Olá.
Hoje,
vou continuar minha série de postagens sobre mídias eróticas japonesas. Só
mulheres desenhadas naquele estilo que o apreciador de animes e mangás
japoneses gosta, e em situações comprometedoras.
Hoje,
a mídia escolhida vai ser um mangá, lançado recentemente no Brasil, de um autor
famigerado. COSPLAY KANOJO.
Lançado em agosto de 2014 pela Newpop Editora, COSPLAY KANOJO (Garotas Fantasiadas, em tradução livre) é uma reunião de histórias curtas produzidas entre 2007 e 2009, publicadas em revistas como Doki!, Namaiki e Comic Marble, e reunidas em volume único de 200 páginas, em 2009 pela editora Takeshobo Co.. O autor destas histórias é Hiroshi Itaba, que já é conhecido dos brasileiros – ele desenhou, sob os roteiros de Satoru Akahori, o famigerado mangá Mouse, cujos catorze volumes foram lançados pela editora JBC.
Em Mouse, Itaba enchia o ambiente de
mulheres peitudas e no geral nuas e em cenas de sexo, convivendo com o charmoso
superladrão. Em COSPLAY KANOJO, não é diferente.
A
Newpop é uma das melhores editoras de mangás do Brasil, cujas publicações
primam pela qualidade de seus volumes, impressos em papel de boa qualidade
(diferente do papel-jornal que algumas editoras ainda utilizam) e acabamento
impecável, além de séries em geral escolhidas a dedo, por popularidade ou
qualidade. O grande defeito da editora são os problemas na periodicidade de
seus lançamentos – houve séries lançadas por essa editora, como os famosos K-On!, Hetalia – Axis Powers, Dororo e Kimba, O Leão Branco (estes últimos de
Osamu Tezuka, o “Deus do Mangá”), cujos volumes foram lançados com meses de
hiato entre um número e outro – e ainda por cima, não chegaram a todos os
pontos de venda possíveis. Problemas que parecem ter sido resolvidos
recentemente, com seus mais recentes lançamentos, Puella Magi Madoka Magica, Usagi Drop e Azumanga Daioh. Ao menos, não houve atrasos entre exemplares de uma
e outra séries. Além disso, em relação a mangás de outras editoras, os mangás
da Newpop são mais caros, por isso vale a pena cuidar bem de seus exemplares.
COSPLAY
KANOJO inaugura um novo selo da editora, o Harem, dedicado a mangás adultos –
ou, se preferirem, hentai. Quando sairá o próximo?
Bão.
Como eu disse, o mangá é uma reunião de histórias curtas – dez historinhas,
para ser exato. E, como o título entrega, as histórias giram em torno de
garotas usando roupas que representam os principais fetiches masculinos –
sexualmente falando. Tem homens que enxergam com olhos, digamos, obscenos,
mulheres de uniformes de trabalho ou esportivos. E os japoneses, uma das
culturas mais machistas que se conhece, costumam levar tais coisas muito a
sério – todo bom conhecedor de cultura japonesa sabe que os uniformes femininos
de estudante, com saia rodada e camiseta de marinheiro, por exemplo, já
representa um fetiche. Mas... será que é mesmo lenda urbana a existência, no
Japão, de lojas que vendem calcinhas usadas de meninas? Bão, voltando ao
assunto: se uniforme de estudante já excita o babão japonês, o que dizer então
das roupas de empregadinha, garçonete, quimonos, terninhos de empresa,
uniformes de aeromoça, enfermeira e de policial, vestidos chineses, maiôs de
natação e uniformes de ginástica? No ocidente, é claro que se observa a venda,
nos sex shops, de fantasias (curtinhas) de alguns desses fetiches citados
acima. Mas estamos falando de Japão, um país cujas empresas estão entre as
campeãs de reclamações de empregadas por abuso sexual por parte de patrões e
colegas de trabalho.
Mas
é bom dizer, antes de tudo: Itaba oferece, em COSPLAY KANOJO, um desfile de
garotas bonitas e esculturais fazendo diversos papeis como os citados acima.
Ele capricha nas cenas de nudez, mas não nas de sexo: as histórias sofrem com a
quadrinização caótica do autor, que, na maior parte das vezes, ao invés de separar
as cenas em quadros, prefere sobrepor os personagens nas páginas, poluindo-as,
não deixando nem um espaço em branco, alívio para os olhos do leitor. Os
ângulos em que os personagens são desenhados não ajudam, também; e sem falar
que os roteiros são muito rasos, preferindo ressaltar mais as cenas de sexo que
o contexto em que elas acontecem (um mau exemplo que Itaba deve ter aprendido
com o colega Akahori, nos tempos em que produziam Mouse). E algumas das histórias, inclusive, tocam em temas hoje
condenáveis, como apologia ao estupro e molestação em veículos de passageiros.
Ah: apesar de prometer sexo explícito, não é bem assim: Itaba segue a cartilha
dos mangás adultos, apenas sugerindo as cenas de sexo. As genitálias dos
personagens e cenas de penetração são “censuradas” com grandes manchas brancas,
deixando apenas a sugestão para que o leitor imagine o que acontece. Só em
alguns momentos é que Itaba desenha, ainda que discretamente, pelos pubianos
nas mulheres – os autores de mangás mais sérios omitem os pelos pubianos nas
cenas de nu frontal, já devo ter dito isso.
Bem.
As dez narrativas que compõem o volume.
A
primeira é Em Casa, de Vestido Chinês.
Uma empresária, passando o dia de folga, em casa, sofre: seu marido, no
descuido, lavou toda a sua roupa, e tudo o que ela tem para vestir é um
finíssimo e curtíssimo vestido chinês. A vestimenta não ajuda nos problemas que
ela tem em casa, mas o marido, assim que chega, vê o lado positivo da coisa...
Na
segunda, No Ar, uma âncora de
telejornal faz de tudo para se manter no comando de seu programa – até dar para a equipe técnica! A apoteose
ocorre na final da narrativa, com cenas de sexo grupal e uso de brinquedinhos,
como vibradores.
A
terceira é O Sol Poente. Uma
professora, usando uma longa e tradicional vestimenta, convida um colega para
ver o pôr-do-sol, da janela do escritório dos professores. E o clima
“romântico” já cria uma oportunidade para os dois se agarrarem...
Na
quarta, Ela é Impossível!, um
empregado de uma firma descobre que sua chefe faz um bico como garçonete em um
restaurante. E o uniforme dela já lhe dá algumas ideias de como
“chantageá-la”... A sedução rola ali mesmo, no restaurante, numa mesa afastada!
Na
quinta narrativa, A Vizinha, uma
doce, carente e desleixada moradora de um condomínio abusa da boa vontade de
seu vizinho. Pede-lhe coisas emprestadas, atenção... até que ela pede para
tomar banho na casa dele. É o bastante para uma “paixão” explodir...
Sexta
narrativa: Troca de Turno. Nela, uma
enfermeira resolve velar um paciente à noite, no hospital. Velar, queira dizer
seduzi-lo – e deixa-lo mais doente do que já estava.
Sétima
narrativa: Vagão Especial. Uma
condutora de metrô é designada para o citado vagão. Leia-se: ela é oferecida
para um bando de senhores libidinosos que fazem tudo – tudo! – com ela. Como o
Ministério Público deixou esta narrativa, que faz insinuação e apologia ao
estupro no transporte público, passar? E ainda por cima, fica a impressão de
que a pobre moça adorou aquilo.
Oitava
narrativa: Ah! Tenção, Por Favor. Uma
aeromoça oferecendo um serviço “vip” a um passageiro inesperadamente premiado.
Já sabem do que se trata esse “serviço vip”, certo?
Nona
narrativa: O Poder do Futuro. Dois
colegas de escritório – ela, uma doce e atrapalhada secretária – vivem um
“romance” por conta da sugestão das cartas de tarô. O roteiro raso e confuso
prejudica esta que poderia ser a melhor história da antologia.
E a
última história é Vamos ao Ginásio.
Uma jogadora de vôlei fica ajudando o colega de quadra a arrumar as coisas no
ginásio, e, de repente o clima entre os dois acaba rolando ali mesmo.
Fica
a cargo do leitor, portanto, escolher a melhor história, e o seu fetiche
favorito. O volume pode ser encontrado nas gibiterias – nas bancas, já está
esgotado – a R$ 14,00.
E
esperamos que as próximas publicações do selo sejam melhor escolhidas, melhor
desenhadas, e mais excitantes. O site Baixar Hentai (www.baixarhentai.net)
oferece, para download, dezenas de scans traduzidos de mangás hentai, alguns
visivelmente de melhor qualidade de desenho e roteiro que COSPLAY KANOJO. Mas o
mangá da Newpop pode servir de inspiração para desenhistas que queiram se
arriscar no estilo erótico japonês.
Para
encerrar, mais uma historinha minha da série Pequenos Relatos, minha tentativa de produzir histórias eróticas em
quadrinhos. Hoje, eu escolhi um enredo clássico de sedução entre vizinhos,
baseado em uma historinha pornográfica que li certa vez numa revista que, bem,
alguém deixou largada por aí, à vista de qualquer um. Desculpem deslizes no
roteiro ou nos desenhos. E até eu me surpreendi: consegui fazer algumas cenas
mais ousadas! Agora sei que vou perder leitores... Como pode colocar esse tipo
de imagem num blog que até então era tão respeitável, Rafael?!
Na
próxima postagem, mais um anime hentai na continuação da série.
Até
mais!
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