sexta-feira, 17 de agosto de 2012

BOLINHA ESPECIAL - o menino-aranha ou o detetive menos competente do mundo

Olá.

Nesta primeira quinzena de agosto, a editora Pixel Media, selo do grupo Ediouro, praticamente enlouqueceu!!! Ela acaba de largar, na última semana, um lote de ótimas revistas de quadrinhos clássicos! Felizes somos nós, os apreciadores de quadrinhos clássicos.
Além da versão clássica da Luluzinha e do Bolinha, já estão nas bancas o novo gibi do Popeye e os gibis do Gasparzinho e do Riquinho! Mas desses quadrinhos todos, vou falar depois. A prioridade, nesse momento, é falar de mais uma edição especial do gibi clássico do Bolinha.
Esta semana, chegou nas bancas o segundo especial do Bolinha, tendo como foco, desta vez, os casos do detetive Aranha.

Quem acompanha o gibi clássico, conhece o Aranha, o alter-ego detetivesco do Bolinha. Ou, pelo menos, a tentativa de Bolinha se consagrar, desde pequeno, como detetive. Ele justifica o codinome: “O Aranha tece sua teia para pegar sua presa desprevenida”. E seu pior inimigo, ou pelo menos ele assim o considera, é o Seu Jorge, o pai da Luluzinha. Geralmente, os casos investigados pelo Aranha são coisinhas sem muita importância, mas das quais Lulu é acusada injustamente pela mãe. E o Bolinha, que sempre chega à casa da Lulu trajando um disfarce nada a ver, após alguns minutos de investigação geralmente sempre consegue provar a culpa do Seu Jorge nos pequenos delitos. Isso quando o culpado não é o próprio Bolinha. As investigações do Aranha quase sempre transcorrem assim, sempre no ambiente da casa da Lulu. Às vezes, são os amigos do Bolinha que solicitam os “serviços” do Aranha. E, na fase das investigações, Lulu, comumente, costuma se mostrar muito mais competente que o próprio Bolinha.
E o Aranha já investigou tantos casos similares que, mesmo antes da investigação começar, já acusa Seu Jorge dos “crimes”. E tem a opinião de que ele já deveria estar na cadeia (isso, num tempo em que a ideia geral era mesmo a de que lugar de “bandido” é na cadeia, e a frase “o crime não compensa” não soava ingênua). De certo modo, o Aranha pode ser tomado como um recado para os pais que cometem pequenos crimes, como um objeto quebrado, uma sujeira vinda não se sabe onde ou um estrago qualquer, e dão um jeito de jogar a culpa nas crianças, já que a elas tradicionalmente cabem o papel de autoras da bagunça – mesmo quando elas são inocentes.
Ah, sim: poucos fãs da Luluzinha podem não lembrar, mas ela própria não ficava atrás do Bolinha no quesito detetive: ela mesma já teve um alter-ego detetivesco, a Joaninha. Ela também se traveste como tal – uma fantasia de joaninha, com asas e uma máscara – e faz investigações, e o culpado dos “crimes” costuma ser, numa inversão de papéis cômica, o Senhor França, o pai do Bolinha. Ah: a Joaninha mostra ser mais competente que o Aranha, mesmo quando os dois trabalhavam juntos.
As recentes aventuras da Luluzinha Adolescente, produzidas no Brasil, também investem em um tom detetivesco, mas as investigações geralmente sempre são feitas pela Lulu, enquanto – até onde sei, afinal parei de comprar o gibi Luluzinha Teen – o Bolinha, ocupado demais com sua banda de garagem, nunca mais assumiu o alter-ego de Aranha. Mas seria muito interessante ver o Bolinha atuando como detetive de novo, na versão adolescente.
Bem. Já há algum tempo, desde que a personagem voltou às bancas brasileiras, que tem saído nos gibis normais histórias com o Aranha. A edição especial lançada este mês traz seis casos “clássicos” e inéditos na coleção do detetive-mirim. E os escolhidos dos “arquivos secretos do Aranha” para integrar a edição foram: O caso da peruca desaparecida, O aranha investigando o desaparecimento dos cabelos de uma boneca – ele usa, nessa história, três disfarces diferentes, e a culpa no fim não é do Seu Jorge; O Caso das Pichações Misteriosas, o Aranha investigando a autoria de frases (até então) mentirosas nas paredes da cidade inteira; O Creme Não Compensa, o Aranha investigando o desaparecimento de um pote de creme facial; O Caso do Pincel de Barba Despelado, o Aranha desta vez acusando a mãe da Lulu do referido crime; A Casa de Bonecas Assombrada, a investigação do Aranha se processando à noite, embaixo da cama da Lulu, e secretamente (em relação à versão original, esta história ganhou uma nova diagramação dos quadrinhos); e O Caso da Gata Doente fecha a edição, na investigação de uma tentativa de “gaticídio” não-intencional.
Os fãs de Luluzinha não podem perder. A presente edição custa R$ 3,10. Era um especial que estava fazendo falta no rol de coleções. Agora, só falta a Pixel Media começar a trazer a série Lulu e Bolinha no Acampamento e As Viagens de Lulu e Bolinha. Ah, falando nisso, também já está na hora de começar a trazer para a coleção as histórias com a francesinha Fifi.
Para encerrar: uma ilustração especial mostrando uma possibilidade de o Bolinha voltar a assumir o alter-ego de Aranha, e a Lulu, a de Joaninha. Seria no mínimo divertido o Bolinha estampar uma aranha nas costas da mão, dando um aspecto mais Death Note à sua figura (foi o que me veio à cabeça nesse momento). Mas acho que a fantasia de joaninha não ia mais combinar com a Lulu, certo? Ficaria infantil demais para quem ganhou curvas depois que cresceu. Chlep! 
Até mais!

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