sábado, 19 de maio de 2012

QUADRANTE X - todas as edições - parte 3 (10 a 12)

Olá.
Hoje, para encerrar a série sobre todas as edições da revista Quadrante X, do Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria – Quadrinhos S. A., de Santa Maria – RS, trago a vocês as edições de 10 a 12. Estas edições já haviam sido resenhadas anteriormente no blog, mas hoje trago a vocês uma nova explanação sobre elas, para constar nos arquivos. Em todo caso, leiam aqui as resenhas originais da no. 10, no. 11 e no. 12.


QUADRANTE X no. 10
Lançada em maio de 2009.
Desde o lançamento da edição 9, esta Quadrante foi planejada para ser diferente das anteriores. E foi o que realmente aconteceu – a edição número 10 foi a primeira edição da Quadrante a ganhar projeção nacional. E vocês podem ver que, desde a capa, a Quadrante X ficou diferente: capa colorida, logotipo novo, formato menor que o das edições anteriores, americano, e número de páginas maior – 44, sem contar capa. E esta edição também é temática, tal como foi a anterior: seus autores resolveram se exercitar nas aventuras de super-heróis, com doses de humor, ação e até crítica social. Depois que o Marcel Ibaldo entrou no grupo, as coisas nunca mais foram as mesmas. O meu material entreguei antes, em maio de 2008, antes de ir embora de Santa Maria (leia aqui a minha história da gênese dos meus heróis). A revista começa com a tradicional seção Quadrinhos em Ação, destacando as atividades do grupo em 2008 e início de 2009 (incluindo o lançamento, em setembro de 2008, do primeiro gibi do Capoeira Negro de Alex Cruz pela editora Júpiter 2). A seguir, seção nova: Traçando Todas, algumas atividades paralelas envolvendo quadrinhos realizadas em Santa Maria (algumas sem a participação do Quadrinhos S. A.). Em seguida, Antônio Mello assina uma coluna, Nona Arte: Diversão e Cultura; e, terminando a parte “burocrática”, a seção Macroscópio da História, outra estréia, assinada por Alexander Rossato, à época professor de História e Acadêmico de Arquivologia, hoje arquivista da prefeitura de São Sepé, RS, na estréia falando sobre a relação entre os quadrinhos e a mentalidade da época em que foram produzidos. Os quadrinhos são marcados pelas estréias dos super-heróis que vieram para ficar. Começando pelo herói Chicken-Man, por Marcel Ibaldo (roteiro e arte) e Bício (assistente na arte), o galo antropomórfico e alienígena de voz potente (lembro que o pessoal mais falava nele que nos outros heróis; o Chicken-Man foi criado por Bício, segundo uma historinha curta, de prévia, que foi publicada no blog do Quadrinhos S.A.); a seguir, outro herói que faz seu debut na Quadrante é o Putzman, com roteiro dos dois Marcéis (Jacques e Ibaldo), desenhos de Guiga e arte-final do Ibaldo, um herói que, na ânsia de ajudar, acaba fazendo tudo errado (tanto que seu slogan é “salve o mundo... ou morra tentando”); prosseguindo, o já clássico Capoeira Negro, em aventura sem título, desta vez feito a cinco mãos: Marcel Ibaldo (roteiro e assistência na arte), Alex Cruz, Bício, Marcel Jacques e Elton Keller (arte). Aqui, o Capoeira apanha bastante, enquanto reflete sobre a sua atividade no combate ao crime; seguimos com a seção Caricultura, onde Ibaldo retrata o já mestre Stan Lee; em seguida, Marcel Jacques, totalmente só, traz mais um herói, o Pseudoman, um super-combatente do crime que possui como maior nêmesis a própria esposa; prosseguindo com mais uma estréia: os Super Anões, com roteiro de Marcel Ibaldo, desenhos de Rafael Grasel (eu), e arte-final de Ibaldo e Bício. Ficou meio estranho a arte-final sobre meu lápis, num estilo diferente do que o público estava acostumado a ver em relação a Rafael Grasel, mas o trabalho teve boa recepção; a seguir, Bício (sozinho) nos traz, em tiras, Super Tramposo, misto de político corrupto e super-anti-herói; a seguir, a seção (também estreia) Galeria do Leitor, com trabalhos de fãs que nós recebemos; no finalzinho, Al Mário, em seu último trabalho para a revista (depois, ele não deu mais as caras na Quadrante), com Os ImbecilóidesA Liga Excepcional, amostras de “heróis”; e, encerrando, Marcel Ibaldo, o nosso faz-tudo, caricaturando os membros do grupo. Em tempo: Ibaldo também assinou a ilustração da capa, junto com Alex Cruz e Marcel Jacques. Foi um sucesso de público! Tanto que esta edição é uma das edições atualmente mais difíceis de encontrar (junto à edição no. 4).

QUADRANTE X no. 11
Lançada em maio de 2011.
Outra edição cujo “parto” foi complicado. A idéia original do grupo era lançar a edição 11 em outubro de 2010 – ou antes – quando teria eleições para presidente e Copa do Mundo. Entretanto, problemas operacionais adiaram o lançamento da edição para maio de 2011, na já tradicional Feira do Livro de Santa Maria, quando os motivos norteadores da edição já haviam passado. Mesmo assim, o tema foi lançado: política e politicagem. Estávamos ainda ressentidos com os escândalos políticos do governo Lula – e estamos ressentidos até hoje, pois insistimos ainda em pegar no pés dos políticos através dos cartuns. E a presente edição tem número de páginas maior – 48, sem contar capa. E com uma experiência inédita, idealizada pelo nosso novo faz-tudo Marcel Ibaldo: histórias interligadas. No caso, os heróis da Quadrante numa aventura comum, histórias separadas ligadas por um motivo comum, vocês entenderam, né? No caso, a missão era deter um bando de políticos corruptos e seu plano de idiotizar a população brasileira através da TV. E um dos políticos era um dos inimigos dos Super Anões, que apareceu na história de estréia. Mas vamos por partes: começando com seções tradicionais, Quadrinhos em Ação (texto dos Marcéis Ibaldo e Jacques), Traçando Todas, Nona Arte (com nova diagramação, por Antônio Mello) e Macroscópio da História (por Alexander Rossatto). Os quadrinhos começam com as tais histórias interligadas, todas escritas por Marcel Ibaldo: inicialmente, o prólogo, com arte do goiano Walington “Pulga” Lima; a seguir, quem começa a missão (e morre de novo na tentativa) é o Putzman (arte de Guiga e Ibaldo); quem assume a seguir a missão são os Super Anões (arte de Rafael Grasel – eu – e dos Marcéis, Ibaldo e Jacques); e concluindo, quem “salva” o dia é o Chicken-Man (arte de Ibaldo e Elton Keller). É aquela coisa: se a lei não pune os corruptos, chame os super-heróis! A edição segue com Marcel Jacques, em Dicas para um Político Filho da (...), onde o malucão Lenis (criação do Jacques) dá dicas de como um corrupto pode esconder de forma segura seu dinheirinho desviado; em seguida, outra estréia – e compensando uma ausência sentida: o herói Abysmo, o coletor de almas, por Milton Soares, na aventura Circumstantia (Abysmo deveria ter estreado na QX10, mas por problemas fora do controle do autor, a história de estréia saiu nesse número); a seguir, outro retorno: Bício traz de volta o Super-Tramposo, tentando a reeleição; saindo da política, os Marcéis, Ibaldo (roteiro e arte) e Jacques (arte-final) fazem um retrato do curso onde o primeiro é formado em A Arquivologia em 7 Semestres (o curso de Arquivologia da UFSM patrocina a edição); a seguir, outro artista faz sua estréia nas páginas da Quadrante: Felipe “Novato”, com Despolítica, seu comentário irônico sobre os tempos modernos; seguindo ainda com a seção Galeria do Leitor (alguns talentos apresentados prometem muito); e, encerrando, os Marcéis trazem Cid Legal: Na Linha da Cidadania, trazendo o personagem criado para o Programa Municipal de Educação Fiscal de Santa Maria (que auxilia no patrocínio da edição) trazendo dicas de cidadania. Ah: uma nova seção também faz sua estréia – O Melhor do Humor em Quadrinhos! – trazendo lançamentos de alguns colegas desenhistas colaboradores do Núcleo – os destaques são os quadrinhos do paulista Marcio Baraldi (o criador dos personagens Roko-Loko e Adrina-Lina) e do porto-alegrense Rafael Corrêa (criador do personagem Artur, o Arteiro), ambos colaboradores da maior exposição de cartuns que o Quadrinhos S. A. já promoveu, a Expo Rock, promovida em 2010. A capa mais uma vez é de Ibaldo, junto com Bício e Jacques. É isso aí.

QUADRANTE X no. 12
Lançada em maio de 2012.
Eis aqui a edição lançada este ano, já comentada no blog, mas que comentarei de novo. Esta edição é a maior já lançada: 68 páginas, sem contar capa. Capa, aliás, pôster, uma única ilustração ocupando a 1ª e a 4ª capas, assinada pelos Marcéis, Ibaldo e Jacques, e Milton Soares. E com colaboradores de fora do Estado do RS. Tema da edição: o Fim do Mundo marcado para o presente ano. E com pitadas de crítica social. Por isso, é a edição mais pessimista e depressiva até agora, quase sem traços de humor. E olha que em 2012 o Quadrinhos S. A. completou 10 anos de existência! O planejamento e a confecção desta edição constituíram uma corrida contra o tempo, felizmente bem-sucedida: não perdemos outra Feira do Livro. A Revista começa com as já tradicionais seções Quadrinhos em Ação (pelos Marcéis), Traçando Todas, Nona Arte (por Antônio Mello) e Macroscópio da História (desta vez, por Leandro Rodrigues). Os quadrinhos começam de novo com a série de histórias interligadas, todas escritas por Marcel Ibaldo, trazendo os heróis da Quadrante tentando impedir que um estranho político, que possui um sórdido segredo, leve adiante um plano de adiantamento do apocalipse. Começando pelo prólogo, com arte do paranaense Bruno Ferreira; a seguir, a primeira tentativa e salvar o mundo é com os Super Anões (desenhos de Rafael Grasel – eu – e arte-final de Ibaldo); prosseguindo, quem faz a próxima tentativa de adiar o apocalipse é o Chicken-Man (arte de Ibaldo, Elton Keller, Alex Cruz e Bício); e a última tentativa desesperada é confiada ao Putzman (que não cansa de morrer e ressuscitar – arte de Ibaldo e Guiga). O final em aberto não deixa dúvidas sobre o resultado da tragédia. Em seguida, Felipe Novato volta com Vênus e Velho, uma reflexão antes do fim; em seguida, Marcel Jacques traz sua história mais forte já produzida, Fome Zero, um pesadelo envolvendo zumbis e crítica social – e usando de técnicas inovadoras de arte; prosseguindo, o paulista Bira Dantas, criador do Tatu-Man e novo sócio honorário do Núcleo, com a irônica série de cartuns Fim do Mundo é Isso Aí...; quem retorna a seguir é Abysmo, o coletor de Almas, na aventura Gênesis, onde é contada a sua origem (roteiro de Ibaldo e arte de Milton); na seção Caricultura, Elias Monteiro nos traz a sua visão do profeta Nostradamus; seguindo, Rafael Corrêa, com Fúria, sua visão da destruição da humanidade pelas mãos de um monstro; seguindo, Bício retorna ao seu elemento, os cartuns, com Cartuns Ecologistas para Salvar o Mundo; segue, desta vez com quatro páginas, a Galeria do Leitor, novos talentos revelados pelo Núcleo; e, encerrando os quadrinhos, Cid Legal: Jogada Certa (pelos Marcéis), trazendo de volta o mascote do Programa Municipal de Educação Fiscal de Santa Maria. Encerrando, a seção O Melhor do Humor em Quadrinhos!, destacando o álbum Xirú Lautério e os Dinossauros II e a revista Picles # 1.

Bem. O que virá daqui em diante? Qual será a grande idéia para a próxima edição? Será que os nossos heróis e artistas favoritos estarão presentes? Aguardemos! Quem viver verá! Quem sobreviver ao juízo final verá! Enquanto isso, acompanhem as atividades do Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria pelo blog: www.quadrinhossa.blogspot.com/. Assumimos sempre o compromisso de fazer uma Quadrante melhor que a edição anterior – e pior que a próxima!

Para encerrar, eis aqui a surpresa que prometi a vocês.
Foi o Marcel Ibaldo quem me chamou a atenção para algo que eu ignorava (e, de certa forma, todos nós ignorávamos): a Estétika, integrante dos Super Anões, é a única personagem feminina fixa da Quadrante! Sim: todos nós, quando criamos personagens, acabamos sempre colocando personagens masculinos como personagens principais – e nunca uma fêmea que seja fixa. Vide Lênis, Teixeirão, Capoeira Negro, Bombaca, Xirú Lautério, Mano & Véio, Chicken-Man, Super Tramposo, Abysmo... A Estétika, então, cumpre esse papel. Apesar de lutar sempre ao lado de Micro-Man, Black Ape e Doutor D, Estétika é a nossa garota.
Talvez por isso, a Estétika é redesenhada pelo Ibaldo como uma típica super-heroína: cheia de curvas, sensual de certa forma. Parece menos uma anã, que teoricamente deveria ser mais rotunda.
Por isso: a surpresa é: resolvi colocar o lado tarado meu para funcionar e produzi duas páginas de um “ensaio sensual” com a Estétika. Digamos que ela é a próxima capa da revista VIP (Playboy não, aí já fomos longe demais). Calma: pode não parecer, mas ela é maior de idade.
Ela fica diferente arte-finalizada por mim - as ilustrações foram pintadas a lápis de cor. Mas deixe estar.
Aguardem as novas aventuras dos membros do Quadrinhos S. A.!
Até mais!

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