Hoje, encerramos a série especial sobre os 25 maiores momentos da História dos Quadrinhos Brasileiros, eleitos por mim.
Lembrando sempre que os 25 momentos estão sendo apresentados em ordem cronológica, e não refletem necessariamente unanimidade entre especialistas. Ainda mais que o trecho final da lista se refere aos quadrinhos além dos anos 90. Qualquer discordância de opiniões pode ser discutida comigo.
Bem. Aqui vão, então, os cinco momentos que faltam para completar a lista: 21, 22, 23, 24 e 25.
21 – Desenhistas brasileiros começam a trabalhar para as grandes editoras do exterior (cerca de 1993)
O público brasileiro sempre menosprezou os quadrinhistas brasileiros – razão pela qual quase sempre foi raro termos gibis produzidos por artistas nacionais nas bancas. Mesmo antes da década de 90, artistas brasileiros de grande talento, como Sérgio Macedo (1951 -), Jô Oliveira (1944 -), Alain Voss (1946 – 2011), Mozart Couto (1958 -) e Arthur Garcia (1963 -), já procuraram oportunidades – e receberam algum reconhecimento – publicando quadrinhos na Europa. Bem antes destes, cuja produção se deu nos anos 80, tivemos casos como o de Gutemberg Monteiro (1916 – 2012), ativo artista das editoras RGE e EBAL, que já desenhou nos EUA. Porém, foi por volta de 1993 que os brasileiros começaram a ganhar reconhecimento, dentro e fora do Brasil. Aconteceu quando os artistas Henrique Kipper (1970 -), Marcelo Campos (1965 -), conhecido dentro do Brasil como o criador do anti-herói Quebra-Queixo, e Watson Portela, agenciados por uma empresa brasileira, começam a desenhar para as mais importantes editoras de quadrinhos dos Estados Unidos – primeiro, para editoras menores, como a Malibu e a Innovation, passando a seguir para as maiores, a Marvel e a DC. Embora estes três tenham ficado por pouco tempo, e tenham desenhado histórias pouco expressivas para o universo de super-heróis dessas editoras, foram eles que abriram caminho para outros brasileiros desenharem para a Marvel e para a DC. O boom da emigração ocorreria em 1995, com a segunda leva que incluía artistas como Roger Cruz (1971 -), Mike Deodato (Deodato Borges Filho, 1963 -), Aluir Amâncio (criador da personagem Andréa, a Repórter), Emir Ribeiro e Joe Bennett (Bené Nascimento, 1968 -). E a lista não parou de crescer. Alguns dos nomes tiveram de ser “americanizados” para facilitar a entrada no mercado norte-americano – desse modo, José Edilbenes Bezerra, especialista em heroínas sensuais, adotou o pseudônimo de Ed Benes (1972 -); Luciano Queirós virou Luke Ross (1972 -); Evandro Gregório ficou conhecido como Greg Tocchini (1979 -); e assim por diante. Hoje, os artistas brasileiros não precisam desse expediente, podem assinar as histórias com os próprios nomes: Octávio Cariello (que ficaria conhecido pela versão em HQ do romance A Rainha dos Condenados, de Anne Rice, roteirizada por Faye Perozich), Ivan Reis, Rafael Grampá, Fábio Moon e Gabriel Bá, Adriana Melo, Rafael Albuquerque... O ponto alto da experiência foi quando Joe Bennett, Ivan Reis e Ed Benes são os primeiros a assinar contratos de exclusividade com a editora DC Comics. Reis, inclusive, seria responsável por desenhar alguns dos eventos mais importantes da editora, como as séries 52 e A Noite Mais Densa. De todo modo, seja desenhando os personagens consagrados, ou conseguindo, de alguma forma, consagrar-se com criações próprias (como é o caso de Fábio Moon e Gabriel Bá, com Daytripper), os brasileiros conquistaram o mundo com as histórias em quadrinhos, e estão ganhando reconhecimento aqui dentro, também.
Os quadrinhos brasileiros passavam por uma grave crise desde o governo Collor (1990 – 1992), quando a cultura nacional passou por um progressivo e grave desmonte. Os gibis não-infantis brasileiros praticamente não existiam – e os que existiam não tinham condições de concorrer com os principais quadrinhos estrangeiros, chegando a, no máximo, quatro números. Mesmo assim, editoras como a Vidente (Pau Brasil e Cyber – Máquinas + Heróis), a Escala (Força Ômega e Master Comics), a Phenix (Fantastic Man) e a Magnum (Hypercomix e Mega Man) tentavam dar a artistas brasileiros, como João Pacheco, Arthur Garcia, Alexandre Nagado Tony Fernandes um espaço que fosse. Tal como o cinema, os quadrinhos brasileiros começaram a “renascer” a partir da segunda metade dos anos 90 – e foram as iniciativas do roteirista, desenhista e editor Marcelo Cassaro (1970 -) que começaram a quebrar a descrença dos próprios brasileiros nos quadrinhos produzidos aqui. Em 1994, uma pequena editora de São Paulo, a Trama, lançou a revista Dragão Brasil, especializada em RPG (Role-Playing Game), e que se tornou a maior e mais importante publicação sobre esse jogo que, além de fazer sucesso entre os jovens, influenciou também os quadrinhos. A Dragão Brasil era editada por Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J. M. Trevisan, que também criaram o famoso sistema de RPG brasileiro Defensores de Tóquio, inicialmente uma sátira aos animes japoneses, e que, depois, ganharia desdobramentos, chegando à terceira edição, conhecida como 3D&T (apesar de ter sido criada a quarta edição, a 4D&T, o 3D&T seria considerado o melhor sistema de RPG brasileiro). Depois, a Dragão Brasil daria origem à revista Tormenta, dedicada exclusivamente ao cenário oficial de campanha da Dragão, o mundo de Arton, cenário principal das HQs Holy Avenger, Dungeon Crawlers, Victory e Dragon Bride. Foi em 1997 que Cassaro, assumindo a editoria de quadrinhos da Trama, começou a investir em artistas brasileiros, cujos trabalhos eram influenciados pelos três maiores sucessos da década: os jogos de RPG, os animes japoneses (os mangás japoneses só explodiriam aqui no final da década de 90) e os quadrinhos da editora norte-americana Image Comics. Principalmente por causa desta última influência, os gibis eram impressos em papel couché e com imagens de alto impacto, colorizadas e balonadas por computador – a partir dos gibis da Trama, o computador entraria na ordem do dia da confecção dos quadrinhos no Brasil. E, em formato minissérie, apareceram, como primeiros títulos: Godless, de William Shibuya e Márcio Alex Sunder; Blue Fighter, de Alexandre Nagado e Arthur Garcia (remake da série publicada, em 1995, na revista Master Comics, da editora Escala); U. F. O. Team, de Marcelo Cassaro e Joe Prado; Capitão Ninja, de Cassaro e Marcelo Caribé; a premiada minissérie Lua dos Dragões, de Cassaro e André Vazzios; Victory, de Cassaro e Eduardo Francisco (e sua continuação, com roteiro de Petra Leão); os especiais Dragonesa, de Cassaro e Evandro Gregório, e Predakonn, de Cassaro. No rol, também constam duas quadrinizações produzidas no Brasil de jogos de videogame estrangeiros: Mortal Kombat 4, de Cassaro e Francisco, e Street Fighter Alpha, de Cassaro e Erica Awano. Victory detém o título de ser uma das únicas HQs brasileiras a ser publicadas nos Estados Unidos. Não demoraria muito, essas HQ chamam a atenção do público que não era fã de RPG. O ponto alto dessa experiência foi o lançamento da série Holy Avenger, de Cassaro e Awano. Holy Avenger ainda detém o título de mais duradoura série de HQ não-infantil do país, com 42 edições e seis especiais. Mesmo com a mudança de nome da editora de Trama para Talismã, a linha de quadrinhos resistiu por algum tempo, lançando a versão remasterizada de Holy Avenger, a série Dungeon Crawlers, de Cassaro e Daniel HDR, e inclusive o almanaque Tsunami, derivado do fanzine de Denise Akemi, e um especial de Ethora, de Beth Kodama e Érica Horita, também surgido nos fanzines. As publicações da editora colocaram em evidência artistas que começaram tanto em editoras menores como em fanzines, como Erica Awano, Eduardo Francisco, André Vazzios, Denise Akemi, Evandro Gregório (atualmente, Greg Tocchini), Joe Prado, Marcelo Caribé, Alexandre Nagado, Petra Leão, Fran Elles Briggs, Érica Horita, Daniel HDR e muitos outros. Atualmente, o material referente ao mundo de Tormenta é editado pela editora Jambô, de Porto Alegre. A Trama ajudou, de certa forma, a renovar as esperanças nos quadrinhos brasileiros.
Franco de Rosa (1956 -) já era um roteirista e editor de HQs consagrado. Com uma carreira construída desde os anos 70, quando teve a colaboração de artistas como Sebastião Seabra, Wanderley Felipe e Arthur Garcia, Franco de Rosa também foi o idealizador da histórica revista de entretenimento Herói, em 1994, surgida no auge do sucesso da série de animação japonesa Cavaleiros do Zodíaco, e foi um dos fundadores da editora Mythos, atual casa publicadora dos gibis da editora italiana Bonelli e que assumiu, por algum tempo, as revistas MAD e Holy Avenger Reloaded (a nova versão da série de Marcelo Cassaro e Erica Awano). De certa forma, Franco de Rosa devotou sua vida aos quadrinhos. Seu maior momento nos anos 90 foi quando, junto com Carlos Mann, fundou em São Paulo a editora Opera Graphica, vinculada à loja Comix Book Shop, a maior gibiteria do Brasil e com filiais em diversas cidades. A mais importante editora de quadrinhos do início do século XXI, a Opera Graphica, numa época em que pequenas e médias editoras, como a Escala, a Linhas Tortas e a Trama, investiam em artistas brasileiros, publicava, além de álbuns de HQs estrangeiras, álbuns feitos aqui no Brasil. Dentre as obras estrangeiras mais importantes, a Opera Graphica trouxe ao Brasil álbuns do Príncipe Valente (dando continuidade à série iniciada pela extinta editora EBAL), Fantasma, 100 Balas, Sandman, álbuns escritos pelos italianos Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo (Marvin: o caso de Marion Colman e Tom’s Bar) e até alguns dos primeiros mangás japoneses em leitura invertida (Gunnm e Jam – As Justiceiras), além de revistas do selo Vertigo da DC Comics e quadrinhos clássicos (Os Sobrinhos do Capitão, Recruta Zero, Hagar, Betty Boop, Krazy Kat, Mandrake, Fantasma...) sob selos como o Opera King. Já entre os álbuns nacionais, foram lançados: Volúpia, Sombras e Musashi I e II, de Júlio Shimamoto; Paralelas II e A Última Missão, de Watson Portela (este último, homenageando os heróis de Eugenio Collonese); O Espírito da Guerra e Mirza, de Eugênio Collonese; Velta, de Emir Ribeiro; Lobisomem, de Gedeone Malagola; Nosferatus, de Arthur Garcia; Humortífero, Vale Tudo e a série Roko-Loko e Adrina-Lina, de Márcio Baraldi (1966 -); Fantagor, de Pierre Viegas; Restolhada e Frauzio: Questão de Paternidade, de Marcatti; além de álbuns e revistas com artes de Mozart Couto, Rodolfo Zalla e uma coletânea da histórica revista de terror Calafrio. Os autores clássicos brasileiros estavam sendo resgatados através destas obras – o porém era a quantidade limitada desses álbuns, com tiragem de 1000 exemplares autografados pelos autores e distribuídos exclusivamente nas lojas da rede Comix. A Opera Graphica também lançou livros teóricos sobre quadrinhos e cultura pop, tais como: Anos 50 – 50 Anos, de Álvaro de Moya (sobre a Exposição Internacional de HQ de 1951); os livros de Eduardo Torelli, Quando os Macacos Dominavam a Terra (sobre a franquia Planeta dos Macacos) e Sexo, Glamour e Balas (sobre o agente secreto James Bond); Desnudando Valentina e As Sedutoras dos Quadrinhos, de Marco Aurélio Lucchetti; Quando Surgem os Super-Heróis e A Saga dos Super-Heróis Brasileiros, de Roberto Guedes; As Taradinhas dos Quadrinhos e Hentai: A Sedução do Mangá, organizadas por Franco de Rosa; Sedução à Italiana e O Homem Abril, de Gonçalo Júnior; 100 anos de western, de Primaggio Mantovi; e muitos mais. A Opera Graphica ocupou, por um breve período, um espaço semelhante ao da extinta editora EBAL no mercado brasileiro. A editora acabou fechando em 2008, mas no início de 2013 anunciou sua reabertura. Nesse meio-tempo, Franco de Rosa produziu, com seu estúdio, o gibi Didi e Lili Geração Mangá, pela editora Escala (junto com Luluzinha Teen e sua turma, da editora Pixel Media, uma “concorrente” da Turma da Mônica Jovem), e esteve à frente da editora Kalaco, que lançou (e continua lançando) obras clássicas tal como a Opera Graphica fazia.
24 – A inclusão de histórias em quadrinhos nas bibliotecas das escolas (2006)
Por décadas, as histórias em quadrinhos tiveram negado seu lugar na educação das crianças. Educadores, padres e representantes do setor mais conservador da sociedade desestimulavam as crianças a lerem HQs, sob o argumento do estímulo à delinqüência juvenil e da “preguiça intelectual” – como as imagens facilitam a compreensão das histórias nas HQs, os leitores fazem menos esforço para ler, e, consequentemente, pessoas que só leem HQs se desinteressam por livros mais “sérios”. Aos poucos, as histórias em quadrinhos foram conquistando seu lugar na educação dos jovens: primeiro, foi com a diagramação das ilustrações dos livros didáticos, que passaram a receber influências dos quadrinhos (os pioneiros em ilustrar livros didáticos com influência em HQ foram os veteranos Eugênio Colonnese e Rodolfo Zalla); em seguida, foi a inclusão de tiras de quadrinhos e trechos de histórias de gibis nos mesmos livros didáticos (hoje, é raro um livro didático, de qualquer matéria, não incluir pelo menos uma tira de autores como Maurício de Souza [Turma da Mônica], Laerte [Striptiras], Quino [Mafalda], Jim Davis [Garfield], Bill Watterson [Calvin e Haroldo], Antônio Cedraz [Xaxado] e tantos outros, conhecidos ou não). O passo decisivo foi quando, por iniciativa do Ministério da Educação e do Governo Federal, o Plano Nacional de Biblioteca nas Escolas (PNBE), em 2006, inclui histórias em quadrinhos nas listas de obras a serem distribuídas em escolas. Essa iniciativa permitiu que álbuns de quadrinhos, que antes estavam restritos às gibiterias, chegassem a um público maior de leitores, e também potencializou uma tendência que tomou força no início do século XXI: as adaptações de obras clássicas da literatura para quadrinhos. Isso representou uma tábua de salvação para os artistas brasileiros, cujo reconhecimento dentro do Brasil passava por uma crise. Desse modo, várias editoras passaram a investir em adaptações para quadrinhos de obras de Machado de Assis, Lima Barreto, José de Alencar, Rachel de Queiroz, Júlio Verne, Alexandre Dumas, William Shakespeare... adaptações feitas por artistas do Brasil e do mundo, às vezes mais de uma, editadas por editoras diferentes. Editoras como a Ática, a Peirópolis, a Companhia Editora Nacional e a Escala Educacional já produzem, com sucesso, sua linha de quadrinhos “educativos”, dando espaço a artistas como Jô Fevereiro (que adaptou Brás, Bexiga e Barra Funda de Antônio de Alcântara Machado), Laílson de Holanda Cavalcanti (Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, e O Alienista de Machado de Assis), Francisco Vilachã (que também adaptou O Alienista e Triste Fim de Policarpo Quaresma), Fábio Moon e Gabriel Bá (que também adaptaram O Alienista), Sebastião Seabra (Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis), Bira Dantas (Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida e Dom Quixote, de Miguel de Cervantes), Rodrigo Rosa (O Cortiço de Aluísio de Azevedo e Memórias de um Sargento de Milícias), Eloar Guazzelli (O Pagador de Promessas de Dias Gomes e A Escrava Isaura de Bernardo Guimarães), Fido Nesti (Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões), Luís Gê (O Guarani de José de Alencar)... Até mesmo obras autorais, como o grande sucesso de 2010, o Bando de Dois de Danilo Beyruth (1973 -), foram incluídos no PNBE. Mas, ainda assim, houve problemas: foi o caso da polêmica gerada pela inclusão da coletânea Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol, organizada por Orlando Pedroso, de histórias sobre futebol desenhadas por cartunistas brasileiros, que acabou sendo apreendida pelo governo do Estado de São Paulo, em 2009, sob alegação de conter termos impróprios às crianças. Ainda assim, a inclusão de quadrinhos nas bibliotecas escolares não apenas está gradativamente desmontando o preconceito por muito tempo existente à “nona arte”, como está permitindo que os jovens entrem em contato com este arte e comecem a apreciá-la, e, no extremo, aprender muito com as tramas. Isso, claro, desde que os quadrinhos não substituam a leitura de livros “normais”.
25 – Brasileiros faturam o prêmio Eisner (2008)
Não demorou muito. Com a crescente quantidade de brasileiros desenhando no exterior, seria natural que eles obtivessem o reconhecimento mundial pelo seu trabalho. Antes de 2008, poucos brasileiros haviam obtido prêmios internacionais de HQ – entre eles, Maurício de Souza, que ganhou o Yellow Kid na convenção de quadrinhos de Lucca, na Itália, e o cartunista gaúcho Santiago (1950 -), que venceu o prêmio de cartunismo do jornal japonês Yomiuri Shinbun e no Salão do Canadá. O mais importante prêmio das HQ mundiais, atualmente, é o Prêmio Eisner, entregue durante a San Diego Comic-Con, a mais influente convenção de quadrinhos dos Estados Unidos. Foi em 2008 que brasileiros afinal seriam premiados – entretanto, foi com obras publicadas nos Estados Unidos: Fábio Moon, Gabriel Bá e Rafael Grampá (1978 -). Moon, pela arte da webcomic Sugarshock, escrita por Joss Whedon; Bá, pela arte da série The Umbrella Academy, escrita pelo músico Gerard Way; e Grampá, que nesse mesmo ano lança sua graphic novel Mesmo Delivery, pela coletânea 5, em conjunto com Moon, Bá, a americana Becky Cloonan e o grego Vasilis Lolos. E Bá ainda recebe, no mesmo ano, outro troféu importante das HQ mundiais, o Prêmio Harvey, pelo mesmo Umbrella Academy. Moon e Bá já haviam sido indicados para o mesmo prêmio Eisner no ano anterior. Mas não fica apenas nisso: em 2011, Moon e Bá ganham outra vez o Eisner, e mais o Harvey, o Eagle e grande parte das premiações mundiais de HQ, por Daytripper, esta sim uma obra inteiramente autoral – escrita e desenhada por eles, e aclamada por público e crítica, foi publicada inicialmente em 2009 nos Estados Unidos, pelo selo Vertigo da DC Comics, e em 2011 no Brasil. E, ainda em 2011, outro brasileiro, Rafael Albuquerque (1981 -), conhecido por integrar, com Edu Medeiros e Mateus Santolouco, o coletivo Mondo Urbano, recebe o Eisner pela arte de American Vampire, escrita por Stephen King e Scott Snyder. Essas premiações constituem o ponto culminante da experiência brasileira no exterior, e servem de inspiração para os atuais artistas brasileiros, que sonham com o reconhecimento há tanto tempo buscado.
Pedimos perdão desde já se omitimos algum fato importante da história das HQ brasileiras quando selecionamos os 25 momentos mais importantes. Entre esses fatos, poderíamos ter incluído a fundação da Gibiteca de Curitiba, a primeira instituição dedicada a catalogar HQs no Brasil; a instituição dos prêmios Ângelo Agostini e HQ MIX; ou as contribuições de Henfil, Ely Barbosa, Lourenço Mutarelli, Adão Iturrusgarai ou Carlos Zéfiro para o quadrinho brasileiro. Fizemos o possível para que vários nomes aparecessem na listagem. Particularmente, na escolha dos últimos fatos, a opinião foi puramente pessoal. Se houver discordância quanto a algum fato, se outro fato pode ser colocado no lugar de outro, o assunto pode ser discutido livremente, bastando o interessado entrar em contato com o autor deste trabalho no e-mail: rafaelgrasel@yahoo.com.br.
Como ilustrações minhas, deixei algumas das já publicadas referentes às publicações da editora Trama. Não foi fácil fazer esse levantamento, mas pesquisa é um dos meus maiores prazeres.
Se vocês não concordam com esta lista, criem as suas próprias listas! Se vocês não gostam dos quadrinhos brasileiros, então, vão "pra aquele lugar".
Até mais!
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