sábado, 19 de setembro de 2009

Livro: A DUPLA SERTANOJO

Olá.
20 de setembro é a data magna dos gaúchos: é quando comemoramos, junto com a Revolução Farroupilha, o nosso orgulho por essa terra e por nossas tradições.
Estou interrompendo momentaneamente a série sobre a História dos Quadrinhos no Brasil para falar de livro. Com o 20 de Setembro, nada é mais apropriado.
Muitos costumam gozar dos cartunistas gaúchos, que fazem questão de se dizerem gaúchos e cartunistas. Ainda mais aqueles que desenvolvem temáticas gauchescas.
Bem, temos aqui um dos mais premiados cartunistas no Brasil e no exterior: Neltair Abreu, o nosso Santiago. O pseudônimo já entrega de que cidade do Rio Grande do Sul ele veio. E dizer "um dos mais premiados no Brasil e no exterior" não é exagero, não. Vejam: Cinco vezes premiado no Salão de Humor de Piracicaba; duas vezes no Salão do Canadá; Cinco vezes no concurso do jornal Yomiuri Shimbun de Tóquio; primeiro lugar do concurso da agência Sofia Press, da Bulgária. E esses são só os que constam na capa do livro...
E eu posso dizer com orgulho: eu o conheci pessoalmente. Durante o 3o. e o 4o. Cartuchos - Encontros dos Cartunistas Gaúchos, em Santa Maria, RS. Eis aqui o autógrafo dele, que ganhei, para provar:
Recentemente, adquiri um de seus livros de tiras. O traço de Santiago é um daqueles que se reconhece a quilômetros. E seu personagem mais famoso, o Macanudo Taurino, estrela esta coletânea da editora L&PM: A DUPLA SERTANOJO E OUTROS CAUSOS DO MACANUDO TAURINO.
Macanudo Taurino, criado por volta de 1975, é um gaúcho daqueles bem tradicionais. às vezes aprontando, às vezes comentando ironicamente as situações que se apresentam à sua frente. Ele mora em Rincão das Guanxumas, e tem como parceiros o guaipeca, o cachorrinho que quase sempre aparece ao pé dos personagens, e os outros moradores do Rincão: Seu Polsério, o grande companheiro de comentários de "seu" Taurino; Guede, o bolicheiro; Vó Libânia, a velhinha cientista maluca; e muitos outros.
Em A DUPLA SERTANOJO, coletânea de tiras publicadas entre os anos 80 e 90, o mote é a música sertaneja. Ou a sátira a ela, através dos personagens-título, Xorãozinho e Xaropó, que se vestem de caubóis e ficam a maior parte do tempo cantando músicas de cama. Como boa dupla sertaneja que são... E, durante a "saga", os dois vão do sucesso ao fundo do poço, graças à intervenção de Terezona, o Sapatão Sertanejo, e terminam cantando com roupa de samurai...
Na coletânea também aparecem: Terezona, o Sapatão Sertanejo, vestida como o personagem histórico americano David Crocket ("Não tenho muito a ver com o David, mas me identifico com o Croquete"), que acaba com a dupla sertanojo de uma forma bem peculiar, e "divulga" o lesbianismo através de suas canções; a Vó Libânia, testando junto com o Taurino uma de suas invenções, um chatômetro, cujo nome entrega a função; Benny Meiry, o marqueteiro que tenta modernizar o bolicho do Guede; o Outro, o sábio dos provérbios, aconselhando através de ditados os que Vêm à sua gruta consultar. E ainda: o Macanudo Taurino vai viajar pela Europa, analisando através de sua visão de mundo gauchesca a França, a Itália e a Rússia, nas cartas ao compadre Polsério.
Enfim, humor gaúcho, como só um gaúcho pode conceber. Imperdível, para quem gosta de quadrinhos gaúchos! Não é à toa que o Santiago é um dos maiores cartunistas da nossa terra!
E, aproveitando a data magna do gaúcho, fiz um desenho recente do meu personagem gaúcho, o Teixeirão. Mantendo o espírito da epopéia farroupilha, como ele entende que seja...
Até mais!

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