Olá.
Na
semana que passou, eu, por um acaso do destino, tive um reencontro com o
passado. Um detalhe de um passado que outrora foi feliz. Ao mesmo tempo, foi um
encontro com o Brasil – no seu aspecto exótico, de belezas naturais e arquitetônicas,
de gente simpática... na forma de desenhos. Já explico.
Hoje,
vou falar de graphic novel brasileira. Faz anos que li este álbum – e foi no
ano em que ele foi lançado. Faz mais de dez anos que ele foi lançado, tido pela
crítica como revolucionário, mas hoje, mal se ouve falar de sua autora. E, há
semanas atrás, por acaso, consegui adquirir, em uma promoção, um exemplar de
AMANA AO DEUS DARÁ, de Edna Lopes, uma obra prima do quadrinho nacional,
injustiçadamente prejudicada pela visão tacanha dos outros artistas
brasileiros. Já volto a esta parte.
Bem:
AMANA AO DEUS DARÁ foi publicado em 2004, pela editora Casa da Palavra, do Rio
de Janeiro. Sua autora, responsável pelo roteiro e pela arte, é Edna Lopes, e
AMANA foi seu único álbum impresso lançado até hoje. Edna Lopes continua
atuando discretamente na área dos quadrinhos, ilustrações e composições
musicais.
Well:
na última página de AMANA, há uma breve biografia de Edna Lopes, e detalhes
iniciais sobre a elaboração do álbum:
“Edna Márcia Lopes nasceu em 23 de setembro de 1962 em
Curitiba. Filha de um paulistano e uma gaúcha de Alegrete, aos quatro anos de
idade foi para Porto Alegre. Vivia com seus dois irmãos no bairro de Canoas
quando, aos 5 anos, uma enchente forçou a saída de sua família da capital
gaúcha direto para São Paulo. Nessa cidade cresceu, participou de movimentos
políticos, estudou jornalismo e morou até os 27 anos quando, casando-se com um
carioca, foi para o Rio de Janeiro, onde reside até hoje. Realizou vários
trabalhos de arte para cd’s, livros, revistas e sites. Agora nos apresenta
Amana, uma história original que surgiu toda pronta enquanto preparava sua
bebida preferida, o café.”
O
marido carioca de Edna Lopes é uma figura pública bastante conhecida: ninguém
menos que o cantor e compositor Eduardo “Ed” Motta, com quem é casada desde
1990. E ambos possuem trabalhos conjuntos e/ou relacionados: a partir do álbum Entre e Ouça (1992), Edna Lopes cria as
capas dos discos lançados pelo marido; e, em 2010, os dois assinaram juntos as letras
de 11 das 12 faixas do CD Piquenique.
O
trabalho atual de Edna Lopes é discreto, algumas HQs curtas lançadas em
revistas e ilustrações; em 2013, ela iniciou a publicação de uma webcomic de
ficção científica, As Aventuras de Qüeby
e Saepius. Mas nenhum plano de lançar um novo álbum. Esses trabalhos podem
ser conferidos no site http://ednalopes.wixsite.com/ednalopes.
Edna
Lopes conta, em uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo em 2004 (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2704200412.htm)
que, antes de resolver lançar AMANA como uma história em quadrinhos, ela não
sentia muita atração por esse gênero artístico: a autora, com queda pelas artes
plásticas e que preferia literatura, Machado de Assis, etc., achava os
quadrinhos “meio bobos”. Foi o marido Ed Motta, que também é colecionador
inveterado de quadrinhos, principalmente europeus e do underground norte-americano,
que a converteu: ela se encantou pelo álbum S.O.S.
Meteoros, de Edgar Pierre Jacobs, por seus aspectos técnicos e narrativos,
e assim, sob influência da nata das HQ europeias e norte-americanas, Edna Lopes
resolveu produzir AMANA como HQ. Outra influência para o trabalho foi o livro Meninas da Noite, de Gilberto
Dimenstein, que trata sobre o tráfico de garotas para a prostituição – e ela
incluiu no álbum, que, inicialmente, seria uma história de terror, e que, no
fim, se tornou um drama com toques humorísticos.
Na
época do lançamento, AMANA foi tido como um álbum revolucionário: a crítica
apontava que o álbum foi a primeira graphic novel brasileira feita por uma
mulher – e, na época, ainda era relativamente pequena a presença de mulheres no
mundo das HQ brasileiras, como um todo, uma tendência que só experimentaria
crescimento no decorrer da década de 2000, quando nomes como Samanta Flôor,
Chiquinha e Mauren Veras começaram a se arriscar e a despontar no humor
gráfico.
Mas,
infelizmente, o sucesso do álbum foi prejudicado pelo mau momento vivido pelas
HQ brasileiras, visto que o mercado mainstream (quadrinhos brasileiros
publicados por editoras maiores e com maior distribuição em bancas) estava em
declínio, e ainda não existia o financiamento coletivo (crowdfunding) na
internet. A década de 2000 era difícil para qualquer brasileiro se arriscar a
lançar quadrinhos, seja álbum ou independente nos fanzines – a concorrência com
os comics e os mangás era desleal, e muito se discutia a respeito de formas de
levar mais produções nacionais às bancas, mesmo sem haver uma forma de
incentivar o leitor brasileiro a apreciar material brasileiro. Acreditem, sei
como é, presenciei esse momento enquanto estudava em Santa Maria, RS, e era
membro ativo do Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria – Quadrinhos S.A.. Ouvia
muito os discursos do Byrata, criador do inesquecível Xirú Lautério e então membro pró-ativo, sobre a necessidade de
incentivo à indústria nacional de quadrinhos e...
Bem.
Foi por intermédio do Quadrinhos S.A. que li pela primeira vez AMANA – o Núcleo
teve, disponível na gibiteca de seu escritório, um exemplar do álbum de Edna
Lopes. Foi assim que tive contato com a HQ – e, hoje, cerca de 12 anos depois,
tenho um exemplar de AMANA para chamar de meu.
Well.
AMANA traz também muitos elementos autobiográficos – a experiência de vida de
Edna Lopes transparece em vários elementos do álbum. Através da viagem de uma
garota em busca de suas origens, Edna Lopes oferece um panorama do Brasil, as
diferenças notáveis na cultura de seus estados, no falar e no pensar de sua
gente... Tudo aliado a reflexões filosóficas, suspense e um pouco de
surrealismo.
A
estrutura narrativa de AMANA lembra a de um filme – uma road movie que começa em São Paulo, capital, segue até o Rio de
Janeiro, sobe até Salvador, na Bahia, e vai até a Amazônia. Ainda há a presença
de uma personagem gaúcha, só para não dizerem que a Região Sul foi esquecida. O
roteiro foi construído de forma mais ou menos primorosa, com muitas cenas
dialogadas, mudanças constantes de ângulo, e apenas alguns detalhes que o
leitor precisa supor a partir das imagens apresentadas, dando um tom “cerebral”
à narrativa. Ainda há muitas referências musicais e literárias. Mas o defeito
maior reside no álbum não desenvolver suficientemente as tramas interligadas –
a história é concentrada em Amana, a personagem principal; os personagens
secundários não podem ficar muito tempo convivendo com ela, visto que a
personagem precisa “ir embora” logo depois, sem mais tempo para desenvolver
laços mais fortes entre eles. A preocupação maior de Edna Lopes foi ressaltar a
diferença de costumes e linguagem de diversas regiões brasileiras – apesar da
grande circulação de gente entre as regiões brasileiras, as diferenças
linguísticas e culturais são notáveis.
Edna
Lopes investiu em uma quadrinização moderna, cheia de quadros pequenos
inseridos em grandes detalhes, grandes quadros fragmentados em diferentes
cenas, planos que iniciam a partir de pequenos detalhes, enquadramentos que
valorizam enormemente os cenários, cenas noturnas que permitem apenas
visualizar os contornos das personagens na meia-luz, sobre fundo escuro, ao
estilo Sin City de Frank Miller...
tudo em um traço bem simples, realista estilizado, caindo para o mangá
combinado ao europeu, com pitadas de sensualidade e um levíssimo erotismo (não sei se vocês estão
conseguindo me entender...), como se Edna Lopes tivesse apenas desenhado os
contornos dos personagens, em papel transparente, sobre referências
fotográficas, em linhas grossas que não comprometem. O desenho é quase infantil,
com economia de linhas e de detalhes, em linha-clara, sem hachuras, mas com
grande força de expressão. Ainda mais com as inserções de surrealismo, as cenas
de sonho da personagem, onde aparecem índios, cartas de baralho... As transições
entre as cenas também são incrivelmente bem trabalhadas. O letreiramento usa
uma fonte incomum para os quadrinhos, de maiúsculas e minúsculas (se aplicando,
inclusive, nas onomatopeias), o que acrescenta um toque pessoal ao trabalho.
AMANA, como um todo, é um trabalho eminentemente pessoal de Edna Lopes, e
praticamente ajudou a firmar o olhar feminino que faltava às HQ brasileiras.
O
álbum de 120 páginas (sem contar capa) é impresso em papel tipo pergaminho, com
um levíssimo tom pardo; e é quase todo em preto e branco, apenas com algumas
inserções em vermelho. Quer dizer, preto e branco, em termos relativos: na
verdade, a impressão ficou foi em tinta marrom-escura, cor de café (lembram que
café é a bebida preferida da autora?), com uma pequena variação para o
marrom-claro, sem, contudo, prejudicar a qualidade do álbum. Assim, AMANA é
impresso em pardo, marrom e vermelho. Ponto.
Bueno.
A história.
Ela
inicia em São Paulo, no ano de 1981. Na sequência inicial, quase sem palavras,
uma garota em fuga – a personagem principal – tromba com um pastor evangélico
na Estação da Luz, à noite. Enfezado por sua Bíblia ter se estragado ao cair em
uma poça d’água, o pastor espanta a garota, impedindo até a ação de um
assaltante que espreitava a menina. A seguir, a garota compra uma passagem de
ônibus e, entre sonhos com uma velha gritando contra ela, a menina sai de São
Paulo e chega ao Rio de Janeiro. Ela vai a uma casa à procura de alguém, mas,
não encontrando, ela ruma para a praia de Ipanema e adormece na areia.
Cena
seguinte, já começando a parte dialogada: dois jovens estão na praia, quando
avistam a garota adormecida na areia, e um policial prestes a prendê-la sob
suspeita de ser uma pivete de rua. Um dos jovens, a garota Simone, resolve
auxiliar: como ela está de biquíni fio-dental, ela seduz o policial para
convencê-lo a deixar a menina em paz. Mas, constatando que a menina está
febril, e suspeitando que ela possa estar levando “bagulho” consigo, Simone
decide levá-la para sua casa, com a ajuda de seu acompanhante, Carlos, sempre
em atitude de “por que fui me meter nesse assunto?”, sempre tentando tirar o
corpo fora das situações.
Na
casa de Simone, auxiliada por ela e por uma tia mal-humorada, a garota melhora
da febre, e, para as mulheres da casa – na conta ainda entra a mãe de Simone,
que chega logo depois – começa a contar sua história, suas motivações:
Seu
nome é Amana. Dezoito anos. Ao que tudo indica, mestiça de branco com índia.
Criada pela avó paulista, uma senhora mal-humorada e preconceituosa, Amana
nunca conheceu os pais, até então acreditava que nascera na Bahia, e se sentia,
desde pequena, deslocada, parecia não pertencer a lugar algum. A avó sempre se
recusou a falar de sua origem – e ela sempre aparece nos sonhos da menina,
xingando-a por ser mestiça de branco com índia, por isso, “ter sangue fraco”.
Sua vida mudou quando resolveu ler Os
Sertões, de Euclides da Cunha – e decidiu descobrir por si mesma suas
origens, mas leva um choque, ao analisar seus documentos, que, na verdade,
nascera no Amazonas. E decide fugir de casa, rumo ao norte, a fim de descobrir
sua verdadeira origem.
Ao
longo da trama, algumas pistas ocultas são oferecidas ao leitor, permitindo
tirar algumas sérias conclusões a respeito do passado de Amana.
Bem.
Ao longo de sua trajetória, Amana vai conhecendo diversos aspectos de um país
de dimensões continentais. Conhece gente simpática e acolhedora, porém, mais
adiante, acaba topando com pessoas hostis.
Bem,
prosseguimos: acolhida na casa de Simone, Amana passa alguns dias no Rio de
Janeiro, até conseguir uma condução para a Bahia. Nesse meio-tempo, Simone leva
Amana para conhecer a “cidade maravilhosa”; Amana conhece os amigos de Simone,
pessoas estudadas e cheias de teorias de mesa de bar. Vai a festas, em casa de
“gente rica”, em bares e gafieiras. Rebate comentários preconceituosos a
respeito do povo brasileiro e sua relação com o trabalho; ouve uma interessante
teoria sobre a “inveja masculina do útero”, um contraponto à conhecida teoria
da “inveja feminina do pênis”; conhece um homem, o viril Nei, que promete
ajudar Amana depois que a salva de um assalto – e, no segundo encontro, na
gafieira, o homem e a garota tem um breve envolvimento amoroso. No entanto,
Amana, com algum pesar, tem de deixar essa gente simpática para trás, sem ter
como retribuir os favores.
De
carona com um amigo de Nei, Amana segue para Salvador, na Bahia, onde é
acolhida por pessoas simpáticas – Clemente e sua esposa Dora. Ela até auxilia o
pessoal no cuidado com crianças carentes, e conhece um francês, colecionador de
discos brasileiros. E tem conversas com Clemente a respeito de religião,
crenças.
De
carona com amigos de Clemente, Amana passa pelo sertão nordestino, e chega até
o Maranhão, na entrada da Floresta Amazônica – e, ali, já fica à própria sorte,
sem tem ideia para onde ir, nem a quem pedir ajuda. Até que consegue uma
informação a respeito de um trabalho de empregada em uma cidade no meio da
floresta – Edna Lopes não informa onde, exatamente. Vai de avião, em companhia
de duas outras jovens.
Mas
acaba descobrindo que foi enganada: ela acaba coagida, na verdade, para
trabalhar como prostituta, junto com meninas bem mais jovens. Amana chega a
protestar, mas acaba apanhando – e é aprisionada em uma cabana.
Sua
companheira de cativeiro na cabana é uma menina loira, Hortência. Gaúcha de
Alegrete, viera à Amazônia junto com o pai, um pesquisador da flora da região –
mas acaba se perdendo na floresta, capturada por bandoleiros e coagida a
trabalhar como prostituta, sendo a mais requisitada por ter cabelo claro. Por
conta disso, Hortência, “a louca”, é uma menina revoltada contra tudo –
incluindo o pai – e até capaz de matar. A fala gaúcha meio estereotipada
contribui para tornar Hortência a personagem menos carismática do álbum.
Hortência
já planejou a fuga, ajudada por um rapaz que faz as vezes de seu amante, e tem
em Amana sua aliada. Entretanto, Amana acaba despertando afeição pelas outras
meninas do cativeiro, inclusive por Vanusa, menina de dez anos que amadureceu
precocemente, e Iraci, uma índia com bebê de colo.
Chega
a noite da fuga. Conforme o planejado, Amana e Hortência são as únicas que não
bebem com as outras. Porém, Iraci, que se dispôs a fugir com elas, acaba
bebendo, e, impedida de fugir com as garotas, dá a Amana o filho pequeno para
levar com ela – e isso faz com que Amana tire uma terrível conclusão a respeito
de seu passado.
As
próximas horas são de suspense e acontecimentos trágicos, na escuridão noturna,
quando o rapaz tenta estuprar Hortência, e acaba fazendo com que Amana e “a
louca” tomem atitudes extremas; até o final meio feliz, que aponta para uma
esperança de futuro.
Entretanto,
os leitores podem sair frustrados da experiência: o final em aberto, como se a
história tivesse sido bruscamente interrompida, não deixa claro qual foi o
destino da protagonista, nem o do bebê, nem dos outros personagens. Edna Lopes
teria em mente fazer uma continuação de AMANA? Bem que poderia ser assim...
AMANA merece uma continuação.
E
merece, ainda, uma adaptação para o cinema. Afinal, a estrutura narrativa de
AMANA se assemelha à de um filme, com trilha sonora definida e tudo. Daria um
belo “filme de arte” brasileiro... se os cineastas e produtores nacionais não
tivessem uma visão tão tacanha a respeito dos quadrinhos brasileiros. Vocês
entendem, né?
Talvez
porque AMANA AO DEUS DARÁ tivesse sido lançado em momento pouco oportuno, ou
porque o público simplesmente não estava preparado... Nem mesmo um prêmio
Ângelo Agostini, nem um HQ Mix lhe foi oferecido. Mas bem que merecia. De todo
modo, AMANA já garantiu seu lugar na história do quadrinho nacional: a primeira
graphic novel brasileira feita por uma mulher.
Uma
lida vale muito a pena. Mulheres fazendo quadrinhos no Brasil, já temos mais
representantes, e fazendo trabalhos respeitáveis. Mas bem que Edna Lopes
poderia retornar logo à cena. Ela está fazendo muita falta. E, aparentemente, Qüeby e Saepius também já chegou a seu
final. Não vai ter álbum novo?
PARA ENCERRAR...
...já
que falamos de Quadrinhos S.A., vou colocar aqui algumas tiras do meu
personagem regionalista, o Teixeirão. Lembro que o já citado Byrata chegou a
resenhar AMANA em uma edição da Quadrante
X, a revista oficial do Núcleo. Se não me engano, foi na edição # 4. Foi na
Quadrante X que o Teixeirão estreou e
teve suas primeiras tiras publicadas. Logo, não há deslocamento.
Estas
aqui são as tiras do mais recente – e ainda inconcluso – arco de histórias do
Teixeirão, A Irmandade do Chimarrão. Está
complicado chegar ao final... Já falei das dificuldades para tal, não?
Ah,
e não se esqueçam: no dia 3 de outubro, o Quadrinhos S.A. lançará mais uma
edição da Quadrante X – o 15º número
– no evento Comic Con Experience (CCXP), em São Paulo, de 1o. a 4 de dezembro. Fica o aviso.
Até
mais!
Um comentário:
Rafael. Também li o mesmo exemplar da Amana, que conhecia no Quadrinhos S.A. Umas das melhores HQ's que já li até hoje. Ainda acho que HQ's são muito mais que histórias de super-heróis e por isso a Nona arte é desvalorizada como um meio de contar boas histórias.
Com o crescimento especialmente da grafic-novels dentro dos quadrinhos com um todo, a tendência é que sua relevância continue crescendo.
Ao ler a saga da personagem tive uma experiência literária (quadrinhística) parecida com ao ler Day Tripper.
Sou fã das tuas postagens aqui no Estúdio Rafalipe!
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