Olá.
Hoje,
mais uma vez falo de livro. Hoje, mais uma vez faço referências à cultura pop
mundial, porque o livro de hoje fala justamente disso.
O
editor veterano Franco de Rosa continua em sua atividade atual, de organizar minienciclopédias
com matérias escritas por ele e outros colaboradores sobre super-heróis e
outros assuntos de relevância pop. Todos publicados pela editora Geek, ex-selo
da editora Discovery Publicações. Só em 2016 já foram três: em abril-maio, foi
lançado o livro Os Segredos dos Super Heróis; em setembro, o livro Universo Nerd – Essencial Heróis; e agora, em dezembro, este, UNIVERSO GEEK – SUPER
HERÓIS, que chegou às bancas há pouco, no início do mês.
O
livro tem características similares a Essencial
Heróis: capa cartonada e laminada com orelhas, 256 páginas coloridas em
papel semi-ofício, muitas ilustrações, e matérias sobre assuntos pop – neste
número são 18 matérias. E um preço pouco convidativo, mas que a qualidade da
impressão justifica: R$ 39,90.
Desta
vez, não há capítulos polêmicos, ou talvez quase – se considerarmos a presença
mais constante de tropeços na ortografia, informações confusas, desencontradas
e incompletas, e erros presentes nas legendas das ilustrações, como legendas
trocadas ou mesmo ilustrações trocadas. Tudo indicando que o livro foi feito às
pressas. E olha que a turma de colaboradores já havia demonstrado maior competência nos volumes anteriores! Mas este volume cuidou de trazer ao público interessado em cultura pop
assuntos diferenciados dos outros volumes.
Coisas que, possivelmente, você não sabia. Tem até sobre literatura.
Well.
Nas orelhas do volume, uma listagem dos mais conhecidos heróis da Marvel e da
DC Comics – cada editora ocupa uma orelha com suas listas. Nas páginas
iniciais, um texto de apresentação do editor, sobre os super-heróis e a cultura
geek – nem vou me dar ao trabalho de fazer reflexões a respeito da cultura
geek, meus 17 leitores já estão com filmes de super-heróis, quadrinhos e outros
assuntos pop chegando ao nível de seus narizes em um verdadeiro mar de
informações sobre como escapar da realidade. E aí, vamos para os capítulos, e
seus respectivos colaboradores.
O
capítulo I tem autoria de Simone Bernardo: Capitão
América – As Várias Mortes do Campeão da Vitória trata de dez ocorrências
em que o Sentinela da Liberdade morreu ou foi dado como morto. Além do célebre
atentado que sofreu em 2007, houve vezes em que Steve Rogers sucumbiu com o
universo normal da Marvel Comics, durante eventos de caráter cósmico, sabia?
No
capítulo II, Doutor Estranho – Além das
Portas da Percepção, de Paulo Lerosi, praticamente um dossiê completo do
personagem do momento nesse quarto trimestre de 2016 (já que foi em novembro
que estreou o filme). Praticamente tudo que diz respeito ao Mago Supremo da
Marvel: origens, bastidores de criação, inimigos, aparições na TV e no cinema,
primeiras publicações no Brasil.
De
Sônia Gutemberg é o capítulo III, Os
Super-Heróis Renascendo das Cinzas, sobre como o atentado de 11 de setembro
de 2001 afetou as HQ de super-heróis. Dentre os maiores afetados, esteve o
Homem-Aranha e seu desenhista naquele instante, John Romita Jr.
De
Gutemberg também é o capítulo seguinte, o IV, Transformers – Origem. Não muito a respeito dos célebres veículos
que viram robôs e vice-versa, desde a idealização dos brinquedos pelas empresas
Hasbro e Takara, já que nem datas exatas de surgimento da franquia ela traz,
nem a listagem de todas as séries produzidas, e as referências aos filmes são
passadas por alto. Mas você sabia que as primeiras HQ dos Transformers
estiveram a cargo da Marvel Comics?
O
Capítulo V, Legião dos Super-Heróis – Os
Clássicos Adolescentes Superpoderosos, de Raphael Candia, trata já de
assuntos relacionados à DC Comics. Trata da primeira equipe de jovens heróis da
história das HQ – antes dos X-Men bombarem, antes dos Jovens Titãs bombarem. Graças
ao reforço do então ídolo da “galera”, o Superboy, e de sua prima Supergirl e,
mais tarde, graças aos roteiros de um menino de 14 anos – Jim Shooter.
O
Capítulo VI já faz o livro fugir do tema-título: Guerra e Matemática – Ciência e História em Tela Grande, de
Clarissa Ortega e Franco de Rosa, tratam de produções cinematográficas que
combinam acontecimentos reais de guerras – principalmente a 2ª Guerra Mundial –
e matemática. Sim, sabia que houve ocasiões em que a diferença entre a vitória
e a derrota de um exército esteve na resolução de cálculos complexos? Em
destaque, os filmes Enigma (2001), O Jogo da Imitação (2014) e U-571,
que tratam, os três, dos esforços dos aliados para quebrar os códigos do
aparelho Enigma, uma das ferramentas mais eficientes do exército nazista.
A
seguir, o capítulo VII, Os Vingadores – A
Grande Saga da Marvel, de Franco de Rosa, que esquadrinha toda a carreira
dos Vingadores, algumas histórias importantes e versões de universos
alternativos. Porém, nenhuma novidade. Nada que um fã de HQ “marvete” já não
saiba.
De
Franco de Rosa também é o capítulo VIII, Batman
– O Lado Vampiro do Morcego, sobre as vezes em que o Cavaleiro das Trevas
se envolveu com vampiros, ou se transformou em vampiro. Nos quadrinhos e na TV.
Principalmente nos universos alternativos da DC.
Capítulo
IX: Filmes de Horror – Psicologia e
Termômetros Emocionais, de Paulo Amaral. Uma possível análise do porquê o
gênero terror, no cinema e nos quadrinhos, fazer tanto sucesso, por mais
repugnante que o filme em questão seja.
No
capítulo X, Heróis da TV – As Séries de
Super-Heróis, de Ramona Baptista, uma análise das séries que estão
atualmente fazendo sucesso na televisão propriamente dita e no streaming de
internet. Apesar do tom confuso, como se a matéria tivesse sido rasgada em
pedaços e depois juntada de forma aleatória; e a autora ainda esquadrinha as
carreiras dos heróis referidos nos quadrinhos, ao fazer as devidas considerações
sobre Supergirl, Smallville, Luke Cage,
Demolidor, Flash e Arrow.
Capítulo
XI: Quadrinhos Mudos – Quando as Imagens
Contam Toda a História, dos Amigos do Estúdio F.R.E.E., tratando a respeito
das HQ que não utilizam palavras, principalmente as de humor – com destaque
para as HQ do hispano-americano Sérgio Aragonés. Inclui depoimentos de
especialistas da área das HQ sobre a arte de produzir HQ pantomímicas.
No
capítulo XII, Trilogia Peculiar – O Poder
das Imagens, de Amanda Amaral, é tratado sobre a série literária de grande
sucesso do momento, O Orfanato da Srta.
Peregrine para Crianças Peculiares, de Ramson Riggs, também conhecida como
“X-Men Gótico”, e adaptada para o cinema este ano por Tim Burton. Série que fez
sucesso, entre outras coisas, pela utilização de fotografias antigas como base
para um enredo... hum... peculiar de fantasia.
Capítulo
XIII: Homem Aranha – Sempre Forte, Sempre
Apanha, de Bianca Palumbo. Outra matéria esquadrinhando a carreira do
Amigão da Vizinhança até os acontecimentos mais recentes. E, desta vez, marcado
por um grave erro de edição das imagens.
Capítulo
XIV: Gerações – Os Inusitados
Super-Herdeiros, de Adriano Reis, trata sobre a trilogia Superman & Batman – Gerações, de
John Byrne, onde imagina uma realidade em que os super-heróis da DC envelhecem
em tempo real e até empreendem jornadas entre o passado e o futuro. O que
começou como uma homenagem à carreira de Batman e do Superman, acabou rendendo
mais do que a princípio foi planejado.
De
Suely Paiva é o Capítulo XV, Séries ou
seriados – A Emoção Prevalece, praticamente tudo sobre as séries de cinema
e TV. As histórias contadas em capítulos, de gêneros diversos, desde os tempos
do cinema, quando eram exibidas antes do filme principal, chegando depois à TV
e ao streaming de internet. Ah: também fala de séries brasileiras – há
referências, principalmente, a Capitão 7 e
Vigilante Rodoviário. Mas parece que,
na pressa da edição, cortaram partes do texto.
No
Capítulo XVI, Fogo Contra Água – O
Pioneiro Conflito dos Super-Heróis, de Gabriela Christophe, a trajetória de
embates entre Namor e Tocha Humana (Jim Hammond), os dois primeiros heróis da
Marvel Comics. Os dois estiveram em conflitos arrasadores desde 1940. No
ensejo, a matéria também fala da série Marvels,
de Kurt Busiek e Alex Ross, a última vez registrada em que vimos Namor e o
Tocha Humana original trocando socos.
No
Capítulo XVII, Os Casais das Historietas
Clássicas, Franco de Rosa, o autor, fala a respeito dos heróis das antigas
tiras de jornal e dos velhos gibis, e de seus pares românticos. Tanto das
garotas que só cumpriam a função de “mocinha em perigo” quanto as que dividiam
as aventuras com eles, antes e depois do casamento (quando este ocorreu). Tem Príncipe Valente, Flash Gordon, Mandrake,
Fantasma, Rip Kirby, Diabolik, Tarzan...
E,
afinal, o último capítulo, o XVIII! Gibiterias
– Ilhas de Tesouros, também de Franco de Rosa, tratando rapidamente das
pioneiras lojas de venda de gibis do Brasil, em misto de nostalgia e informação.
O texto destaca a atuação da Comix Book Shop, a maior rede de gibiterias
brasileira. Não por acaso, que teve Franco de Rosa entre os cofundadores.
Este
volume foi o que teve mais desleixos em sua elaboração, mas é mais na parte
editorial. Claro, em se tratando de uma editora menor do mercado brasileiro,
que torna evidente que carece de revisores de maior competência em sua equipe.
Fora isso, o conteúdo da vez faz valer os R$ 39,90. Teve mais coisas que os
outros livros, sob responsabilidade de Franco de Rosa e da Editora Geek, não
trouxeram. E a editora Geek está demonstrando sua disposição em fazer voos
próprios, além da Discovery Publicações, de onde foi oriunda.
É
possível que Franco de Rosa e sua equipe continuem trazendo livros assim em
2017. Se cuidarem mais dos erros de revisão e das partes polêmicas, nada com
que se preocupar. Mas do que será que o editor e sua “gangue” vão tratar no
próximo livro?
Para
encerrar, deixo a vocês mais algumas ilustrações do projeto a ser desenvolvido
em 2017.
Anuncio
ao público desde já: Macário, o
projeto, virá na forma de contos ilustrados – decido o melhor formato para
trazer aos meus 17 leitores uma série que envolve elementos de terror e humor.
Ah: o título, aviso desde já, é uma referência a uma peça de teatro do poeta
romântico brasileiro Álvares de Azevedo (1831 – 1852).
Mais
detalhes serão dados no devido tempo, talvez sim, talvez não. De todo modo, Macário estreia em janeiro.
Aguardem
novidades.
Até
mais!
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