quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pequena História da Ecologia

Pesquisa de Rafael Grasel.

Olá.
Hoje, vamos falar um pouco sobre a ecologia e sua história.
A Ecologia pode ser definida como a ciência que estuda o meio-ambiente, ou seja, o estudo dos ecossistemas, da distribuição e abundância dos seres vivos e das interações que as determinam.
A palavra Ecologia vem do grego oikos, que significa “casa”, e logos, “estudo”. Por extensão, seria o estudo da casa, ou, por extensão, do lugar onde se vive. O termo foi cunhado pela primeira vez pelo cientista alemão Ernst Haeckel, em 1869. No entanto, não podemos confundir o surgimento da ecologia enquanto ciência com o surgimento do termo; a preocupação do homem com a natureza vem de muito antes do trabalho de Haeckel.


POR QUE A ECOLOGIA É IMPORTANTE?
Para entender a importância da ecologia, temos de primeiro entender como o homem se relacionou com a ecologia através dos tempos.
É certo que, desde o surgimento do mundo, o homem não tinha uma preocupação muito grande com a natureza, quer dizer, em preservá-la. Na idade da pedra, os seres humanos viviam de acordo com os fenômenos naturais: o clima, a vegetação existente nas regiões e o comportamento dos animais determinavam a sobrevivência dos primeiros seres humanos, dependentes da caça, da pesca e da coleta de frutos. Mesmo o surgimento da agricultura não eliminou a interação entre homem e natureza, pois as primeiras plantações também dependiam das condições naturais – o clima, os períodos de umidade e de seca, a ação de animais. As forças da natureza também eram vistas com caráter divino pelas tribos primitivas – elementos naturais como o sol, a lua, o vento e as águas eram adoradas como deuses. E os homens costumavam interpretar as más colheitas e os períodos de seca ou de escassez de alimento como castigos divinos.
Com o tempo, o homem foi introduzindo modificações profundas no mundo – em suas relações sociais, nos hábitos e costumes, nas formas de construir casas e, consequentemente, na natureza. As inovações da tecnologia que o homem foi introduzindo a fim de contornar as condições da natureza – como, por exemplo, os moinhos de água e de vento – criaram aos poucos a idéia do domínio do homem sobre a natureza – ou seja, de que o homem é, com sua capacidade de transformar trabalho em melhorias para suas condições de vida, o ser que domina, absoluto, a natureza. Mas os homens não percebiam que os recursos naturais poderiam um dia esgotar-se.
Os seres humanos, desde os tempos antigos, produziam lixo. Mas grande parte do lixo produzido era orgânico – basicamente restos de alimentação, cacos de cerâmica, instrumentos de pedra e metal quebrados, cadáveres humanos e de animais e restos de tecido – e sua decomposição se dava naturalmente. O lixo começou a preocupar, mesmo, com o aumento populacional, o surgimento das cidades e a evolução das mesmas, pois o acúmulo do lixo, além de provocar mau cheiro e piorar o aspecto estético das cidades, atraía ratos, baratas e outros animais vetores de doenças contagiosas, como a peste bubônica. No entanto, até a Idade Moderna, as doenças continuavam a ser atribuídas a castigos divinos.
A situação para a natureza começou a piorar com a Revolução Industrial no século XVIII. As nascentes indústrias movidas a máquinas a vapor lançavam poluição nos rios e no ar sem o devido tratamento – porém, de uma forma nunca antes vista. Foi no século XIX, por exemplo, que se observaram, na Inglaterra industrial, as primeiras manifestações da chuva ácida, que corrói edifícios e causa queimaduras em quem se expõe a ela.
Não havia grande preocupação em se preservar a natureza, muito embora houvessem filósofos e pensadores que teorizassem sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Muitos poetas se inspiravam na natureza e na vida bucólica para compor suas obras, e era nítida a diferença entre a vida urbana e a vida rural – mas nada mais que isso. Ainda não se via preocupação em preservar o ambiente para as futuras gerações.
Quando os recursos naturais de uma região escasseiam, a tendência humana é procurar novos lugares. A busca por novos recursos foi um dos motivos que motivaram as grandes explorações européias em busca de novas terras – primeiro, na América, a seguir na África, Ásia e Oceania. E os recursos naturais existentes nessas terras eram depredados sem controle. Foi o caso, por exemplo, das reservas de pau-brasil nas terras brasileiras, que quase levaram à extinção da árvore. E o efeito mais visível das explorações dos recursos naturais brasileiros foi a destruição quase total da Mata Atlântica, no litoral brasileiro, da qual hoje restam poucas reservas esparsas – antes da chegada dos portugueses, a Mata Atlântica cobria quase toda a área litorânea brasileira do Sul até parte do Nordeste.
Não apenas as plantas: os animais também sofreram com a depredação humana. É o caso da caça às baleias, que gozou de certo prestígio até o final do século XIX. O óleo da baleia, extraído de suas camadas de gordura sob a pele, tinha muita utilidade, por exemplo, na iluminação pública das ruas; para isso, os animais eram caçados e cruelmente mortos. Outros exemplos notórios foram as caçadas aos tigres na Índia (que forneciam peles) e aos elefantes e rinocerontes na África (cuja caçada visava o marfim, que, antes da invenção do plástico, servia para fazer de teclas de piano a bolas de bilhar). Essas atividades, que visavam primordialmente o lucro, quase levaram esses animais à extinção total. Outros animais, como os pássaros conhecidos como dodos (que habitavam as ilhas Maurício, na África) foram completamente extintos no século XIX.
Tudo isso que foi citado é só um exemplo da ação do homem sobre o ambiente – quase sempre predatória. A preocupação com a preservação do ambiente pode ser considerada, através dos séculos, coisa relativamente recente.

AÇÕES EM PROL DA NATUREZA
A ecologia, como já dito, começou no século XIX. O termo foi cunhado por Ernst Haeckel, porém suas pesquisas sobre a natureza ficaram esquecidas por algum tempo, até serem redescobertas no século XX. E a ecologia só se popularizaria nos anos 70 do século XX, graças aos trabalhos de diversos especialistas que já começavam a apontar os resultados da ação predatória do homem sobre o meio ambiente.
Um dos especialistas que mais se destacaram é o oceanógrafo francês Jacques-Yves Cousteau (1910-1997), cujo trabalho de mais de vinte anos a bordo do navio Calypso ajudou a tornar mais conhecidos os ecossistemas marinhos e a necessidade de sua preservação. Cousteau também é lembrado como o inventor do aqualung, o equipamento para mergulho.
Outro especialista da natureza que merece destaque é Rachel Carson (1907-1964), bióloga norte-americana, que publicou, em 1962, o livro Primavera Silenciosa, onde ela alerta sobre os perigos do uso em larga escala dos pesticidas químicos, que se tornaram muito populares após a Segunda Guerra Mundial. Muitos consideram que foi esse livro que deflagrou o movimento em prol do meio-ambiente no século XX, pois Primavera Silenciosa chamou a atenção do governo dos Estados Unidos e levou à política governamental de controle dos pesticidas.
Outra especialista que merece ser lembrada aqui é a bióloga Dian Fossey (1932-1985), reconhecida pela luta que empreendeu pela preservação dos gorilas africanos, animal hoje em grande risco de extinção por causa da caça predatória. Fossey acabou sendo inclusive assassinada em prol da defesa desses animais.
Não podemos nos esquecer também de citar organizações como o Greenpeace, ONG fundada em 1971, com escritórios em vários países, que chama a atenção do mundo para os problemas ambientais através de protestos pacíficos. O Greenpeace nasceu de um protesto organizado contra uma série de testes nucleares que o governo dos Estados Unidos promoveria nas Ilhas Aleutas, no Pacífico Norte.
O Aquecimento Global também é uma grande preocupação nos dias de hoje. Sua principal causa é a poluição do ar. Porém, esse fenômeno começou a ser detectado nos anos 80 do século XX, quando foram descobertos grandes buracos na camada de ozônio (zona da atmosfera terrestre que absorve a radiação solar nociva) na região da Antártida. Com o aumento da radiação solar nessa região, as calotas polares, ou seja, as camadas de gelo existentes nessa região, derretem, o que pode elevar o nível dos oceanos em todo o mundo.
Como seria difícil para os homens abrir mão do modelo de desenvolvimento econômico em prol do meio ambiente, a atual solução para frear problemas decorrentes da depredação ambiental, como o aquecimento global, é conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. Um marco das atuais discussões sobre o tema é a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como ECO-92, que aconteceu no Rio de Janeiro no ano de 1992. Foi nessa conferência que se falou pela primeira vez em desenvolvimento sustentável, e apontou os países desenvolvidos como os principais responsáveis pelos danos ao meio ambiente, bem como o compromisso dos países em desenvolvimento em promover políticas de preservação ambiental.
Esta, e outras conferências importantes realizadas antes, conduziram a ações como o chamado Protocolo de Kyoto, ratificado em 1999 e posto em vigor em 2005, que determina que os países desenvolvidos e em desenvolvimento devessem reduzir as emissões de gás carbônico na atmosfera, como medida para frear o aquecimento global. No entanto, o protocolo não surtiu, até o momento, efeitos práticos, devido à resistência de alguns países – como os Estados Unidos – em aderir ao protocolo.
Mas é fato: não podemos esperar as ações governamentais para impedir a degradação da natureza. Também é preciso que façamos nossa parte para evitar que o mundo seja totalmente consumido. É preciso colaborar desde já!

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jacques-Yves_Cousteau
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rachel_Carson
http://pt.wikipedia.org/wiki/ECO-92
http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dian_Fossey
http://www.greenpeace.org/brasil/

Até mais!

Nenhum comentário: