terça-feira, 25 de novembro de 2014

COSPLAY KANOJO - famigeradas fantasias masculinas

Olá.
Hoje, vou continuar minha série de postagens sobre mídias eróticas japonesas. Só mulheres desenhadas naquele estilo que o apreciador de animes e mangás japoneses gosta, e em situações comprometedoras.
Hoje, a mídia escolhida vai ser um mangá, lançado recentemente no Brasil, de um autor famigerado. COSPLAY KANOJO.

Lançado em agosto de 2014 pela Newpop Editora, COSPLAY KANOJO (Garotas Fantasiadas, em tradução livre) é uma reunião de histórias curtas produzidas entre 2007 e 2009, publicadas em revistas como Doki!, Namaiki e Comic Marble, e reunidas em volume único de 200 páginas, em 2009 pela editora Takeshobo Co.. O autor destas histórias é Hiroshi Itaba, que já é conhecido dos brasileiros – ele desenhou, sob os roteiros de Satoru Akahori, o famigerado mangá Mouse, cujos catorze volumes foram lançados pela editora JBC.
Em Mouse, Itaba enchia o ambiente de mulheres peitudas e no geral nuas e em cenas de sexo, convivendo com o charmoso superladrão. Em COSPLAY KANOJO, não é diferente.
A Newpop é uma das melhores editoras de mangás do Brasil, cujas publicações primam pela qualidade de seus volumes, impressos em papel de boa qualidade (diferente do papel-jornal que algumas editoras ainda utilizam) e acabamento impecável, além de séries em geral escolhidas a dedo, por popularidade ou qualidade. O grande defeito da editora são os problemas na periodicidade de seus lançamentos – houve séries lançadas por essa editora, como os famosos K-On!, Hetalia – Axis Powers, Dororo e Kimba, O Leão Branco (estes últimos de Osamu Tezuka, o “Deus do Mangá”), cujos volumes foram lançados com meses de hiato entre um número e outro – e ainda por cima, não chegaram a todos os pontos de venda possíveis. Problemas que parecem ter sido resolvidos recentemente, com seus mais recentes lançamentos, Puella Magi Madoka Magica, Usagi Drop e Azumanga Daioh. Ao menos, não houve atrasos entre exemplares de uma e outra séries. Além disso, em relação a mangás de outras editoras, os mangás da Newpop são mais caros, por isso vale a pena cuidar bem de seus exemplares.
COSPLAY KANOJO inaugura um novo selo da editora, o Harem, dedicado a mangás adultos – ou, se preferirem, hentai. Quando sairá o próximo?
Bão. Como eu disse, o mangá é uma reunião de histórias curtas – dez historinhas, para ser exato. E, como o título entrega, as histórias giram em torno de garotas usando roupas que representam os principais fetiches masculinos – sexualmente falando. Tem homens que enxergam com olhos, digamos, obscenos, mulheres de uniformes de trabalho ou esportivos. E os japoneses, uma das culturas mais machistas que se conhece, costumam levar tais coisas muito a sério – todo bom conhecedor de cultura japonesa sabe que os uniformes femininos de estudante, com saia rodada e camiseta de marinheiro, por exemplo, já representa um fetiche. Mas... será que é mesmo lenda urbana a existência, no Japão, de lojas que vendem calcinhas usadas de meninas? Bão, voltando ao assunto: se uniforme de estudante já excita o babão japonês, o que dizer então das roupas de empregadinha, garçonete, quimonos, terninhos de empresa, uniformes de aeromoça, enfermeira e de policial, vestidos chineses, maiôs de natação e uniformes de ginástica? No ocidente, é claro que se observa a venda, nos sex shops, de fantasias (curtinhas) de alguns desses fetiches citados acima. Mas estamos falando de Japão, um país cujas empresas estão entre as campeãs de reclamações de empregadas por abuso sexual por parte de patrões e colegas de trabalho.
Mas é bom dizer, antes de tudo: Itaba oferece, em COSPLAY KANOJO, um desfile de garotas bonitas e esculturais fazendo diversos papeis como os citados acima. Ele capricha nas cenas de nudez, mas não nas de sexo: as histórias sofrem com a quadrinização caótica do autor, que, na maior parte das vezes, ao invés de separar as cenas em quadros, prefere sobrepor os personagens nas páginas, poluindo-as, não deixando nem um espaço em branco, alívio para os olhos do leitor. Os ângulos em que os personagens são desenhados não ajudam, também; e sem falar que os roteiros são muito rasos, preferindo ressaltar mais as cenas de sexo que o contexto em que elas acontecem (um mau exemplo que Itaba deve ter aprendido com o colega Akahori, nos tempos em que produziam Mouse). E algumas das histórias, inclusive, tocam em temas hoje condenáveis, como apologia ao estupro e molestação em veículos de passageiros. Ah: apesar de prometer sexo explícito, não é bem assim: Itaba segue a cartilha dos mangás adultos, apenas sugerindo as cenas de sexo. As genitálias dos personagens e cenas de penetração são “censuradas” com grandes manchas brancas, deixando apenas a sugestão para que o leitor imagine o que acontece. Só em alguns momentos é que Itaba desenha, ainda que discretamente, pelos pubianos nas mulheres – os autores de mangás mais sérios omitem os pelos pubianos nas cenas de nu frontal, já devo ter dito isso.
Bem. As dez narrativas que compõem o volume.
A primeira é Em Casa, de Vestido Chinês. Uma empresária, passando o dia de folga, em casa, sofre: seu marido, no descuido, lavou toda a sua roupa, e tudo o que ela tem para vestir é um finíssimo e curtíssimo vestido chinês. A vestimenta não ajuda nos problemas que ela tem em casa, mas o marido, assim que chega, vê o lado positivo da coisa...
Na segunda, No Ar, uma âncora de telejornal faz de tudo para se manter no comando de seu programa – até dar para a equipe técnica! A apoteose ocorre na final da narrativa, com cenas de sexo grupal e uso de brinquedinhos, como vibradores.
A terceira é O Sol Poente. Uma professora, usando uma longa e tradicional vestimenta, convida um colega para ver o pôr-do-sol, da janela do escritório dos professores. E o clima “romântico” já cria uma oportunidade para os dois se agarrarem...
Na quarta, Ela é Impossível!, um empregado de uma firma descobre que sua chefe faz um bico como garçonete em um restaurante. E o uniforme dela já lhe dá algumas ideias de como “chantageá-la”... A sedução rola ali mesmo, no restaurante, numa mesa afastada!
Na quinta narrativa, A Vizinha, uma doce, carente e desleixada moradora de um condomínio abusa da boa vontade de seu vizinho. Pede-lhe coisas emprestadas, atenção... até que ela pede para tomar banho na casa dele. É o bastante para uma “paixão” explodir...
Sexta narrativa: Troca de Turno. Nela, uma enfermeira resolve velar um paciente à noite, no hospital. Velar, queira dizer seduzi-lo – e deixa-lo mais doente do que já estava.
Sétima narrativa: Vagão Especial. Uma condutora de metrô é designada para o citado vagão. Leia-se: ela é oferecida para um bando de senhores libidinosos que fazem tudo – tudo! – com ela. Como o Ministério Público deixou esta narrativa, que faz insinuação e apologia ao estupro no transporte público, passar? E ainda por cima, fica a impressão de que a pobre moça adorou aquilo.
Oitava narrativa: Ah! Tenção, Por Favor. Uma aeromoça oferecendo um serviço “vip” a um passageiro inesperadamente premiado. Já sabem do que se trata esse “serviço vip”, certo?
Nona narrativa: O Poder do Futuro. Dois colegas de escritório – ela, uma doce e atrapalhada secretária – vivem um “romance” por conta da sugestão das cartas de tarô. O roteiro raso e confuso prejudica esta que poderia ser a melhor história da antologia.
E a última história é Vamos ao Ginásio. Uma jogadora de vôlei fica ajudando o colega de quadra a arrumar as coisas no ginásio, e, de repente o clima entre os dois acaba rolando ali mesmo.
Fica a cargo do leitor, portanto, escolher a melhor história, e o seu fetiche favorito. O volume pode ser encontrado nas gibiterias – nas bancas, já está esgotado – a R$ 14,00.
E esperamos que as próximas publicações do selo sejam melhor escolhidas, melhor desenhadas, e mais excitantes. O site Baixar Hentai (www.baixarhentai.net) oferece, para download, dezenas de scans traduzidos de mangás hentai, alguns visivelmente de melhor qualidade de desenho e roteiro que COSPLAY KANOJO. Mas o mangá da Newpop pode servir de inspiração para desenhistas que queiram se arriscar no estilo erótico japonês.
Para encerrar, mais uma historinha minha da série Pequenos Relatos, minha tentativa de produzir histórias eróticas em quadrinhos. Hoje, eu escolhi um enredo clássico de sedução entre vizinhos, baseado em uma historinha pornográfica que li certa vez numa revista que, bem, alguém deixou largada por aí, à vista de qualquer um. Desculpem deslizes no roteiro ou nos desenhos. E até eu me surpreendi: consegui fazer algumas cenas mais ousadas! Agora sei que vou perder leitores... Como pode colocar esse tipo de imagem num blog que até então era tão respeitável, Rafael?!
Na próxima postagem, mais um anime hentai na continuação da série.

Até mais!

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