Olá.
Hoje,
depois de uma série de postagens encadeadas de aulas de artes que dei este ano,
e cujas lições foram bem-sucedidas, e disponibilizadas também no blog onde
colaboro, o Educar é Viver (http://orientarpedagogos.blogspot.com.br/),
vou falar de livro. Mas com relação às minhas aulas de artes.
Hoje,
escolhi um livro paradidático, que vai interessar não apenas professores, como
ao público em geral. Quando comprei-o, sabia que ele de repente seria útil.
Eis
aqui, então, COLEÇÃO QUERO SABER - RENASCIMENTO.
RENASCIMENTO foi publicado em 2008, pela editora Escala, e inaugura uma série chamada Coleção Quero Saber. Posteriormente, a editora amplia a linha com títulos como A História Revelada dos Papas, Mistérios e Revelações da Idade Média, Mitologia da Antiguidade e outros. Os títulos posteriores da série possuem formato diferente deste primeiro título.
Segundo
os créditos, a pesquisa e os textos são de Luciana Inhan e Tiago Freitas. E é
um livro bem-feito, em papel couché, medindo 20 x 18 cm, 160 páginas sem contar
capa, e repleto de ilustrações, reproduções de obras artísticas.
Em
um texto de fácil compreensão, que poderia servir inclusive em um livro
didático escolar, RENASCIMENTO relata, em detalhes, o movimento cultural que
revolucionou a Europa entre os séculos XIV e XVI.
Mas
não é a primeira vez que a Escala, uma das editoras mais ecléticas do mercado,
trata de temas de história e arte. Na primeira década dos anos 2000, a editora
colocou nas bancas uma série de revistas sobre história, fartamente ilustrados
com fotos de obras de arte, e cada revista tratando de um determinado tema – às
vezes, o mesmo tema dividido em várias publicações. Por exemplo, as séries A Magia do Egito e O Mistério das Pirâmides era um riquíssimo compêndio sobre o Egito
antigo; A Magia da Grécia tratava da
Grécia Antiga; Roma, a Cidade Eterna
e Imperadores Romanos tratava da Roma
Antiga; e, passando por diferentes épocas, tivemos: Tesouros da China, A Magia dos Andes, 2ª Guerra Mundial, Maravilhas do
Vaticano, Triângulo das Bermudas, Einstein, A Magia da Pérsia, A Magia dos
Vikings, Sociedades Secretas... além das ilustrações, essas revistas
chamavam a atenção pela diagramação dos textos, feita em parágrafos curtos e
divididos por títulos para facilitar a consulta – e ainda pequenas notas
marginais com informações adicionais.
Voltando
a RENASCIMENTO. Quem não fugiu da escola, já tem conhecimento do movimento
cultural – não apenas artístico, mas também filosófico e científico – que mudou
a visão de mundo da Europa nos séculos XIV a XVI. O Renascimento, nome que
recebeu o movimento inicialmente artístico que iniciou-se na região da atual
Itália, marcou a transição da mentalidade medieval, quase que puramente voltada
a Deus, para uma mentalidade mais racional, voltada à valorização do homem, da
natureza... Com o Renascimento, a palavra de ordem era reproduzir o mais
fielmente possível a realidade. Diversos fatores contribuíram para o sucesso do
movimento: a mentalidade da burguesia comercial europeia, um estamento social
que não se encaixava entre os tradicionais estamentos sociais medievais (clero,
nobreza e camponeses); a redescoberta e o culto da arte greco-romana; a concepção
de um mundo centrado no homem, o chamado humanismo; e o culto à razão,
substituindo a fé pura e simples do homem medieval. Os pintores, escultores,
arquitetos e cientistas só puderam criar o que criaram porque contaram com o
patrocínio de pessoas ricas, os chamados mecenas. O culto à razão possibilitou
o avanço da ciência, com, por exemplo, a aceitação da ideia de que a Terra
girava em torno do sol, e não o contrário – embora essa ideia entrasse em
choque com o que era defendido pela Igreja Católica, a autoridade máxima da
época. Da Itália, o Renascimento ganhou o restante da Europa, influenciando a
arte e o pensamento a partir de então.
Bem,
boa parte das informações sobre o Renascimento vocês já devem ter aprendido na
escola, se não fugiram das aulas de História e de Artes. Com RENASCIMENTO, o
livro, o público pode saber um pouco mais sobre o assunto, e inclusive reforçar
trabalhos escolares.
RENASCIMENTO,
para facilitar a compreensão por parte do leitor, é dividido tematicamente.
Começando com uma introdução, situando o leitor no contexto político, econômico
e social do final da Idade Média e Início da Idade Moderna.
Saibam,
os que ainda não sabem, que o Renascimento é dividido em três grandes fases: o
Trecento (século XIV), que é a fase de transição da arte medieval e bizantina
para um novo conceito; o Quatrocento (século XV), a fase áurea do Renascimento,
quando o centro irradiador ainda era a cidade-estado de Florença, então
governada pela poderosa família Médici; e o Cinquecento (Século XVI), que já
rumava ao movimento do Maneirismo e do Barroco, e quando o centro irradiador do
Renascimento passou a ser Roma, a sede do papado católico – e o alto clero
católico, incluindo os Papas, se tornaram poderosos mecenas. Cada uma destas
fases é detalhada e explicada em capítulos específicos. E cada um desses
capítulos traz capítulos menores, com a biografia detalhada de um importante
artista do período, seguido de outro, com a análise detalhada de suas obras de
arte mais importantes – descrição, histórico, detalhes principais da pintura.
No
capítulo sobre o Trecento, o artista contemplado é Giotto de Bondoni,
importante representante da transição da arte medieval para a renascentista, e
a obra escolhida foi a Capela Scrovegni, repleta de pinturas nas paredes internas.
No
capítulo sobre o Quatrocento, foram escolhidos: Sandro Botticelli e seu quadro O Nascimento da Vênus; e Leonardo da
Vinci e a Mona Lisa.
No
capítulo sobre o Cinquecento, os contemplados foram: Rafael Sanzio e o seu
afresco A Escola de Atenas; e Michelangelo,
e o teto da Capela Sistina.
Como
se vê, tudo figurinha carimbada. Influenciaram a cultura popular, suas obras
são exaustivamente reproduzidas em vários produtos possíveis, e inspiraram
inclusive as Tartarugas Ninja.
O
último capítulo do livro se dedica a analisar o fim do movimento e o legado
deixado à humanidade. Com ilustrações coloridas.
O
livro apresenta dois defeitos: se focar demais no Renascimento na Itália,
passando muito por alto o restante da Europa; e alguns erros de ortografia no
texto, discretos mas que podem ser notados com uma leitura atenta. Mesmo assim,
vale o investimento. É possível encontrar o livro em bancas de revistas,
livrarias ou sebos, ou no site da Editora Escala (www.escala.com.br).
Para
encerrar, desenho meu. Mais uma versão minha para o Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, que por anos serviu de
cânone para representação da figura humana. Desta vez, estive pensando no
trabalho de uma aluna que tive uma vez: em uma atividade, ela fez uma Mulher
Vitruviana, numa referência feminista. Então, ao lado do Homem Vitruviano, pus
uma Mulher Vitruviana, com uma “censurinha” e um pensamento feminista. Pensando
no público feminino leitor deste blog.
Por
hora, é isso aí.
Até
mais!
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