segunda-feira, 13 de agosto de 2012

RÊ BORDOSA - Angeli, o cartunista que não quis ser cura e sim doença

Olá.

Hoje, vou começar a falar das minhas últimas descobertas de quadrinhos, filmes, livros... Voltei de minhas férias em Porto Alegre com uma sacola de novidades.
Vou começar com o lançamento mais recente. Mas, antes, vou fazer a explanação da vida de mais um artista brasileiro. Sim: hoje vou falar de quadrinhos.
Este artista é bastante conhecido não apenas por seus personagens desregrados, como foi a sua vida em boa parte do tempo, mas também pelas charges editoriais altamente críticas. E vou usar, para falar dele, de sua criação mais polêmica, tanto por sua “vida” breve quanto por sua “morte”.
Bem. Para falar do homem, Arnaldo Angeli Filho, escolhi sua personagem mais memorável, a Rê Bordosa, para falar aqui no blog.


O HOMEM
Arnaldo Angeli Filho, ou simplesmente Angeli, nasceu em São Paulo, em 1956, e é lá que mora até hoje. O ambiente em que cresceu influenciou enormemente a sua carreira: Angeli viveu a época da Ditadura Militar, um tempo de contradições, onde apesar de o governo dizer que “ninguém segura este país”, o próprio governo criou uma Lei de Segurança Nacional (parafraseando um aforisma de Glauco Mattoso, colega de Angeli na revista Chiclete com Banana). Um tempo propício para movimentos contestatórios, se estes não fossem duramente reprimidos. Uma realidade contraditória em que qualquer pessoa acabaria de saco cheio, e procurando uma forma de mandar tudo o que estava ali para aquele lugar. Angeli, por delinqüência, não terminou o colégio, e já foi usuário de drogas ilícitas.
Angeli publicou sua primeira charge aos 14 anos, na revista Senhor (atual IstoÉ). Mas ele começou a se revelar ao Brasil após sua participação no Salão de Humor de Piracicaba, em 1974. Também participou da revista alternativa Balão, criada em 1972 como um fanzine feito dentro da Universidade de São Paulo, e cujos criadores seriam futuros colegas do cartunista: Laerte Coutinho e Luís Gê.
Em 1973, Angeli começa a colaborar para o jornal Folha de São Paulo, para o qual trabalha até hoje – embora suas tiras sejam distribuídas para vários jornais do Brasil. Nesse jornal, além de desenvolver a charge editorial – sempre marcada pela crítica direta, disposta a dar socos no estômago dos leitores – e revezando com outros artistas, como o saudoso Glauco Villas-Boas e Spacca, Angeli produz a tira Chiclete com Banana. Com humor às vezes inteligente, às vezes sutil, às vezes introspectivo, às vezes repugnante, às vezes etcétera (ou tudo isso junto), Angeli cria, dentro dessa tira, uma verdadeira galeria de personagens, tipos urbanos e muitas vezes marcados pelas tendências comportamentais surgidas entre o final da Ditadura Militar e o início da Nova República: o punk escarrador Bob Cuspe, os hippies velhos Wood e Stock, o anacrônico guerrilheiro Meiaoito e seu seguidor, o homossexual enrustido Nanico, a junkie Rê Bordosa, os pentelhos Os Skrotinhos (e suas versões femininas, As Skrotinhas) o ególatra Walter Ego, o machão Bibelô, o guru Rhalah Rikota, as adolescentes Luke e Tantra, e até um personagem voltado ao público infantil, o pestinha Ozzy. E todos esses são apenas a ponta do iceberg. Nas tiras, até mesmo o próprio Angeli se torna personagem, nas sequências intituladas Angeli em Crise. Outra característica que chama a atenção nos personagens de Angeli é que ele geralmente não aprofunda os aspectos de suas vidas: seus verdadeiros nomes, seus passados, no que trabalham, como sustentam suas vidas desregradas... As situações humorísticas vão acontecendo sem maiores explicações, sem relação com alguma suposta vida real.
O maior momento da carreira de Angeli se dá em 1985, quando ele lança a histórica revista Chiclete com Banana. Essa revista, apoiada na contracultura e no underground dos quadrinhos americanos desenvolvidos nos anos 60, renovou o humor nacional, combinando sexo, drogas e crítica social contra as imposições do mercado, atulhado pelas publicações estrangeiras. Essa iniciativa foi encampada pela Circo Editorial, editora pertencente a Toninho Mendes e Luís Gê. A Chiclete com Banana publicou trabalhos de, além do próprio Angeli, de outros artistas que se consagraram junto com ele: Laerte, Glauco, Luís Gê, Glauco Mattoso, Sérgio Machado, Hubert, Cláudio Paiva, Luís Gustavo, Fábio Zimbres, Newton Foot e muitos outros. Isso sem falar nas fotonovelas estreladas pelo próprio Angeli. No seu auge, a Chiclete com Banana chegou a vender 110 mil exemplares – e sua edição mais vendida foi justamente o especial com a morte de Rê Bordosa (ver adiante). No total, a Chiclete com Banana durou 24 números e 20 especiais (10 números da Chiclete Especial e 10 da série Tipinhos Inúteis, reunindo os personagens de Angeli). Foi extinta em 1995, vitimada, como tantas outras publicações, pela indiferença do público nacional, pelos planos econômicos que prejudicaram a produção artística nacional e pela rotina artesanal de montagem da publicação que quase quebrou as pernas do Angeli.
Que mais se pode dizer da Chiclete com Banana, uma revista que fazia parte da leitura proibida de milhares de crianças dos anos 80 e 90 (como eu, inclusive)? Oh, claro: foi na Chiclete que Angeli criou um alter-ego literário, o fetichista Edi Campana; que Laerte lançou os Piratas do Tietê, seu grupo de personagens mais famosos; que Laerte, Glauco e Angeli, que vez por oputra produziam quadrinhos a quatro ou seis mãos, iniciaram a série Los Três Amigos, um faroeste anárquico onde os três desenhistas apareciam como os personagens, três bandoleiros que falavam portunhol e corriam o mundo atrás de sexo, arruaças e matança de miguelitos (mais tarde, entraria em cena o quarto amigo da série, Adão Iturrusgarai); que a Chiclete apadrinhou outras publicações de mesma base, como a Circo, a Geraldão (criação de Glauco), a Niquel Náusea (criação de Fernando Gonzáles), a Striptiras e a Piratas do Tietê (criações de Laerte); e que muito do material da Chiclete com Banana foi republicado, recentemente, numa série ainda inacabada de 16 fascículos lançada pela editora Devir.
Bão. Angeli ainda teve tempo de participar, em 1984, da coleção Redescobrindo o Brasil, da editora Brasiliense, onde ele ilustrou os cartuns do livro República Vou Ver, uma ánálise crítica e bem-humorada do Império Brasileiro, com textos da historiadora Lília Moritz Schwarcz; viu suas tiras ganharem diversas coletâneas de compilações, pelas editoras Devir e L&PM (não vou citar todas aqui para não me alongar demais); viu suas obras ganharem adaptação para teatro, televisão e animação: Os Skrotinhos já estrelaram propagandas de cerveja; em 2005, estréia nos cinemas o longa-metragem de animação Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock n’ Roll, dirigido por Otto Guerra, reunindo vários personagens de Angeli (entre eles, a Rê Bordosa); e, em 2008, a própria Rê Bordosa foi tema de um “documentário” em animação, Dossiê Rê Bordosa, um curta-metragem dirigido por César Cabral. Sem falar nos diversos prêmios que recebeu, e na inclusão de trabalhos seus na Enciclopedia Del Humor Latino Americano (Colômbia), na Antologia do Humor Brasileiro, no Museu do Cartum e da Caricatura da Basileia (Suíça), e de exposições de quadrinhos na França e na Itália. Ah, e já foi homenageada no Prêmio HQ MIX, a mais importante premiação do quadrinho brasileiro - não sei dizer agora em que ano o troféu foi esculpido à sua imagem.
Infelizmente, o próprio Angeli está sentindo os efeitos do tempo. E isso se reflete no traço: sua arte, nos anos 80, era caracterizada pelos hachurados a la Robert Crumb, propositalmente sujando o espaço dos quadrinhos com sombras, e pelos personagens arredondados, de nariz de batata e comumente usando óculos escuros; hoje, ele eliminou as hachuras e encheu seus bonecos de rugas, linhas de expressão e, de certo modo, rancor por causa do que poderia ter sido e não foi.
Querem saber mais? Acessem então o site pessoal do autor: www2.uol.com.br/angeli/.

A MULHER
Não que, de longe, Rê Bordosa seja a mais importante criação de Angeli. Mas certamente é a mais memorável. Ela surgiu dentro das tiras da série Chiclete com Banana em 1984, e, durante quatro curtos, mas intensos, anos, a personagem viveu uma vida desregrada.
Bem. Rê Bordosa é, basicamente, uma mulher liberada, que escolheu a autodestruição como forma de libertação das imposições femininas então vigentes. Vivia de bar em bar, à cata de amantes, vodca, cigarros, curtição. Constantemente bêbada e drogada, está sempre, no dia seguinte, curtindo a ressaca e reclamando da vida dentro da banheira. Quando ela não está no balcão do bar (geralmente no bar atendido pelo fiel Juvenal, um dos poucos coadjuvantes fixos da série) ou na banheira destilando seus remorsos, Rê Bordosa está na cama com algum homem – geralmente, o primeiro que lhe paga uma bebida, isso quando ela não se atira sobre ele. Ela já não é mais nenhuma gostosa (e, no traço do Angeli, nunca foi), mas consegue seduzir os homens. E ela bebe mesmo – consome vodca, uísque ou qualquer coisa que tenha álcool, como vinho e até perfume e loção pós-barba, como se fosse água. Uma esponja humana. Fuma feito uma chaminé. Constantemente, consome drogas pesadas. E é pessimista ao extremo. Ela mesmo se define como “uma barata que resiste a todos os inseticidas” ou uma mulher que “não nasceu para ser a cura, e sim a doença”. E, apesar de evocar Deus durante suas crises (depois da décima dose, só Deus sabe do que ela é capaz – até mesmo fazer xixi em pé!), não está nem aí para consciência cristã: quando engravida, ela aborta os próprios filhos sem culpa, para começar tudo de novo depois. Para os padrões de moralidade que ainda estão impregnados em nossa sociedade, Rê Bordosa foi e sempre será um escândalo. Prefere viver assim, estragando a saúde e castigando o próprio corpo (para desespero de sua conservadora mãe), a sofrer com a previsível aridez de um casamento – muito embora seu maior desejo seja arranjar um grande amor dentre os vários que vive. Em resumo: ela faz jus ao título de “porraloca”. Mas nunca deixou de angariar fãs: já virou peça de teatro, tema de carnaval e o título de “pin-up dos anos 80”. E foi, inclusive, publicada na Itália, na revista Linus, onde recebeu o nome de Anna Barbera. Ah: também participou do já citado filme de animação Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock n’ Roll, onde foi dublada pela cantora Rita Lee. E estrelou uma novela animada exclusiva, que pode ser conferida no site do autor.
Rê Bordosa viveu quatro anos nessa vidinha, de 1984 a 1987. Foi nesse ano que Angeli tomou uma decisão radical: matou a própria personagem. Não que fosse uma novidade um personagem ser morto pelo próprio autor – geralmente, “morrendo” apenas quando o autor para de produzir histórias com ele. O ineditismo do fato foi que Angeli se inseriu na história como assassino e carrasco. Não apenas prolongou o sofrimento de Rê Bordosa como não moralizou sua morte. Explico: oficialmente, Angeli teria matado Rê Bordosa, após uma cômica seção de tortura – envolvendo pendurá-la no teto, nua, pelos braços, até mesmo apagar um cigarro na virilha da porralouca – atirando-a nua do alto de uma ponte. Mas Rê Bordosa escapou ilesa à primeira tentativa. Passou por poucas e boas – embarcando no carro de um piromaníaco, se internando em um convento, escapando para um bar, caindo do alto de um prédio – até acabar se casando com o garçom Juvenal. Mas a vida de casada foi um verdadeiro martírio: além de que Juvenal lhe fez entrar em abstinência, Rê Bordosa, como dona de casa, acabou engordando à frente da TV e acabou explodindo. Rê Bordosa, que tinha motivos para morrer de cirrose ou câncer causada pelo abuso de bebidas e cigarros, acabou vitimada pelo tédio e pela aridez do casamento que acomete a maioria das mulheres casadas. Rê Bordosa acabou morrendo como nunca quis viver: como uma mulher normal e medíocre. Foi assim que Angeli evitou moralizar a morte da personagem.
A edição da Chiclete com Banana onde essa sequência foi compilada foi a mais vendida da revista, como já dito, com 110 mil exemplares. E ainda ganhou uma segunda edição.
Mas, até hoje, Angeli está devendo uma explicação convincente para esse homicídio. Ideia tida durante um delírio causado pelos alucinógenos? Pressão sofrida diante das propostas de vender a personagem para merchandising? Sentimento de que o personagem já não poderia render mais nada àquela altura? Medo puro e simples de a personagem eclipsar o autor e todas as suas outras criações, como já vinha fazendo? Bem que César Cabral tentou esclarecer essa questão quando produziu o Dossiê Rê Bordosa em 2008: entrevistar o próprio Angeli não adiantou muito. Ou pelo menos levar a sério o que ele disse. Mas isso é assunto para outra hora.
O fato é que Rê Bordosa perseguiu, após a morte, o Angeli como se fosse um fantasma. Ele jurara, à época do homicídio, que não ia mais produzir material com a personagem – leia-se tiras inéditas, ou, se preferirem, a ressurreição da porraloca. Mas, em 1996, Angeli voltou atrás: produziu tiras inéditas de Rê Bordosa, mas adotando um recurso inusitado: Angeli, após um suposto incêndio que destruiu seu estúdio, encontrou nos destroços uma pasta de papelão cheia de manuscritos do que poderia ser o diário que a maluca deixou. Desse modo, na forma de um diário gráfico, essa sequência de tiras é uma série de aventuras vividas por Rê Bordosa antes de seu assassinato. Nessa sequência, dá para notar o quanto o traço de Angeli mudou. Agora, Rê Bordosa não estava mais coberta de hachuras, e seus amantes quase não tinham mais o tradicional nariz de batata comum às figuras do Angeli dos anos 80.

OS LIVROS
Bem, em resumo, é mais ou menos isso que se pode dizer da nossa pin-up.
Atualmente, é possível seguir dois caminhos para curtir a vida etílica da personagem: caçando em sebos as edições da revista Chiclete com Banana (incluindo o citado especial histórico) ou comprando as coletâneas atualizadas. É delas que vou falar agora.
A primeira coletânea semi-completa das tiras de Angeli foi publicada em 2006 pela edição L&PM, dentro da série L&PM Pocket – quadrinhos. Em preto-e-branco, e com 160 páginas, foram reunidas quase todas as tiras da personagem publicadas na Chiclete com Banana, e mais a sequência, em preto-e-branco, do Diário da Rê Bordosa (originalmente, a série saiu em cores). Nessa edição, tal como saiu na Chiclete, as tiras ligadas por um tema comum são organizadas por capítulos: as primeiras aventuras, nos bares, na banheira e onde mais for, são reunidas no capítulo Diabo no Corpo; depois, em Snif Id-Ego Cof!, as sessões da porraloca no analista; em seguida, entra em cena a Mãe e o Pai da Rê Bordosa (que, no fundo, não concordam de forma alguma com o estilo de vida da filha); a seguir, tiras com os amantes da esponja humana; Tem Pentelho na Banheira traz Rê Bordosa envolvida com um suposto pretendente; A Louca no Ar traz Rê Bordosa sabatinada num talk-show; Suicidamente traz Rê Bordosa refletindo antes de tentar se atirar de um prédio; Férias traz a louca na praia; Grávida já coloca Rê Bordosa às voltas com a decisão de fazer mais um aborto; AIDS já é Rê Bordosa paranóica com a (então) nova moléstia mortal; Broxante! É Rê Bordosa refletindo sobre a falta de disposição da humanidade; e, finalmente, chegando à sequência da Morte de Rê Bordosa. Aí, chegamos à sequência Memórias de Uma Porraloca, o diário de Rê Bordosa. Começando com o relato de como Angeli viu seu estúdio queimando a partir de uma chama iniciada dentro de seu arquivo, até encontrar a pasta de papelão; e aí entramos nas memórias, as tiras separadas por capítulos e com textos introdutórios de Angeli. Nessa sequência, Rê Bordosa nos conta sobre a vez que ficou trancada dentro da casa de um dos amantes; sobre suas noitadas regadas a bebida e drogas e a eterna procura de sua cara-metade (um dos pretendentes é um velho amigo que se transformou num gordão anti-higiênico); seu envolvimento com um poeta excêntrico; uma parte de suas aventuras de juventude; até quando resolve sair, só de top e calcinha preta, atrás de aventuras sexuais. Esse livro, que ganhou uma reedição em 2010, já não é mais encontrado com facilidade nas gôndolas de livros da L&PM nas livrarias. Tem de procurar bastante.
Ah, mas tem mais. Agora, em 2012, a Companhia das Letras, dentro de seu selo Quadrinhos na Cia., lançou uma coletânea “definitiva” da personagem, o Toda Rê Bordosa. O livrão de 216 páginas traz, além de todas as tiras (incluindo algumas que não entraram na coletânea da L&PM), as histórias longas, ilustrações especiais, esboços e muito mais. A idéia era reunir, na coletânea, todo o material publicado da personagem. Reuniram, pelo menos, 90% do material publicado.
O livro, com capa dura revestida de cartão grosso, reúne as tiras, mas tem por critério usar as tiras publicadas nos jornais. Por isso, elas não são separadas em capítulos temáticos, e não vem em ordem cronológica. Nas tiras que não entraram na coletânea da L&PM, vemos inclusive que Rê Bordosa interage com vários outros personagens de Angeli, como Bibelô, Meiaoito, Nanico, Walter Ego, Rhalah Rikota e até o Bob Cuspe. As tiras, até a Morte de Rê Bordosa, são em preto-e-branco; já a sequência Memórias de uma Porraloca é colorida (mas sem os textos introdutórios de Angeli nem as supostas datas de cada tira). O livro ainda inclui as histórias de uma ou duas páginas da personagem (como as da sequência As Desventuras da Mulher-Labareda, onde Rê aparece, literalmente, com fogo nas entranhas), pôsteres, ilustrações inéditas (algumas inacabadas), esboços, a notícia de jornal onde foi documentada a morte da personagem, capas de algumas compilações da personagem, uma amostra das tiras publicadas na revista Linus (traduzidas para o italiano), a entrevista que a personagem deu para o jornalista Benevides Paixão (e publicada na Chiclete com Banana no. 1) e até uma sequência inédita de tiras produzida em 2009, Vodka, sobre uma reunião de fãs de Rê Bordosa que está sendo ameaçada por uma maldição. Porém, tal como a edição da L&PM, não conta com um texto introdutório, nem uma provável explicação para a morte da personagem.
Na dúvida, é melhor comprar as duas coletâneas. Quem puder comparar, notará que os textos de algumas tiras foram mudados. Além dos já citados critérios acima enumerados: enquanto que a coletânea da L&PM usa as tiras publicadas na Chiclete com Banana, a da Companhia das Letras usa as tiras publicadas nos jornais, inclusive com os títulos nos primeiros quadrinhos. Ambas as coletâneas se complementam. Ah: a coletânea da L&PM sai, em média, por R$ 13,00; a da Companhia das Letras sai por R$ 64,00. Sabe como é: acabamento luxuoso, tamanho gigante, mais de 200 páginas.
É, Rê Bordosa ainda é um fantasma. Não vai nos deixar em paz assim tão cedo. Sempre o mesmo cheiro de vodca no ar. Mas o mais importante é que Angeli continua firme e forte. E seus personagens também – ao menos, Wood & Stock, Meiaoito e Bibelô continuam aparecendo esporadicamente em sequências inéditas de tiras. Eles envelheceram, mas isso acontece com todo mundo.
Para encerrar: trago a vocês a segunda parte da sequência inédita de tiras dos Bitifrendis, meus personagens praianos. Resolvi produzir essa sequência inédita para contar algumas das últimas aventuras de Carlão e Sidnelson antes da entrada de Ionara. Continuem acompanhando a série no blog deles: http://bitifrendisblog.blogspot.com.br/.
É isso aí.
Na próxima postagem, falarei sobre o curta-metragem Dossiê Rê Bordosa.
Até mais!

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