quarta-feira, 6 de março de 2013

Tempestade de ideias - 11

Olá.

Como é muito o que planejei escrever para este momento, começa mais uma vez a série Tempestade de Ideias. Esvaziamento da cabeça sem necessidade de trepanação do crânio (abrir um buraco para deixar sair o excesso de líquido).



QUE ANO MALUCO
2013 começou de forma estranha. Vários fatos inesperados estão acontecendo ao mesmo tempo.
Um meteoro cai na Rússia.
O Papa Bento XVI renuncia ao cargo - algo que não acontecia há centenas de anos. E agora ele está descansando, livre de pressões e das críticas.
Um novo Papa vai ser escolhido - e, recentemente, terminei de ler o best-seller Anjos e Demônios, de Dan Brown, que também gira em torno de um conclave (eleição de um novo Papa).
Renan Calheiros retorna à presidência do Senado - depois de todo nosso esforço para que a CPI conseguisse puní-lo!
Hugo Chavez, presidente da Venezuela, morreu.
E agora, o Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr, também morre.
Alguma coisa está acontecendo. Em 2012, houve mais mortes de gente famosa do que nos anos anteriores, é a sensação que tenho: Wando, Whitney Houston, Hebe Camargo, Oscar Niemayer...
E o que eu ando lendo no Facebook está me assustando.
2012 não foi o ano do fim do mundo. Mas estou tendo uma sensação ruim.

TEMOS DE VENCER, CUSTE O QUE CUSTAR, SE POR MAR EM UM NAVIO DE GUERRA, SE POR TERRA EM UM TREM MILITAR
O título acima remete aos versos de uma música mexicana famosa, Adelita. Mas o assunto é a morte do Hugo Chavez.
Confesso: senti uma pontada de alívio com a morte do Chavez. Eu simplesmente não simpatizava com ele. Na verdade, não simpatizo com qualquer um que transforme seu país numa ditadura, visando protegê-lo de uma suposta ameaça externa. Que o diga o Brasil em 1964, o Chile e a Argentina nos anos 70.
Essa história de "Revolução Bolivariana" parece mais uma história mal-contada. Simón Bolívar, El Libertador (1783 - 1830), também não deve estar entendendo muito bem essa história, de dentro de seu túmulo.
Bão, vamos por partes. O líder das guerras de independência das então colônias espanholas foi o responsável pela independência da Venezuela, da Colômbia e do Equador. Ajudou ainda José de San Martin a libertar o Peru - San Martin libertou também o Chile. E Bolívar tinha por sonho unificar as novas nações formadas a partir da independência, numa grande confederação, a Gran Colombia, visando fortalecer a política da região, evitar que o continente se fragmentasse e se defender de agressões estrangeiras. Bolívar, ao menos, foi o primeiro líder a sonhar com a integração mundial - isso incluía juntar várias nações e tornar o "mundo um só", como John Lennon queria, e não falar mal e embargar os países que podem ser aliados, ou os que já não são hoje o que um dia foram. Mas viu seus planos fracassarem ainda em vida. Bem, posso não conhecer muito bem a biografia e o pensamento de Bolívar, mesmo sendo professor de História, mas...
O que a gente viu no governo de Chavez? O estabelecimento de um governo que mais criticou a suposta influência dos EUA do que melhorou a vida da população; Desabastecimento, inflação, escalada da violência na Venezuela; estatização de empresas; um cala-a-boca do Rei da Espanha; a perseguição a redes de TV e rádio independentes - em suma, um cerceamento da liberdade de imprensa; o líder mandando todo mundo tomar banho de três minutos como forma de conter o racionamento de água; o mesmo querendo provar que Bolívar foi assassinado (El Libertador, já está comprovado, morreu doente); líderes latino-americanos se espelhando nesse sistema. O que é que tem de Bolivariano nessa história? Certamente, apenas as críticas às agressões externas - Bolívar visava proteger seu país da Espanha (mas não conseguiu proteger da Inglaterra); Chavez, dos EUA. Com relação a Chavez, eu estou com a revista Veja.
De mais a mais, o Chavez que eu prefiro é o da TV, o inesquecível personagem de Roberto Gomez Bolaños. Esse sim.
Amigos, essa forma de promover o socialismo está errada. Tudo bem, a pretensão é melhorar a vida da população sofrida e explorada pelas multinacionais estrangeiras. Mas isso não dá a vocês o direito de serem piores que os Estados Unidos. Criticar o imperialismo não adianta, precisam fazer algo concreto. Cuba já é um modelo falido. Parem de falar mal da Yoani Sanchez. Ela não merece. De que adianta ter educação e saúde garantidos se lhe é tolhida a liberdade de escolha, você não pode falar mal do governo e você não pode expressar sua homossexualidade tranquilamente? De que adianta ter suas necessidades básicas atendidas pelo Estado se o Estado lhe tira o direito de ser você mesmo, só podendo ser o que o governo diz pra você ser?
Bem, posso estar sendo polêmico, e certamente apoiadores de Chavez e de Fidel Castro cairão em cima de mim. Mas não compactuo com esse tipo de socialismo. Mudar a sociedade sim, mas antes temos de mudar o homem. Vamos investir mais em educação do que em críticas sem juízo de valor no Facebook.
Fiz uma charge que expressa alguns de meus sentimentos. Um direito de resposta ao Simón Bolívar. Pode não ter ficado muito bom. Desculpem se não sou muito bom em caricaturas, eu fiz a charge às pressas. E desculpem se irritei alguém.

BLOG PRA VOCÊS
Bem, saindo do discurso virulento e nada-a-ver, pra encerrar, vou deixar a vocês outra dica de blog.
Recentemente, tive contato com o blog Os Nomes da Vida, de Tiago P. Klein e Paulo Daniel. São histórias em quadrinhos que discutem aspectos da sociedade e da vida através de personagens. Klein escreve os roteiros, Daniel faz os desenhos. A série, com três capítulos disponíveis até agora, tem os mesmos disponibilizados para download. Confiram e se surpreendam: http://osnomesdavida.blogspot.com.br/.
À espera do próximo capítulo.

E encerramos por agora outra Tempestade de Ideias.
E amanhã tem Teixeirão e Cruzaltino aqui no blog! Fiquem com a gente!
Até mais!

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