Olá.
Hoje,
depois de uma inesperada e breve interrupção na postagem anterior, fecho o
ciclo. Estive resenhando mídias eróticas japonesas, intercalando postagens
sobre animes hentai e mangás eróticos recentemente lançados. Pois, para
encerrar o ciclo e voltarmos com nossa programação normal, sem sexo, hoje vou
resenhar mais um anime hentai recentemente descoberto – e hoje, escolhi um dos
mais fortes, pois contém tudo o que nos dias de hoje é condenável, mesmo a
quatro paredes: insinuação de estupro, molestação de menores, sátira aos
valores cristãos e... demônios.
Hoje
vou falar de VIPER GTS.
Não sei dizer o significado exato do nome nem o sentido para a história. Só sei que o nome na Japão é o mesmo, VIPER GTS (não confundir com o automóvel de mesmo nome). Três episódios de cerca de 30 minutos cada, produzidos em 2002 pela produtora Moonrock, a partir de um jogo de computador da empresa Sogna. Apesar de ser um hentai, uma rápida pesquisa na internet revela que VIPER GTS teve um bom merchandising, pois até bonecas da série, tipo garage kit, foram disponibilizadas.
VIPER
GTS faz parte do gênero fantasia erótico-grotesca, um dos mais comuns dentro de
animações hentai, onde é comum a presença de demônios sexuais, com tentáculos
em forma de pênis, rituais de magia negra e sangue jorrando. VIPER GTS é
estrelada por demônios, anjos e humanos – porém, os demônios são os “mocinhos”,
e os anjos são os “vilões”.
Sim,
o anime contraria tudo o que a gente aprendeu na catequese, na Igreja... É bem
comum, no universo dos animes e nos mangás, a sátira aos preceitos da religião
judaico-cristã – muitas vezes, colocando anjos, ou melhor, anjas, em situações
um tanto comprometedoras, e seguidores do cristianismo no papel de vilões. O
Japão segue como principais religiões o budismo e o xintoísmo, mas houve
tentativas de se implantar o cristianismo dentro do país. Essas tentativas,
levadas a cabo no século XIV, foram mal-sucedidas – e um dos episódios mais
tristes foi o martírio de missionários cristãos, perseguidos pelos xoguns, no
citado século. Pelo jeito, a má fama do cristianismo permanece – vide como a
religião é retratada em vários animes e mangás. VIPER GTS, apesar de não ser
uma série a ser levada a sério, já que é um hentai – e, no universo das mídias
eróticas, nada é sagrado, e pouco se lixam para o fato de a luxúria ser um
pecado capital – é um bom exemplo de como a mídia japonesa vê os preceitos
judaico-cristãos. Por isso, dificilmente vai ser distribuída no Brasil e em
outros países fortemente cristãos – inclusive onde as religiões evangélicas
possuem maior influência, ou onde se percebe ao menos um princípio de
fundamentalismo religioso. Aos que não ligam para questões religiosas, resta a
internet, onde tudo passa onde não estão ativos os firewalls da censura
estatal.
Deixando
de lado tais considerações, VIPER GTS é condenável pela comunidade religiosa
não apenas por colocar anjos na condição de vilões e demônios na de mocinhos,
mas por conter insinuações de estupro e molestação de menores – ainda que os
agressores acabem recebendo o que merecem, o devido castigo. Aos que não ligam
pra religião, oferece algumas horas de diversão onanista, com apoio de um bom
roteiro e uma arte fortemente estilizada.
VIPER
GTS conta as desventuras de Carrera, uma sensual mulher demônio, de cabelos
verdes, chifres na cabeça, cauda pontuda, asas retráteis e trajando um exótico biquíni –
difícil acreditar que seus seios estão mesmo cobertos. Ela circula pelos
domínios infernais, que possuem uma arquitetura exótica – a ligação entre o
inferno e a Terra é feita por uma enorme corrente, que serve de estrada para
que os demônios possam vir ao nosso mundo. Ainda por cima, o inferno não é
representado como um local de castigos eternos, fogo e enxofre: aparenta mais
ser como um reino medieval comum, de prédios exóticos e gente simpática,
confirmando o velho ditado, “o diabo não é tão feio quanto se pinta”. Carrera,
de personalidade bem-humorada e muito autoconfiante, é conhecida no inferno
como uma talentosa coletora de almas, causando inveja na sua principal amiga e
rival, Mercedes.
Os
demônios costumam vir à Terra invocados por humanos que fazem uso de recursos
de magia negra, e geralmente convocam-nos para realizar desejos pessoais em
troca da alma. Terminado o serviço, os demônios levam as almas para o inferno,
mais precisamente para o demônio chefe, o elegante e fleumático Alphina, que
usa as almas para produzir cristais, cujo uso não é esclarecido no anime.
Carrera possui fama de mulher-prodígio, pois as almas que coleta são especiais
– no geral, de gente que a princípio não possui maldade no coração – e rendem
excelentes cristais. Que diferença de Mercedes, uma mulher demônio que também
possui chifres e cauda, que apesar de arrogante é atrapalhada e impulsiva, usa
uma roupa ainda mais exótica – o vestido dela sequer cobre sua calcinha – e que
sempre nutre o desejo de superar Carrera. No começo da série, Mercedes está
servindo a um rapaz morador de apartamento, mas fracassa, ao praticamente
destruir o apartamento ao tentar consertar uma torneira. Não adianta nem
Alphina dizer que Carrera na verdade se preocupa com Mercedes, e quer o seu
bem.
Quando
não está em “trabalho” na Terra, uma das diversões de Carrera é molestar
sexualmente a amiguinha Rati, uma menina demônio de cabelo rosa, vozinha
irritante, roupinha bem-comportada com sainha muito curta e rostinho adorável.
Rati trata Carrera como uma irmã, e nem parece um demônio, de tão meiga e
infantil. É aí que está a insinuação de molestação de menores, uma vez que
visivelmente Rati é bem mais nova que Carrera e Mercedes.
Certo
dia, na Terra, um humano chamado Ogawa, um rapazinho meio nerd, que usa enormes
óculos, resolve invocar um demônio para se vingar de todos que zoaram com sua
cara. Com feitiços tirados de um livro de magia negra, Ogawa invoca Carrera,
que começa explicando-lhe os termos do contrato. Ogawa, extasiado com a beleza
de Carrera, resolve mudar o desejo: sugere, timidamente, fazer sexo com a
mulher demônio. E ela, chegada em luxúria, aceita! E faz de tudo – tudo! – com
o rapaz, que possui um piiih enorme:
oral, penetração e até anal! E Ogawa acaba gostando, fazendo comparações
surreais a cada vez que mete a “tora” em Carrera. Mas, na hora do anal, Ogawa
acaba gozando antes de Carrera – e a mulher demônio, inconformada, acaba “secando”
o rapaz. E, como Ogawa ficou incapaz de falar que estava satisfeito – condição
para que Carrera tome sua alma – ela volta ao inferno de mãos vazias, feliz com
a noitada. Deixou passar desta vez. Mas acaba castigada: Alphina informa que
todo demônio que não consegue trazer almas acaba condenado a cinco dias em uma
cela, pendurado pelas mãos.
Na
prisão, Carrera, em situação desconfortável, recebe a visita de Mercedes, que
aproveita a situação para molestar a rival. Tira-lhes a roupa e usa a própria
cauda como piiih para sodomizar
Carrera – sugestão da própria prisioneira! Mais tarde, Rati também resolve
“brincar” com Carrera – mas começa a molestá-la justo no momento em que o
castigo da “irmãzona” terminou, suas mãos são liberadas da algema especial, e a
menina-demônio não consegue escapar do castigo.
Ogawa,
apaixonado por Carrera e morrendo de saudades dela, resolve convoca-la de novo
– mas quem aparece dentro do círculo é Mercedes. Ao saber que é o humano do qual
Carrera não levou a alma, Mercedes vê na chance de pegar a alma de Ogawa a
chance de superar a rival. Mas Ogawa, decepcionado, não está nem um pouco
interessado em Mercedes, e até ameaça se suicidar. A mulher demônio tem algum
trabalho para convencer Ogawa a pelo menos experimentá-la – e o humano não se
faz de rogado: amarra Mercedes nua em uma floresta e piiih com ela ali mesmo, sob olhares de estranhos homens escondidos
nas sombras. Bondagismo, estupro consentido e voyeurismo. Mas não fica
satisfeito, e dispensa Mercedes – na verdade, ela que vai embora, indignada, e
de mãos vazias.
Ogawa
faz uma nova tentativa e consegue convocar Carrera – mas, justo nesse momento,
a mulher demônio é capturada por dois anjos de armadura e levada para o Céu.
Os
anjos, preocupados com o crescente sumiço de almas humanas – contrariando as
leis da reencarnação – resolvem tomar medidas draconianas: interferir na Terra
e capturar os demônios que andam tirando almas. Carrera, levada ao Céu, é
julgada e condenada a se submeter a uma cerimônia de “purificação”. Mas os
anjos que vão fazer essa “purificação” são arrogantes, falastrões, sádicos e
muito lascivos. A bem da verdade, são mulheres anjos, que andam nuas e ainda
por cima são hermafroditas – possuem órgãos sexuais masculinos e femininos. E a
cerimônia consiste, no duplo sentido, em injetar “água benta” nos orifícios de
Carrera. Em outras palavras: na tal cerimônia de “purificação”, os anjos vão é estuprar
a mulher demônio! Quem disse que anjo não tem sexo?
Ogawa,
penalizado pelo rapto de Carrera, faz uma nova invocação – e quem comparece é
Rati. Ao saber que Carrera foi capturada por anjos, Rati, na maior
impulsividade, voa para o Céu. Chegando lá, ela se depara com as defesas
robóticas do exército de “Deus”, e, ao enfrentar essas defesas com sua marreta
gigante e personalizada, acaba capturada.
Rati
é levada para a mesma sala onde Carrera está sendo obrigada a fazer sexo oral e
genital com vários anjos. Rati, amarrada só de calcinha ao chão, acaba sendo
molestada por três anjos sádicos, sob a desculpa de ser “purificada” – se é que
deflorar alguém pode ser uma forma de purificação.
Enquanto
isso, Ogawa faz outra invocação – e quem aparece é Alphina. Ogawa faz um acordo
com o demônio: quer resgatar Carrera com as próprias mãos. Assim, Alphina leva
Ogawa para os domínios infernais, e ambos planejam o resgate de Carrera e Rati.
E levam Mercedes com eles.
Nos
domínios do Céu, Alphina, que também possui uma armadura, atrai os anjos
guerreiros para uma armadilha – e Ogawa, com seu livro de magias, consegue
criar uma armadilha mística, que destrói a proteção dos anjos. E as duas anjas
defensoras, nuas, são estupradas – uma por Alphina e seus dois piiih, outra por Ogawa – para dizerem
onde estão Carrera e Rati. Só conseguem a informação porque uma das “vítimas”
percebe que o sentimento de Ogawa por Carrera vai além da questão entre anjos e
demônios. Mas, ainda assim, Ogawa termina de consumar o “ato” com sua vítima.
Rati
não consegue aguentar a cerimônia de “purificação” – ela desmaia – mas Carrera,
que aguenta mais, é quem praticamente salva o dia... vencendo as suas
“carrascas” pelo cansaço. Quando Ogawa, Alphina e Mercedes chegam, já está
praticamente tudo consumado – mas será que, no fim, o destino de Ogawa é
entregar a alma ou viver feliz ao lado de Carrera... e Mercedes e Rati?
A
animação é bem-feita, com alguns efeitos de 3D bem inseridos. Talvez o maior
defeito da série seja a anatomia dos personagens, pouco natural apesar das
poses eróticas vistas ao longo da narrativa. Já que são demônios, o estilismo
seria compreensível. Reparem inclusive que o olhar de Carrera é tão exótico
quanto sua roupa. As personagens femininas apresentam pelos pubianos,
recortados de formas exóticas – tanto demônios quanto anjos. As adeptas da
depilação íntima não iam querer copiar os “modelos” apresentados na série... No
roteiro, o grande defeito é o mau aproveitamento de Mercedes na batalha no Céu
– ela não faz praticamente nada, enquanto Alphina e Ogawa cuidam de tudo. Pra
que então eles a levaram junto?
Viram
porque a série nunca vai ser distribuída no Brasil pelos mercados
convencionais? Viram por que não vai ser lançado em DVD no Brasil? Mas VIPER
GTS pode ser baixado na internet! No Baixar Hentai (www.baixarhentai.net)
tem, bem como em outros sites que oferecem hentais. O que é melhor: com
legendas em português, e versão sem censura!
Para
perder a alma.
Para
encerrar, mais histórias da minha série nova, Pequenos Relatos. Hoje, resolvi
trazer dose dupla de episódios que se relacionam ao anime resenhado acima – a
oposição entre profano e sagrado, que só o carnaval e o fetichismo próprio dos
bailes a fantasia podem oferecer.
No
sexo, nada é sagrado, no amor nada é profano.
Qualquer
hora dessas, eu volto com mais mídias eróticas e mais historinhas ousadas para
vocês – mesmo que eu perca leitores por causa disso.
Até
mais!
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