation, uma balada de andamento rápido, que quebra o sentimento de calmaria das faixas anteriores, Without Your Love e St George and the Dragon.
Essa colocação aleatória das faixas proporciona esse efeito: de repente, ao fim de uma balada lenta, a calma proporcionada ser quebrada por uma faixa de andamento rápido e guitarras roncando desesperadas por se fazerem ouvir, disputando a atenção com a bateria e os teclados.
Mas alguns fãs podem estranhar a falta de algumas faixas proeminentes, como a belíssima Lea, uma das que mais tem tocado nas rádios, junto com Africa. Mas, como foi dito no início, melhor do que nada.
Pena que o Toto tenha terminado. As novas gerações podem aprender com ela como se faz música de qualidade, e com versatilidade.
DOS ARQUIVOS
Como ilustração de hoje, hoje tiro uma ilustração musical dos arquivos.
Quando comprei este disco do Toto, em Santa Maria, eu ainda cursava a faculdade de História – mas tinha também por passatempo obter, por compra ou por troca, livros didáticos antigos de História e de inglês.
Os livros de inglês talvez sejam os primeiros livros didáticos a receberem, em suas ilustrações, a plena influência das histórias em quadrinhos. Basta observar alguns exemplares de livros publicados entre os anos 70 e 80 para perceber a utilização do estilo das HQ para facilitar o estudo das crianças de então.
Você, leitor com mais de 30 anos, que fazia o Ensino Fundamental ou Médio entre os anos 70 ou 80, já deve ter topado com esta coleção que vocês vêem abaixo, Isto é Inglês, escrito por Zena Collins, ilustrado por Eduardo C. Pereira e lançado pelo IBEP por volta de 1975.
O que eu achei interessante nessa coleção são os capítulos interligados pelos personagens, os irmãos Bob, June, May e Bill, que viviam diversas situações. Tudo interligado por aquele inglês para iniciantes, ingênuo, de frases repetidas, indo do básico (“the book is on the table”, etc.) ao mais avançado (“the beach is full of people”, etc.).
Pois bem. Foi por causa da banda na capa que, treiando o traço, fiz esta ilustrinha descontraída da banda Mad Guys Show, formada por Bob (guitarra), June (teclado), May (pandeiros) e Bill (bateria). Uma bandinha de rock bem Hanna-Barbera. Eram os anos 70!
De todo modo, foi bom desenterrar esta imagem dos arquivos, e constatar o quanto meu traço é diferente nos dias de hoje...
Até mais!
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