domingo, 21 de dezembro de 2014

RENASCIMENTO - Nada que a gente não saiba...

Olá.
Hoje, depois de uma série de postagens encadeadas de aulas de artes que dei este ano, e cujas lições foram bem-sucedidas, e disponibilizadas também no blog onde colaboro, o Educar é Viver (http://orientarpedagogos.blogspot.com.br/), vou falar de livro. Mas com relação às minhas aulas de artes.
Hoje, escolhi um livro paradidático, que vai interessar não apenas professores, como ao público em geral. Quando comprei-o, sabia que ele de repente seria útil.
Eis aqui, então, COLEÇÃO QUERO SABER - RENASCIMENTO.

RENASCIMENTO foi publicado em 2008, pela editora Escala, e inaugura uma série chamada Coleção Quero Saber. Posteriormente, a editora amplia a linha com títulos como A História Revelada dos Papas, Mistérios e Revelações da Idade Média, Mitologia da Antiguidade e outros. Os títulos posteriores da série possuem formato diferente deste primeiro título.
Segundo os créditos, a pesquisa e os textos são de Luciana Inhan e Tiago Freitas. E é um livro bem-feito, em papel couché, medindo 20 x 18 cm, 160 páginas sem contar capa, e repleto de ilustrações, reproduções de obras artísticas.
Em um texto de fácil compreensão, que poderia servir inclusive em um livro didático escolar, RENASCIMENTO relata, em detalhes, o movimento cultural que revolucionou a Europa entre os séculos XIV e XVI.
Mas não é a primeira vez que a Escala, uma das editoras mais ecléticas do mercado, trata de temas de história e arte. Na primeira década dos anos 2000, a editora colocou nas bancas uma série de revistas sobre história, fartamente ilustrados com fotos de obras de arte, e cada revista tratando de um determinado tema – às vezes, o mesmo tema dividido em várias publicações. Por exemplo, as séries A Magia do Egito e O Mistério das Pirâmides era um riquíssimo compêndio sobre o Egito antigo; A Magia da Grécia tratava da Grécia Antiga; Roma, a Cidade Eterna e Imperadores Romanos tratava da Roma Antiga; e, passando por diferentes épocas, tivemos: Tesouros da China, A Magia dos Andes, 2ª Guerra Mundial, Maravilhas do Vaticano, Triângulo das Bermudas, Einstein, A Magia da Pérsia, A Magia dos Vikings, Sociedades Secretas... além das ilustrações, essas revistas chamavam a atenção pela diagramação dos textos, feita em parágrafos curtos e divididos por títulos para facilitar a consulta – e ainda pequenas notas marginais com informações adicionais.
Voltando a RENASCIMENTO. Quem não fugiu da escola, já tem conhecimento do movimento cultural – não apenas artístico, mas também filosófico e científico – que mudou a visão de mundo da Europa nos séculos XIV a XVI. O Renascimento, nome que recebeu o movimento inicialmente artístico que iniciou-se na região da atual Itália, marcou a transição da mentalidade medieval, quase que puramente voltada a Deus, para uma mentalidade mais racional, voltada à valorização do homem, da natureza... Com o Renascimento, a palavra de ordem era reproduzir o mais fielmente possível a realidade. Diversos fatores contribuíram para o sucesso do movimento: a mentalidade da burguesia comercial europeia, um estamento social que não se encaixava entre os tradicionais estamentos sociais medievais (clero, nobreza e camponeses); a redescoberta e o culto da arte greco-romana; a concepção de um mundo centrado no homem, o chamado humanismo; e o culto à razão, substituindo a fé pura e simples do homem medieval. Os pintores, escultores, arquitetos e cientistas só puderam criar o que criaram porque contaram com o patrocínio de pessoas ricas, os chamados mecenas. O culto à razão possibilitou o avanço da ciência, com, por exemplo, a aceitação da ideia de que a Terra girava em torno do sol, e não o contrário – embora essa ideia entrasse em choque com o que era defendido pela Igreja Católica, a autoridade máxima da época. Da Itália, o Renascimento ganhou o restante da Europa, influenciando a arte e o pensamento a partir de então.
Bem, boa parte das informações sobre o Renascimento vocês já devem ter aprendido na escola, se não fugiram das aulas de História e de Artes. Com RENASCIMENTO, o livro, o público pode saber um pouco mais sobre o assunto, e inclusive reforçar trabalhos escolares.
RENASCIMENTO, para facilitar a compreensão por parte do leitor, é dividido tematicamente. Começando com uma introdução, situando o leitor no contexto político, econômico e social do final da Idade Média e Início da Idade Moderna.
Saibam, os que ainda não sabem, que o Renascimento é dividido em três grandes fases: o Trecento (século XIV), que é a fase de transição da arte medieval e bizantina para um novo conceito; o Quatrocento (século XV), a fase áurea do Renascimento, quando o centro irradiador ainda era a cidade-estado de Florença, então governada pela poderosa família Médici; e o Cinquecento (Século XVI), que já rumava ao movimento do Maneirismo e do Barroco, e quando o centro irradiador do Renascimento passou a ser Roma, a sede do papado católico – e o alto clero católico, incluindo os Papas, se tornaram poderosos mecenas. Cada uma destas fases é detalhada e explicada em capítulos específicos. E cada um desses capítulos traz capítulos menores, com a biografia detalhada de um importante artista do período, seguido de outro, com a análise detalhada de suas obras de arte mais importantes – descrição, histórico, detalhes principais da pintura.
No capítulo sobre o Trecento, o artista contemplado é Giotto de Bondoni, importante representante da transição da arte medieval para a renascentista, e a obra escolhida foi a Capela Scrovegni, repleta de pinturas nas paredes internas.
No capítulo sobre o Quatrocento, foram escolhidos: Sandro Botticelli e seu quadro O Nascimento da Vênus; e Leonardo da Vinci e a Mona Lisa.
No capítulo sobre o Cinquecento, os contemplados foram: Rafael Sanzio e o seu afresco A Escola de Atenas; e Michelangelo, e o teto da Capela Sistina.
Como se vê, tudo figurinha carimbada. Influenciaram a cultura popular, suas obras são exaustivamente reproduzidas em vários produtos possíveis, e inspiraram inclusive as Tartarugas Ninja.
O último capítulo do livro se dedica a analisar o fim do movimento e o legado deixado à humanidade. Com ilustrações coloridas.
O livro apresenta dois defeitos: se focar demais no Renascimento na Itália, passando muito por alto o restante da Europa; e alguns erros de ortografia no texto, discretos mas que podem ser notados com uma leitura atenta. Mesmo assim, vale o investimento. É possível encontrar o livro em bancas de revistas, livrarias ou sebos, ou no site da Editora Escala (www.escala.com.br).
Para encerrar, desenho meu. Mais uma versão minha para o Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, que por anos serviu de cânone para representação da figura humana. Desta vez, estive pensando no trabalho de uma aluna que tive uma vez: em uma atividade, ela fez uma Mulher Vitruviana, numa referência feminista. Então, ao lado do Homem Vitruviano, pus uma Mulher Vitruviana, com uma “censurinha” e um pensamento feminista. Pensando no público feminino leitor deste blog.
Por hora, é isso aí.

Até mais!

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