Hoje, continuarei trazendo a vocês uma explanação sobre todas as edições até agora lançadas da revista Quadrante X, do Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria – Quadrinhos S. A., de Santa Maria, RS. Nesta postagem, as edições de 5 a 9 – ainda do período inicial do grupo.
Lançada em maio de 2005.
Alguns meses depois do lançamento da no. 4, a revista no. 5 foi lançada com bastante pompa na Feira do Livro de Santa Maria naquele ano. E esta edição, ao contrário do que se pode pensar, não é temática: foi muita coincidência que a maioria dos artistas participantes usassem temática gaúcha em seus trabalhos. E foi uma edição até então maior que as outras: 36 páginas, incluindo capa! Começando com Elias Ramires Monteiro, com a curta Índio Macho, sobre a polêmica daquele ano sobre a proibição do uso de brincos nos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs); a seguir, após o tradicional editorial, uma seção de cartas (é, recebemos correspondências de fãs naquela ocasião); em seguida, matéria de Carla Torres sobre o personagem gauchesco Tapejara, de Louzada (publicado também no jornal Diário de Santa Maria junto com o Trava de Milton e o Chiclete com Banana de Angeli - é o que aparece bem no centro da capa acima), seguida de duas páginas com uma amostra das tiras do personagem; depois, Bício participa da seção Caricultura, com um retrato pessoal da banda Guns n’ Roses; na estréia da seção Quadrinista do Futuro, uma seção criada pelo Byrata para divulgar trabalhos de quadrinhistas mais jovens, Isadora Lopes (então com 12 anos) traz a historinha Além; a seguir, Marcel Jacques retorna ao tema dos UFOs, já explorado na história da edição no. 1, com Desaparecidos; em seguida, Byrata traz o quinto capítulo da série Xirú Lautério e os Dinossauros; depois, Antônio Pereira Mello roteiriza mais uma história com arte de Aelias, a semi-fábula A Vida é a Maior Riqueza; em seguida, Alex Cruz traz mais uma aventura do Capoeira Negro, Consequência!; a seguir, Al Mário traz a história O Posteiro, sobre uma figura típica das estâncias gaúchas; a seguir, Rafael Grasel (o garotão aqui) com Teixeirão, na primeira parte do arco de tiras A Moto do Compadre; e, concluindo, o segundo capítulo de O Forasteiro, de Milton. Infelizmente, como dito anteriormente, na Quadrante esta história ficou incompleta; para ler O Forasteiro na íntegra, saibam como no blog do Milton.
QUADRANTE X no. 6
Lançada em outubro de 2005
Naqueles dias, as coisas não andavam muito bem para o Quadrinhos S. A.. Um desentendimento entre o Marcel Jacques, então vice-presidente da entidade e que coordenava a produção da revista, e o Byrata, que demorou para entregar sua parte do material da edição, quase causou um racha. Se não me engano, foi nesse período que ganhamos nossa própria sala na Casa de Cultura de Santa Maria – ou ainda ocupávamos a sala do Curso de Artes, que também funcionava ali? Não lembro bem. Por conta desse desentendimento, existem duas versões da edição número 6 – e posso lembrar do quase colapso nervoso pelo qual o Jacques quase passou diante da notícia de que, com a revista já impressa, o Byrata entregou seu material. Mas o fato é que a edição no. 6 saiu, e a versão “oficial” deste número tem 32 páginas (sem contar capa). A primeira versão impressa nem chegou a ser amplamente vendida. Bom: os trabalhos da versão “oficial” são: iniciando, após o editorial, com uma matéria de Jesus Nabor Ferreira, gerente da gibiteria Zona Franca Comics de Santa Maria, sobre o saudoso mestre Eugênio Colonnese; a seguir, Antônio Pereira Mello desenterra mais um material antigo seu – ele fez o roteiro da cômica Vinte e Um Trouxas, com arte de Joe Nunes; a seguir, Gabriel Cóser volta à revista, trazendo a segunda e última aventura do herói O Nada, justamente A Morte do Nada – desta vez, sem o hachurado e o sombreamento que caracterizavam sua arte; em seguida, Al Mário, que durante um período fez charges para o jornal A Razão de Santa Maria, coloca algumas amostras desse trabalho; continuando com o tal material que o Byrata entregou atrasado, o sexto capítulo do Xirú Lautério e os Dinossauros; em seguida, Bício traz mais de seus cartuns malucos, desta vez ironizando O Mundo dos Esportes; em seguida, Marcel Jacques traz a história de suspense A Entrega, uma versão muito pessoal da historinha da Chapeuzinho Vermelho, com uma Chapeuzinho bad girl (que vocês podem ver na capa acima, de Marcel), um lobo monstruoso e um caçador maquiavélico; em seguida, Alex Cruz vem com... não, desta vez não com Capoeira Negro, mas desenhando uma historinha mais cômica, Vaidade Cabeluda, com roteiro de Milton; a seguir, Rafael Grasel (eu) com a segunda parte do arco A Moto do Compadre, do Teixeirão; e, encerrando, Milton, trazendo amostras de seus cartuns. A primeira versão impressa da revista não tem o capítulo do Xirú Lautério (e, consequentemente, menos páginas), as histórias aparecem numa ordem diferente e, no final, há uma historinha curta, antiga e tapa-buraco, do Marcel Jacques. A capa é a mesma. Tentem encontrar esta primeira versão, se forem capazes, colecionadores.
QUADRANTE X no. 7
Lançada em maio de 2006.
Esta é a primeira edição lançada após uma mudança na diretoria da entidade: desta vez, Marcel Jacques aparece como presidente. E bem merecido, visto que foi ele quem praticamente fez tudo com relação à revista – era ele quem diagramava, montava, selecionava, editava. O nosso faz-tudo. E, ainda naquele ano, Marcel lançara seu primeiro livro, pelo selo Quadrinhos S. A., Mestre Zen Noção, cartuns do personagem-título, um guru meio safado espelhado no Mr. Natural de Robert Crumb e no Ralah Rikota de Angeli, com roteiros de Carlos Fernando. E, diante do aparente fracasso de vendas da edição anterior, desta vez mudamos o foco dos lançamentos das Quadrantes: agora as edições são anuais, e lançadas, sempre que possível, na Feira do Livro de Santa Maria, onde a vendagem maior é garantida. Anteriormente, aconteceu um novo concurso de tiras do jornal Diário de Santa Maria, com o intuito de substituir as tiras do Trava de Milton, que haviam parado de sair; é claro que nós, do Núcleo, participamos com uns trabalhos, mas não ganhamos – a tira vencedora foi a do personagem Drink, do também santa-mariense Davi, que apesar de não ser membro “oficial” do Núcleo, foi nosso parceiro por um período. O material que enviamos, entretanto, foi reaproveitado para esta Quadrante, que ficou bem maior (40 páginas, sem contar capa). Começando com uma entrevista de Carla Torres com Sonia Trois, então a nova chargista do jornal A Razão; e, na seção Quadrinhos Pelo Brasil, Marcel Jacques destaca o trabalho da fanzineira, professora e escritora Michelle Domit. Os quadrinhos iniciam com o sétimo capítulo do Xirú Lautério e os Dinossauros de Byrata; em seguida, eu (Rafael Grasel) com três páginas de Teixeirão (até então, eu só tive, no máximo, duas páginas), com o final do arco A Moto do Compadre; a primeira amostra das tiras do concurso do Diário é das tiras do Boca do Monte de Carlos Gomide, desta vez desenhadas por Alex Cruz (por isso, esta edição também não teve Capoeira Negro); a seguir, Marcel Jacques estréia na revista seu personagem doidão Lenis, um adolescente meio pirado (as tiras não saíram no Diário, mas saíram no espaço que o Quadrinhos S. A. ganhou posteriormente no caderno Teen do jornal A Razão – onde também estreou a Letícia, personagem deste que escreve); continuando com outro material antigo produzido por Antônio Mello (texto) e Aelias (arte), a história natalina Redenção de um Assassino; a seguir, Al Mário traz alguns cartuns de seu personagem Naso, um descendente de italianos narigudo (o mesmo que ilustra a capa acima), que estreou em um livro escrito pela professora Cátia Dalmolin, Senza Ritorno; a seguir, Bício nos traz uma história longa, O Super Gárgula, sobre os famosos monstros que ajudam a escoar a água das catedrais antigas; na seção Caricultura, Jô Oliveira retrata a atriz Fernanda Montenegro; em seguida, Gabriel Cóser traz as tiras do personagem universitário Franco (também concorrente do concurso do Diário); e terminando, Al Mário volta com Os “Apoios” de um Deficiente Visual (O Popular Ceguinho). Ufa!
QUADRANTE X no. 8
Lançada em maio de 2007.
Confirmando que de agora em diante a Quadrante seria anual, a edição 8 chega num momento de otimismo. Começando com a seção Quadrinhos pelo Brasil, por Carlos Gomide e Marcel, noticiando as mortes de Ely Barbosa (criador da Turma da Fofura) e do americano Ed Benedict (famoso pelos desenhos da Hanna-Barbera); a seguir, num intercâmbio quadrinhístico arranjado por Antônio Mello, o português Agonia Sampaio dá uma amostra de sua arte incrivelmente detalhada na historinha cômica À Saída de uma Taberna; a seguir, o oitavo capítulo do Xirú Lautério e os Dinossauros de Byrata – e, depois desse, a série seria interrompida na Quadrante, e a conclusão da série só seria lida no álbum lançado em 2011; a seguir, a estréia da seção Quadrinhos S. A. em Ação, por Bício, relatando as nossas atividades de então (incluindo meus trabalhos para a Casa 13 de Maio de Santa Maria, os panfletos e os leques sobre a AIDS); continuando os quadrinhos, Al Mário traz seus personagens Bombaca e Seacha na curta Beijo Técnico (argumento de Paulo Mello, irmão de Antônio Mello); na seção Quadrinhistas do Futuro, amostras de trabalhos de Emanuelli Custódio (e seu personagem, o cachorrinho Gildo Cidadão), Guilherme e Ana Luísa. Esta é a estréia de Guilherme Hollweg, o Guiga, então aluno de uma das oficinas de HQ promovidas pelo Quadrinhos S. A., na Quadrante; em seguida, Marcel Jacques traz para a Quadrante tiras inéditas do Mestre Zen Noção (após o sucesso do livrinho do personagem); a seguir, Bício traz mais cartuns, os Cartuns Etílicos (retratando o universo das bebidas alcoólicas) e na historinha curta No Bar do Parça; em seguida, o retorno do Capoeira Negro de Alex Cruz, na aventura O Ataque do Lobisomem; na seção Caricultura, Milton retrata o pintor surrealista Salvador Dalí; em seguida, eu (Rafael Grasel) com mais tiras do Teixeirão (ainda com o nome Na Estância do Teixeirão, esqueci de dizer); e, concluindo, Alex Cruz caricatura todos os artistas integrantes do Núcleo. A capa é de Marcel Jacques.
QUADRANTE X no. 9
Lançada em maio de 2008.
Esta é a primeira edição puramente temática da Quadrante, e a última lançada antes da minha ida de Santa Maria (me formei naquele ano) para morar em Vacaria. O tema da presente edição são os 150 anos da cidade de Santa Maria, RS. O momento não poderia ser mais propício, visto que agora só lançamos a Quadrante na Feira do Livro de Santa Maria. Vivíamos um bom momento, inclusive com a página semanal no caderno Teen do jornal A Razão. Os trabalhos, todos com o tema Santa Maria, distribuídos nas 32 páginas (sem contar capa) da revista: começando com Marcel Jacques, trazendo tiras do Lenis; s seguir, texto de Antônio Mello, Um Olhar sobre Santa Maria; prosseguindo, Milton com uma história longa – e inédita – do Trava, O Presente Ideal, onde o magrão e sua turma tentam encontrar uma forma de presentear a cidade; a seguir, na mesma página, um cartum de Guiga e uma tirinha de Kiko Paim; a seguir, Alex Cruz volta com Capoeira Negro em Criatura Homem, onde Santa Maria acaba sendo mais que um cenário, mas um personagem da história; nas páginas centrais, a seção Quadrinhos em Ação, por Bício, as atividades do Núcleo em 2007 e início de 2008; em seguida, Jô Oliveira traz umas amostras de seu personagem Sarico, o dinossauro santa-mariense (infelizmente, o texto de algumas tiras é datado e o público não vai entender seu sentido); a seguir, Rafael Grasel (eu) trazendo Teixeirão numa série especial de tiras (cinco páginas!), visitando o campus da UFSM (minha homenagem a esta faculdade que foi meu segundo lar nos cinco anos que morei em Santa Maria, com os desenhos dos edifícios e tudo – uma senhora lição de desenho que aprendi, na tentativa de reproduzir os prédios daUFSM e suas esculturas); prosseguindo com Bício, com Reza a Lenda, uma possível origem para a cidade; em seguida uma estréia: ninguém menos que Marcel Ibaldo, que conheci durante os Ciclos de Cinema promovidos pelo Curso de História da UFSM e que “designei” como substituto meu no Núcleo – depois da entrada do Ibaldo, as coisas nunca mais foram as mesmas no Quadrinhos S. A.. Sua estréia na Quadrante foi com Rockstar – O Manual do Roqueiro, onde ele ironiza o mundo dos músicos iniciantes em seu traço híbrido de cartum brasileiro e mangá (o material também foi concorrente no concurso do Diário de Santa Maria, e o material recebeu leves mudanças para a publicação na Quadrante); prosseguindo com a seção Caricultura, onde Marcel Jacques retrata José Mariano da Rocha Filho, o fundador da UFSM; e, no encerramento, Al Mario resume a história do município em cartuns: Santa Maria em Cartuns: Uma Parte de Nossa História. Na 3ª capa, com o acréscimo de mais alguns membros, Alex Cruz novamente caricatura os membros do Núcleo. Yeah! A capa, como podem ver, é uma montagem com vários personagens da Quadrante, e feitas por vários artistas envolvidos: Al Mário, Alex Cruz, Marcel Ibaldo, Guiga, Marcel Jacques, Milton, Bício, Rafael Grasel e Kiko Paim.
Na próxima postagem da série, os números 10 a 12, em nova explanação. Ufa!
Mas, provavelmente, a última parte sairá na sexta-feira, se Deus quiser, porque amanhã, quinta-feira, é dia de Teixeirão no blog. E, para a última postagem da série, estou reservando uma surpresa aos leitores do blog. Aguardem!
Para encerrar, resolvi fazer uma nova ilustração alusiva à Quadrante: uma reprodução dos personagens principais da história A Entrega (QX6), do Jacques. Não pintei toda a ilustração, mas fiz algo meio Frank Miller – uma cor de destaque no meio do preto-e-branco. No caso, vermelho. Afinal, falamos de uma versão da Chapeuzinho Vermelho... de sangue. Não ficou grande coisa, mas espero que gostem. Buá!
Até mais!
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