sexta-feira, 7 de maio de 2010

ALICE em mangá

Olá.
Na postagem anterior, eu falei sobre ALICE, a do país das Maravilhas. Desde as primeiras imagens do recente filme de Tim Burton, ALICE gerou uma comoção mundial: vários produtos agora estão sendo lançados em cima da personagem mais famosa de Charles Dodgson, o Lewis Carroll.
As Histórias em Quadrinhos não poderiam ficar de fora dessa tendência. No Brasil, os quadrinhos vão sendo lançados aos poucos. Já chegou uma adaptação do filme em quadrinhos, pela On Line Editora. Mas hoje vou falar da versão em mangá.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS mangá foi lançado pela editora New Pop, e a adaptação foi feita no Japão por Sakura Kinoshita, desenhista célebre pela série Mythical Sleuth Loki (cujo anime já passou no Brasil, no canal Animax). ALICE é o primeiro mangá da autora licenciada no Brasil.
Bem, a história de Alice é bem conhecida, claro. A menina que, seguindo um coelho branco, cai em um buraco que a faz chegar a uma terra onde vivem seres esquisitos, etc. Nem preciso falar do Chapeleiro Louco e da Lebre de Março, da Duquesa e sua cozinheira, do Gato de Cheshire, da Rainha de Copas... isso muitos de vocês, acho que todos vocês que estão lendo, já sabem, blablablá e piriripororó.
Mas esta adaptação em mangá não se limita apenas em adaptar a história de Carroll. Kinoshita imprime seu estilo na tradicional história, e cria algo realmente inusitado, bem mangá mesmo, com os olhos grandes e tudo. Ah, e o mangá é TODO colorido.
Primeiro: a personagem. Alice, no mangá, fala pelos cotovelos, faz muitas caretas e, o que é mais louco: a cada capítulo da história, suas roupas e penteado mudam! Do tradicional vestido azul de avental branco e cabelos loiros, ela passa a usar cabelos castanhos amarrados em maria-chiquinha e vestido rosa; depois, para cabelos azulados lisos, chapeuzinho negro e vvestido escuro; e assim por diante. Ao todo, são sete looks diferentes! Além de reafirmar o gosto que os japoneses tem em menininhas usando grandes vestidos cheios de babadinhos, ALICE é um verdadeiro desfile de moda. Esse troca-troca de roupa acentua o surrealismo presente na obra original.
Os personagens secundários, no traço de Kinoshita, ficam mais "fofinhos", desde o coelho, que fica redondinho, até a feiosa Duquesa e a rabugenta Rainha de Copas, que ganham traços faciais mais simpáticos. Passando pelo Chapeleiro Louco, que ganha uma versão "rapaz kawaii", ou seja, rapaz bonitinho, tão comum nos shoujo mangá.
Aaah, sim, eu ia esquecendo: quem tem a versão do livro com as ilustrações do inglês John Tenniel, o ilustrador "oficial" da obra de Carroll, vai reconhecer, em certos momentos, alguns quadros semelhantes às ilustrações originais. Estranhamente, Kinoshita não confessa a influência ou homenagem a Tenniel quando fez a história. Ah, mas aqui estão seis exemplos - três de Kinoshita e três de Tenniel, para provar o que estou dizendo (e pedindo perdão desde já se estou ferindo direitos autorais):
No traço de Kinoshita, ALICE vira uma verdadeira comédia, cheia das tradicionais expressões exageradas e SDs (Super Deformed, ou os personagens desenhados em formato "achatado", parecendo anões). Isso confere uma simpatia maior aos antipáticos personagens da obra original. Talvez o defeito maior do mangá seja ter cortado muitos trechos significativos do texto original. Assim, por exemplo, os encontros de Alice com a lagarta e com o Gato de Cheshire ficaram muito breves. Talvez por que a autora tivesse limitação de páginas quando fez essa adaptação.
Ainda assim, ALICE é uma versão quadrinizada imperdível! E o preço "módico" de R$ 12,00 é até justo, visto a qualidade da impressão e a colorização. Ah: e com páginas de extras, onde Kinoshita conta detalhes da elaboração do mangá, esboços das diferentes versões de Alice, e até uma receita das tartes de maçã que aparecem na história!
Quem é fã de Alice, com certeza não perderá essa edição, que é muito divertida!
Bem, mas a pergunta que fica agora é: será que vão lançar no Brasil a versão em quadrinhos lançada nos EUA, com desenhos da brasileira Erica Awano? Vamos ver...
Bem, para esta postagem, claro, fiz mais duas ilustrações de Alice. Uma com ela encontrando a lagarta ("Um lado faz crescer, e o outro faz diminuir." "Um lado de quê? O Outro lado de quê?!" "Do cogumelo, ora essa!")...
...e a outra em que Alice está conversando com o Gato de Cheshire, e este começa a ficar invisível, só deixando aparecer os olhos e o sorrisão. A cena mais clássica deste clássico!
FALANDO NISSO...
Fico muito agradecido pelos comentários que recebi pelo texto anterior. Aliás, um desses comentários me chamou bastante a atenção: da Thina-chan. Ela me recomendou visitar o Blog dela, o Blog das Maravilhas (http://blog-das-maravilhas.blogspot.com/), ainda em construção. Mas se vê, logo, que Thina-chan é influenciada por ALICE e pelos mangás. Será que ela já leu a versão em mangá?
Bem, de qualquer modo, eis aí mais um blog que eu recomendo a vocês. Valeu, Thina-chan!
Até mais!

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