O mundo foi pego de surpresa por mais um atentado terrorista levado a cabo por gente que acredita que a violência é o caminho certo para construir um novo mundo. Outra vez gente ligada a grupos islâmicos - que, espero, não representem a opinião geral dos seguidores do islamismo.
A vítima foi outra vez a liberdade de expressão: esta manhã, às 11:30, em Paris, na França, a redação do semanário satírico Charlie Hebdo, famoso por suas charges que satirizavam a tudo e a todos, foi invadida, e 12 pessoas foram mortas durante a reunião de pauta da próxima edição. Entre os 12 mortos, quatro cartunistas: Charb, que também atuava como editor-chefe da publicação, Cabu, Tignous e Georges Wolinski - este, uma lenda viva do cartunismo da França e do mundo. Ficaram ainda vários feridos.
Lamentável, o que se pode dizer disso. Cada vez mais o mundo demonstra sinais de demência, expressos através de violência desenfreada contra tudo o que achamos aceitável. O mundo está caminhando para a construção de uma temida distopia prevista pelos atuais escritores best-seller. Ainda há setores da sociedade que se recusam a ouvir os clamores das crianças, das mulheres, das pessoas menos favorecidas, e construírem a realidade levando em conta a sua visão distorcida de mundo. E, para tanto, querem impedir a mais genuína expressão das pessoas esclarecidas: o direito de rir de tudo e de todos - até mesmo das entidades superiores, de Deus, Alá, Buda e outras divindades, para ser mais exato.
Até o momento, ninguém foi preso pelo atentado.
Sei, aqui não disse nada que outros não tenham dito até o momento sobre o fato. E, como também sou, eventualmente, cartunista, me solidarizo com as vítimas deste ataque. E, como vários cartunistas de todo o mundo que nesse momento estão prestando homenagens aos mortos - principalmente a Wolinski - eu também apresento a minha colaboração à campanha "Je Suis Charlie". Mas como gostaria que meu primeiro cartum deste ano fosse um cartum alegre.
Esperamos que as forças radicais acima citadas percebam seu erro a tempo.
Até mais.
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