domingo, 30 de novembro de 2014

Anime: VIPER GTS

Olá.
Hoje, depois de uma inesperada e breve interrupção na postagem anterior, fecho o ciclo. Estive resenhando mídias eróticas japonesas, intercalando postagens sobre animes hentai e mangás eróticos recentemente lançados. Pois, para encerrar o ciclo e voltarmos com nossa programação normal, sem sexo, hoje vou resenhar mais um anime hentai recentemente descoberto – e hoje, escolhi um dos mais fortes, pois contém tudo o que nos dias de hoje é condenável, mesmo a quatro paredes: insinuação de estupro, molestação de menores, sátira aos valores cristãos e... demônios.
Hoje vou falar de VIPER GTS.

Não sei dizer o significado exato do nome nem o sentido para a história. Só sei que o nome na Japão é o mesmo, VIPER GTS (não confundir com o automóvel de mesmo nome). Três episódios de cerca de 30 minutos cada, produzidos em 2002 pela produtora Moonrock, a partir de um jogo de computador da empresa Sogna. Apesar de ser um hentai, uma rápida pesquisa na internet revela que VIPER GTS teve um bom merchandising, pois até bonecas da série, tipo garage kit, foram disponibilizadas.
VIPER GTS faz parte do gênero fantasia erótico-grotesca, um dos mais comuns dentro de animações hentai, onde é comum a presença de demônios sexuais, com tentáculos em forma de pênis, rituais de magia negra e sangue jorrando. VIPER GTS é estrelada por demônios, anjos e humanos – porém, os demônios são os “mocinhos”, e os anjos são os “vilões”.
Sim, o anime contraria tudo o que a gente aprendeu na catequese, na Igreja... É bem comum, no universo dos animes e nos mangás, a sátira aos preceitos da religião judaico-cristã – muitas vezes, colocando anjos, ou melhor, anjas, em situações um tanto comprometedoras, e seguidores do cristianismo no papel de vilões. O Japão segue como principais religiões o budismo e o xintoísmo, mas houve tentativas de se implantar o cristianismo dentro do país. Essas tentativas, levadas a cabo no século XIV, foram mal-sucedidas – e um dos episódios mais tristes foi o martírio de missionários cristãos, perseguidos pelos xoguns, no citado século. Pelo jeito, a má fama do cristianismo permanece – vide como a religião é retratada em vários animes e mangás. VIPER GTS, apesar de não ser uma série a ser levada a sério, já que é um hentai – e, no universo das mídias eróticas, nada é sagrado, e pouco se lixam para o fato de a luxúria ser um pecado capital – é um bom exemplo de como a mídia japonesa vê os preceitos judaico-cristãos. Por isso, dificilmente vai ser distribuída no Brasil e em outros países fortemente cristãos – inclusive onde as religiões evangélicas possuem maior influência, ou onde se percebe ao menos um princípio de fundamentalismo religioso. Aos que não ligam para questões religiosas, resta a internet, onde tudo passa onde não estão ativos os firewalls da censura estatal.
Deixando de lado tais considerações, VIPER GTS é condenável pela comunidade religiosa não apenas por colocar anjos na condição de vilões e demônios na de mocinhos, mas por conter insinuações de estupro e molestação de menores – ainda que os agressores acabem recebendo o que merecem, o devido castigo. Aos que não ligam pra religião, oferece algumas horas de diversão onanista, com apoio de um bom roteiro e uma arte fortemente estilizada.
VIPER GTS conta as desventuras de Carrera, uma sensual mulher demônio, de cabelos verdes, chifres na cabeça, cauda pontuda, asas retráteis e trajando um exótico biquíni – difícil acreditar que seus seios estão mesmo cobertos. Ela circula pelos domínios infernais, que possuem uma arquitetura exótica – a ligação entre o inferno e a Terra é feita por uma enorme corrente, que serve de estrada para que os demônios possam vir ao nosso mundo. Ainda por cima, o inferno não é representado como um local de castigos eternos, fogo e enxofre: aparenta mais ser como um reino medieval comum, de prédios exóticos e gente simpática, confirmando o velho ditado, “o diabo não é tão feio quanto se pinta”. Carrera, de personalidade bem-humorada e muito autoconfiante, é conhecida no inferno como uma talentosa coletora de almas, causando inveja na sua principal amiga e rival, Mercedes.
Os demônios costumam vir à Terra invocados por humanos que fazem uso de recursos de magia negra, e geralmente convocam-nos para realizar desejos pessoais em troca da alma. Terminado o serviço, os demônios levam as almas para o inferno, mais precisamente para o demônio chefe, o elegante e fleumático Alphina, que usa as almas para produzir cristais, cujo uso não é esclarecido no anime. Carrera possui fama de mulher-prodígio, pois as almas que coleta são especiais – no geral, de gente que a princípio não possui maldade no coração – e rendem excelentes cristais. Que diferença de Mercedes, uma mulher demônio que também possui chifres e cauda, que apesar de arrogante é atrapalhada e impulsiva, usa uma roupa ainda mais exótica – o vestido dela sequer cobre sua calcinha – e que sempre nutre o desejo de superar Carrera. No começo da série, Mercedes está servindo a um rapaz morador de apartamento, mas fracassa, ao praticamente destruir o apartamento ao tentar consertar uma torneira. Não adianta nem Alphina dizer que Carrera na verdade se preocupa com Mercedes, e quer o seu bem.
Quando não está em “trabalho” na Terra, uma das diversões de Carrera é molestar sexualmente a amiguinha Rati, uma menina demônio de cabelo rosa, vozinha irritante, roupinha bem-comportada com sainha muito curta e rostinho adorável. Rati trata Carrera como uma irmã, e nem parece um demônio, de tão meiga e infantil. É aí que está a insinuação de molestação de menores, uma vez que visivelmente Rati é bem mais nova que Carrera e Mercedes.
Certo dia, na Terra, um humano chamado Ogawa, um rapazinho meio nerd, que usa enormes óculos, resolve invocar um demônio para se vingar de todos que zoaram com sua cara. Com feitiços tirados de um livro de magia negra, Ogawa invoca Carrera, que começa explicando-lhe os termos do contrato. Ogawa, extasiado com a beleza de Carrera, resolve mudar o desejo: sugere, timidamente, fazer sexo com a mulher demônio. E ela, chegada em luxúria, aceita! E faz de tudo – tudo! – com o rapaz, que possui um piiih enorme: oral, penetração e até anal! E Ogawa acaba gostando, fazendo comparações surreais a cada vez que mete a “tora” em Carrera. Mas, na hora do anal, Ogawa acaba gozando antes de Carrera – e a mulher demônio, inconformada, acaba “secando” o rapaz. E, como Ogawa ficou incapaz de falar que estava satisfeito – condição para que Carrera tome sua alma – ela volta ao inferno de mãos vazias, feliz com a noitada. Deixou passar desta vez. Mas acaba castigada: Alphina informa que todo demônio que não consegue trazer almas acaba condenado a cinco dias em uma cela, pendurado pelas mãos.
Na prisão, Carrera, em situação desconfortável, recebe a visita de Mercedes, que aproveita a situação para molestar a rival. Tira-lhes a roupa e usa a própria cauda como piiih para sodomizar Carrera – sugestão da própria prisioneira! Mais tarde, Rati também resolve “brincar” com Carrera – mas começa a molestá-la justo no momento em que o castigo da “irmãzona” terminou, suas mãos são liberadas da algema especial, e a menina-demônio não consegue escapar do castigo.
Ogawa, apaixonado por Carrera e morrendo de saudades dela, resolve convoca-la de novo – mas quem aparece dentro do círculo é Mercedes. Ao saber que é o humano do qual Carrera não levou a alma, Mercedes vê na chance de pegar a alma de Ogawa a chance de superar a rival. Mas Ogawa, decepcionado, não está nem um pouco interessado em Mercedes, e até ameaça se suicidar. A mulher demônio tem algum trabalho para convencer Ogawa a pelo menos experimentá-la – e o humano não se faz de rogado: amarra Mercedes nua em uma floresta e piiih com ela ali mesmo, sob olhares de estranhos homens escondidos nas sombras. Bondagismo, estupro consentido e voyeurismo. Mas não fica satisfeito, e dispensa Mercedes – na verdade, ela que vai embora, indignada, e de mãos vazias.
Ogawa faz uma nova tentativa e consegue convocar Carrera – mas, justo nesse momento, a mulher demônio é capturada por dois anjos de armadura e levada para o Céu.
Os anjos, preocupados com o crescente sumiço de almas humanas – contrariando as leis da reencarnação – resolvem tomar medidas draconianas: interferir na Terra e capturar os demônios que andam tirando almas. Carrera, levada ao Céu, é julgada e condenada a se submeter a uma cerimônia de “purificação”. Mas os anjos que vão fazer essa “purificação” são arrogantes, falastrões, sádicos e muito lascivos. A bem da verdade, são mulheres anjos, que andam nuas e ainda por cima são hermafroditas – possuem órgãos sexuais masculinos e femininos. E a cerimônia consiste, no duplo sentido, em injetar “água benta” nos orifícios de Carrera. Em outras palavras: na tal cerimônia de “purificação”, os anjos vão é estuprar a mulher demônio! Quem disse que anjo não tem sexo?
Ogawa, penalizado pelo rapto de Carrera, faz uma nova invocação – e quem comparece é Rati. Ao saber que Carrera foi capturada por anjos, Rati, na maior impulsividade, voa para o Céu. Chegando lá, ela se depara com as defesas robóticas do exército de “Deus”, e, ao enfrentar essas defesas com sua marreta gigante e personalizada, acaba capturada.
Rati é levada para a mesma sala onde Carrera está sendo obrigada a fazer sexo oral e genital com vários anjos. Rati, amarrada só de calcinha ao chão, acaba sendo molestada por três anjos sádicos, sob a desculpa de ser “purificada” – se é que deflorar alguém pode ser uma forma de purificação.
Enquanto isso, Ogawa faz outra invocação – e quem aparece é Alphina. Ogawa faz um acordo com o demônio: quer resgatar Carrera com as próprias mãos. Assim, Alphina leva Ogawa para os domínios infernais, e ambos planejam o resgate de Carrera e Rati. E levam Mercedes com eles.
Nos domínios do Céu, Alphina, que também possui uma armadura, atrai os anjos guerreiros para uma armadilha – e Ogawa, com seu livro de magias, consegue criar uma armadilha mística, que destrói a proteção dos anjos. E as duas anjas defensoras, nuas, são estupradas – uma por Alphina e seus dois piiih, outra por Ogawa – para dizerem onde estão Carrera e Rati. Só conseguem a informação porque uma das “vítimas” percebe que o sentimento de Ogawa por Carrera vai além da questão entre anjos e demônios. Mas, ainda assim, Ogawa termina de consumar o “ato” com sua vítima.
Rati não consegue aguentar a cerimônia de “purificação” – ela desmaia – mas Carrera, que aguenta mais, é quem praticamente salva o dia... vencendo as suas “carrascas” pelo cansaço. Quando Ogawa, Alphina e Mercedes chegam, já está praticamente tudo consumado – mas será que, no fim, o destino de Ogawa é entregar a alma ou viver feliz ao lado de Carrera... e Mercedes e Rati?
A animação é bem-feita, com alguns efeitos de 3D bem inseridos. Talvez o maior defeito da série seja a anatomia dos personagens, pouco natural apesar das poses eróticas vistas ao longo da narrativa. Já que são demônios, o estilismo seria compreensível. Reparem inclusive que o olhar de Carrera é tão exótico quanto sua roupa. As personagens femininas apresentam pelos pubianos, recortados de formas exóticas – tanto demônios quanto anjos. As adeptas da depilação íntima não iam querer copiar os “modelos” apresentados na série... No roteiro, o grande defeito é o mau aproveitamento de Mercedes na batalha no Céu – ela não faz praticamente nada, enquanto Alphina e Ogawa cuidam de tudo. Pra que então eles a levaram junto?
Viram porque a série nunca vai ser distribuída no Brasil pelos mercados convencionais? Viram por que não vai ser lançado em DVD no Brasil? Mas VIPER GTS pode ser baixado na internet! No Baixar Hentai (www.baixarhentai.net) tem, bem como em outros sites que oferecem hentais. O que é melhor: com legendas em português, e versão sem censura!
Para perder a alma.
Para encerrar, mais histórias da minha série nova, Pequenos Relatos. Hoje, resolvi trazer dose dupla de episódios que se relacionam ao anime resenhado acima – a oposição entre profano e sagrado, que só o carnaval e o fetichismo próprio dos bailes a fantasia podem oferecer.
No sexo, nada é sagrado, no amor nada é profano.
Qualquer hora dessas, eu volto com mais mídias eróticas e mais historinhas ousadas para vocês – mesmo que eu perca leitores por causa disso.

Até mais!

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