quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O fim do Orkut

Olá.
Hoje, enquanto escrevo, já é outubro. Primeiro de outubro. Ontem, dia 30 de setembro de 2014, os avisos se confirmaram: o Orkut foi tirado do ar.

A rede social que praticamente criou o conceito de redes sociais começou em janeiro de 2004, no exterior, mas foi no Brasil que ela encontrou um lar. O Brasil foi, durante o auge do site, a maior comunidade do site. E foi um dos poucos países onde o site mantinha servidores até sua "morte" anunciada, anunciada pelo seu proprietário, o Google.
E posso dizer que assisti o auge do Orkut. Quando o acesso ao site era feito através de convite de um membro, eu entrei através do convite de um membro - um professor da faculdade. Pude participar de discussões memoráveis, como uma da comunidade "História UFSM", sobre o pênis de Napoleão Bonaparte. Pude propor tópicos de discussão, como "O que você estava fazendo no dia 11 de setembro de 2001?". Pude jogar seus jogos (aliás, um dos motivos que me faziam acessar o site era a Mini Fazenda e o Candy Dash - conhecem?). Mantinha um bonequinho do Buddypoke. Consegui, inclusive, fazer um grande negócio através do Orkut: a oportunidade de uma parceria de publicação de tiras semanais. E, confesso: até ontem, eu era uma das últimas pessoas na Terra que acessava o Orkut todos os dias, para conferir se havia uma atualização de meus amigos. Todos os dias em que eu ligava a internet. Até deixava uma mensagem de aniversário aos amigos que estavam de aniversário, mesmo que eles não respondessem. Vamos, podem rir de mim, podem me chamar de mané. Mas eu tenho Facebook!
Aliás, foi o Facebook que praticamente decretou a morte do Orkut. Todos os meus amigos do Orkut migraram para o Facebook, que passou a oferecer mais recursos de comunicação e disseminação de conteúdo.
Hoje acessando www.orkut.com/, vocês vão encontrar um memorial de comunidades. Integrei várias relacionadas a desenho e quadrinhos. Nunca fiz parte da maior comunidade brasileira, "Eu Odeio Acordar Cedo".
O Orkut virou uma relíquia dos velhos geeks. Hoje, é apenas Facebook. Tem outras redes sociais, mas Facebook é o que vem à cabeça. Não tem como escapar.
E aqui, fica este memorial. Uma ilustração tão simples e óbvia, mas não consegui pensar em outra coisa.
Enquanto existir gente que lembre, e enquanto os sites que te citam estiverem no ar, lembraremos de você, Orkut. Pode ser que, daqui a dez anos uma criança pergunte: "o que é Orkut?", mas saberemos responder. Adeus, cara.
Até mais!

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