Já deu duas semanas; e, como prometido, aqui vai um novo capítulo do meu folhetim eletrônico ilustrado, MACÁRIO.
A história deverá chegar a seu clímax no próximo capítulo; por hora, vou enchendo mais um pouco de linguiça. Leiam e constatem...
ATENÇÃO: leitura não recomendada a menores de 18 anos - contém descrições discretas de sexo (ainda bem que o blog possui uma "censura" - aquela tela inicial de aviso de conteúdo adulto, com o botão "estou ciente e quero continuar"...)
Com poucas variações, os meus finais de semana são assim, como o que tive com a formosa Valtéria dos cabelos loiros.
O relógio despertador ao lado de
minha cama marca meio dia. E me pega na cama, nu, dormindo profundamente,
apenas a coberta da cama como proteção.
Valtéria, nua em meus braços, apenas
a coberta da cama sobre o corpo, dormia exausta. Eu dei a ela mais exercício
físico, por assim dizer, que toda a ginástica que ela faz durante a semana. Me
fez usar três camisinhas, tenho de lembrar de comprar mais uma caixa amanhã.
Ambos nos encontramos apertados em
minha estreita cama de solteiro. A qualquer momento, um de nós acabaria caindo
da cama. Provavelmente eu, que estava deitado para o lado do chão, enquanto
Valtéria estava deitada na direção da parede, onde a cama estava encostada.
Sei, a cama deveria estar, na realidade, desencostada da parede para ser
acessada pelos dois lados, mas que culpa tenho eu de meu quarto ser pequeno,
assim como o restante do apartamento?
Ah, mas é domingo, podemos dormir o quanto
quiser, sem culpa. Vamos dormir até ali pelas três, cinco da tarde, Valtéria.
Depois, podemos sair de novo. Vamos curtir a
noite de domingo para segunda, aí, depois, voltamos às nossas vidas normais.
Talvez a sua segunda-feira seja perturbada pelo pouco tempo que você passou
dormindo... Não, Valtéria, diga que você não precisa acordar cedo na
segunda-feira... Diga que seu curso não é durante o dia... Diga que você não
tem de trabalhar...
Zzzzz...
Mas, aí, o telefone celular toca,
dentro da bolsinha de Valtéria. Nós dois somos acordados, mas, como nossa
reação foi lenta, o telefone desliga.
Um minuto depois, toca de novo. Valtéria se
levanta, tira a coberta de cima do corpo, se arrasta por cima de mim, e, ainda
nua, sentada na beira da cama, remexe na bolsa jogada no chão e atende o
telefone. Eu, ainda deitado, grogue, ouço apenas ela dizendo, com voz também
grogue: “Alô. Ah, sim, sim... é, estou mesmo... não... foi legal... não, não
foi ruim, mas que mania de pensar que... aham, estou bem, não se preocupe...
hum... depois eu vou aí... não se preocupe...”
E desliga.
- Quem era? – pergunto.
- A Viridiana. – ela responde, se
espreguiçando, fazendo seus seios se levantarem junto com os braços. – Queria
saber onde eu estava. Quer ver que daqui a pouco é a vez do meu pai ligar?
- Com quem você mora? – pergunto, confuso.
- Divido apartamento com a Viridiana no
alojamento dos estudantes. – ela volta a deitar na cama, e me abraçar. – Meus
pais moram em outra cidade, devo ter lhe falado isso, não?
Não lembro de ela ter me falado isso... Não
lembro quase nada do que ela me falou ontem, só das histórias do avô ativista
político dela... Mas deixa para lá.
- Os meus também.
- Mas é capaz de a Viridiana me denunciar
para os meus pais... ela e eu somos amigas desde antes da faculdade, e ela
inclusive tem autorização para relatar aos meus pais o que faço aqui, nesta
cidade...
- E eles, seus pais, sabem das suas... hum...
aventuras sexuais?
- Não. Digo, não são bem aventuras sexuais
dos quais eles estão cientes, mas dos meus namoros. A preocupação deles é que
eu troco muito constantemente de namorado, sabe? Isso, fora os encontros
visando só o sexo, entende? Mas esses a Viridiana, felizmente, esconde.
- E o que tivemos, nós dois... foi namoro ou
encontro visando só o sexo?
- Hm... não sei ainda. – ela responde, me
beijando a boca. – Só não sei se a Viridiana pode fazer sua caveira, Macário,
porque... ela te conhece melhor que eu.
- E você? É capaz de fazer minha caveira?
- Eu? De você? Logo de você, que é confirmado
um amante ex-cep-cio-nal?
Em que sentido ela terá falado isso,
separando as sílabas? Estou começando a me assustar.
- Bem... melhor que os outros que você teve
na vida? – pergunto.
- Hm... nem melhor, nem pior, na verdade. Eu
daria a ti uma nota... digamos... sete e meio.
Aquilo me deixou decepcionado.
- Ora, vamos. Logo eu, que não levei nem
quinze minutos para te levar ao êxtase na primeira vez? E nas outras vezes,
levei... tipo, um ou dois minutos a menos para...?
- Mas, Macário... – ela responde, sorrindo –
sete e meio foi na verdade a maior nota que dei até hoje a um homem.
- Hum?!
- Nenhum homem com os quais eu saí conseguiu
alcançar nota dez, na verdade. Sinto que sempre falta alguma coisa para chegar
até lá...
- Assim você me assusta. Com essa
possibilidade de eu ser só mais um?!
- E não foi o que combinamos, a princípio?
Que não teria envolvimento, e...
- Não, deixe. Você me considera acima da
média, eu te considero acima da média. Logo eu, que estou te dando uma nota
oito... que foi a mais alta que eu dei a uma garota até hoje...
- Aai, eu mereci um oito?! – ela pareceu tão
feliz.
- Como você disse, sempre falta alguma coisa
para chegar até dez. Mas, no dia em que uma garota alcançar a nota dez... será
o dia em que vou me casar com ela.
- E se, só com a nota oito, eu resolver me
casar com você?
- Você... quer se casar comigo?! – chego a me
assustar.
- Estou brincando... – ela responde, rindo. E
me dando mais um beijo.
Com garotas desse tipo, nunca se sabe quando
elas estão brincando ou falando sério. Principalmente quando falam em
casamento.
Estou disposto a derrubar minha cabeça no
travesseiro de novo e voltar a dormir. Talvez a Valtéria insista em querer mais
uma transa, no domingo pela manhã, mas acho que vou resistir. Não, ela não
insistiu; em vez disso, ela senta de novo na borda da cama e me fala:
- Estou com fome.
Ela não vai voltar a dormir...
- Fome?
- Fome, Macário. Que horas são? Ah! Meio dia!
– exclama, olhando o relógio em cima do criado-mudo. – Por isso a Viridiana
esteve tão preocupada com minha demora! Está na hora do almoço e estive
dormindo até agora!
- Vamos voltar a dormir, Valtéria... – falo,
afundando a cabeça no travesseiro. – Hoje é domingo, podemos dormir o quanto
quisermos...
- Para você é fácil, Macário, para você que
troca a noite pelo dia... mas eu... eu estou com fome, Macário! Eu almoço meio
dia... Mesmo aos domingos...
Ela não vai voltar a dormir mesmo! Ainda nua,
ela levanta e abre a janela, ferindo meu olhar com a luz do dia.
- Levante, garoto! O dia está lindo! Você
precisa ver a luz natural de vez em quando, senão acabará mofando! E ainda
estou com fome! – ela exclama, sem se incomodar em estar nua diante de uma
janela aberta, diante de um outro prédio defronte, cheio de gente acordada que
pode vê-la.
- Ungh... ah, está bem... – levanto,
mal-humorado. – Eu faço alguma coisa para você... tem comida na geladeira.
Droga, isso é cedo para mim... E não abre a janela assim! Podem te ver desse
jeito!
- Como, assim?! Ei, olhem, pessoal, nunca
viram uma mulher pelada?! – disse, se exibindo outra vez na janela, os braços
abertos para deixar os seios à mostra. – Podem olhar! Estou nua! Sou loira e
estou nua!
Fecho a cortina, rapidamente. Essa garota
enlouqueceu?! Será que o álcool que ela consumiu na noite anterior estava
fazendo efeito agora? Ou era apenas provocação para mim?
- O que você tem na cabeça?! – pergunto, de
mau humor, vestindo o robe que costumo deixar, nessas ocasiões, pendurado na
porta de meu pequeno guarda-roupa.
- Fome. E vontade de te tirar dessa cama,
para fazer alguma coisa para mim...
- Está bem... Se veste, vai.
- E se eu não quiser? E se eu quiser almoçar
pelada?
- Ponha pelo menos a sua calcinha! E sobre
esses seios, uma camisa minha...
- Hmmm... – disse, com um sorriso irônico. –
Todo homem gosta de ver a mulher vestindo sua camisa, e só a sua camisa, hein?!
- Estou falando sério, Valtéria. – estava
ficando cada vez mais mal-humorado. – Se não quer colocar sua roupa, por que
não veste uma camisa minha? Olha, a minha camisa de flanela que eu estava
ontem, deve cobrir seu corpo inteiro... Bem, é uma fantasia masculina, por que
não? Ou por acaso você passa o domingo nua dentro do teu alojamento? E a
Viridiana, também circula nua pelo alojamento de vocês?
- Ei, não tem um robe desses para as mulheres
que você leva para sua casa?! – continuou, apontando para meu robe, e desviando
o assunto.
- Hum... oh, claro, eu tenho um, de reserva.
Mas só se você vestir.
- Macário, o que você tem? Ontem você estava
tão receptivo...
- Me desculpe... é só o mau humor de quem foi
tirado da cama cedo demais. Sabe aquela sensação? De você receber uma ligação
no meio da noite, e ter de sair para atender uma emergência, que no fim nem é
emergência? Sabe?
- Saber eu sei. Mas como é, vai fazer comida
para mim ou não? Ou eu vou me mostrar nesta janela, do jeito como vim ao mundo!
Essa garota vai dar trabalho.
Por que estou com a sensação de que Valtéria
armou com alguma das garotas com quem saí anteriormente para me atormentar? De
ter uma garota no apartamento até gosto, mas não quando ela se comporta feito
uma doida. Já saí com duas assim, que se comportaram feito crianças manhosas,
com o propósito de me atormentar. Uma delas jogou todas as minhas roupas do meu
guarda-roupa pela casa. Ela foi embora cedo, felizmente.
Tive algum trabalho para fazer a Valtéria
vestir meu robe de reserva – mas não colocou calcinha, insistiu em ficar sem
nada por baixo (“deixa eu sentir uma brisa passando pela minha b...”). Acabei
ruborizando. Fora do ambiente da boate, ela fala sem parar, e se comporta de
uma forma muito dengosa, querendo bancar a garota-polvo para cima de mim. Fez
de tudo para testar minhas reações, ver se eu me irritava ou não. O que me
irrita de verdade é ter de sair da cama mais cedo que o habitual. Fora isso,
dificilmente algo me tira do sério. Coisas que aprendi em todo esse tempo que
trabalho no bar. Valtéria não esteve diferente dos bêbados que costumo atender.
Insisti em deixar todas as cortinas do
apartamento fechadas. Claro estava, mas não gostaria de dar um “show” para os
possíveis vizinhos bisbilhoteiros.
Bem, Valtéria felizmente se satisfez, e mais
do que se satisfez, com o que preparei para o “almoço” de domingo: hambúrguer
caseiro. Havia me precavido no dia anterior com alguns itens de supermercado:
pão, tomate, alface, cebola, picles, queijo fatiado, bife de hambúrguer
congelado, catchup, mostarda, maionese, ervilha e milho em lata. Para
complementar, alguns ovos fritos, junto com todo o resto, entre as fatias de
pão. E um refrigerante, no copo, é claro. Poderia ter feito macarrão com carne,
poderia ter feito arroz, poderia ter assado, no forno do fogão, alguns pedaços
de frango temperado – ainda bem que a sociedade de hoje oferece uma variedade
de alimentos semiprontos para o solteiro que se se arrisca na cozinha ou que
simplesmente não sabe o que comer depois que chega em casa.
Cozinhar eu cozinho razoavelmente. Feijão,
não aprendi ainda a cozinhar. Preciso lembrar de comprar uma panela de pressão.
Sei fazer arroz, macarrão, ovo frito, cozinhar carne... fritar hambúrgueres. De
vez em quando é bom ter ingredientes de hambúrguer em casa para quando der
vontade, e o dinheiro para ir a uma lanchonete estiver curto. Além disso, de
vez em quando, hambúrguer feito em casa é melhor que o das lanchonetes. E pode
servir de trunfo para conquistar uma garota. Ao menos para que ela veja que sou
um homem em especial... um homem feito para casar. Ou talvez só para que a
propaganda que ela pode fazer de mim para as amigas seja a melhor possível.
Há vezes em que a garota prefere cozinhar
para nós dois, e aproveita os itens de minha cozinha. É dessas que eu gosto
mais. A refeição é encarada como uma forma de agradecimento pela noite.
Mas Valtéria não era das que cozinhavam. Em
vez disso, eu que tive de cozinhar. Meio emburrado, mais por causa de ter sido
tirado da cama. E ela, depois de tentar me estrangular, ao me abraçar por trás,
enquanto eu punha um hambúrguer na frigideira para fritar, e depois de sentir
algumas gotinhas de gordura quente respingarem na sua mão, fica na espera, sentada
no sofá (que ficava bem próximo à cozinha, que só era separada da sala por um
armário), assistindo minha televisão sem prestar atenção e contando algumas
histórias. Mais histórias do avô ativista político, entremeadas com aventuras
pessoais. E ela ficava o tempo todo deixando o robe cair dos ombros,
descobrindo os seios, e depois erguendo de novo, cobrindo-os, quando eu virava
a cabeça para olhar. Ela fazia de propósito!
Pior foi a hora em que os hambúrgueres
ficaram prontos. Aproveitando o ensejo, preparei um para mim também. Não
demorou nem trinta minutos para aprontar dois hambúrgueres. E ambos os comemos
no sofá, com pratos no colo para não deixar farelos. Eu comi apenas um, e já me
sentia cheio; mas Valtéria não comeu; o hambúrguer praticamente desapareceu da
mão dela dentro de sua boca. Nem reclamou da presença do picles ou da cebola,
como algumas fizeram anteriormente. E ainda pediu mais!
No total, Valtéria devorou três hambúrgueres.
E isso que eram hambúrgueres grandes, com aqueles pães de cerca de dez
centímetros de raio, daqueles onde o bife de hambúrguer ainda deixava uma borda
de sobra. Lá se foi todo meu estoque de pão, de queijo, de tomate, de alface,
de bifes de hambúrguer. Lá se foi uma lata de ervilha, uma de milho, duas
cabeças de cebola, um vidro de picles e duas garrafas de dois litros de
refrigerante. Ela devorou três hambúrgueres, e ainda sujou o robe extra com
maionese, mostarda, ketchup. Ela devia estar mesmo com fome. Ou era só provocação.
Segunda-feira preciso levantar cedo para ir às compras de novo.
- Aaah... estava delicioso! Você sabe mesmo
fazer hambúrguer com ovo, Macário... – ela disse, passando a mão pela barriga e
sorrindo.
- Ah, que é isso... nem eu mesmo sabia que
fazia um bom hambúrguer... mas, pelo tanto que você comeu, tenho um motivo para
ficar convencido.
- A vida é boa... – ela complementou com
outro sorriso.
Eu tive de dar outro sorriso.
- Bem, o que vamos fazer agora? – ela
pergunta.
- Bem, agora que eu perdi o sono... –
respondi – vou tomar um banho. Aí depois a gente pode sair para algum lugar.
- Posso tomar banho com você?
- Mas você acabou de comer todos aqueles
hambúrgueres!
- Então espere, Macário. Vem ver televisão
comigo, Macário. Por favor, Macário. Nem duas da tarde são ainda, Macário...
A forma como ela chamava meu nome tinha
aquela hilaridade irônica...
- É, tem razão, ainda é cedo. Está bem, vamos
dar uma descansada.
E me sentei ao lado dela, no sofá. Esperando
a digestão. Ela ficou quieta a meu lado, agora. Passava um filme na televisão.
Era um filme com monstros, mas sem terror – era um daqueles filmes fantásticos
de matinê de domingo, feitos para toda família assistir. Não lembro agora que
filme era, mas tinha vampiros, lobisomens, bruxas... Porém, estive várias vezes
a ponto de cochilar, dormir ali mesmo. Não havia perdido o sono de todo.
Porém, Valtéria não me deixou dormir de novo.
Ela me chamou a atenção por duas vezes com cutucões. Depois, saiu por um
instante, dizendo que ia para o banheiro, mas foi em direção ao quarto. Voltei
minha atenção para o filme. Na terceira vez que tentei cochilar, o que ela fez?
Resolveu me deitar no sofá, tirar o robe sujo e... vocês podem imaginar, da
forma como quiserem, como se deu. A ida ao quarto foi para buscar uma camisinha
que ela tinha em sua bolsa. Precavida! Eu já tinha gasto meus preservativos
ontem à noite, mas ela trouxe mais consigo, para o caso de eu não tiver ou
quiser estender a noite.
Quando dei por mim, ela já havia me
estimulado. E estava se preparando para “terminar”, conduzindo a penetração.
- Você não vai mais dormir enquanto eu
estiver aqui, Macário...
- Valtéria... mas quanta vontade de...
- Vontade, vontade, disse bem, vontade, seu
gostoso...
Apesar do esforço físico, ela nem dava sinais
de que passava mal, por fazer sexo comigo no sofá, menos de uma hora após ter
devorado três hambúrgueres com refrigerante. Que bela maneira de tirar meu
sono. Mas não que eu esteja reclamando.
Afinal, estamos falando de dois jovens universitários
sozinhos na sala de um apartamento de solteiro, vestindo apenas robes, em um
domingo a tarde, as cortinas das janelas felizmente fechadas, fazendo sexo como
se o da noite de ontem não fosse o suficiente. E diante de uma televisão ligada
em um filme família. Me pergunto se, de repente, enquanto estávamos distraídos
em “assuntos deliciosos”, os monstros da televisão não pararam por um instante
o que estavam fazendo e não se debruçaram sobre a tela da televisão para olhar
o casal fazendo sexo no sofá, ela por cima, os seios balançando muito.
Foi só uma, para me tirar o sono, no sofá. Não
deu nem seis minutos. Ela se deitou sobre mim, cansada.
- Fala sério que você esteve prestes a
dormir, Macário...
- Fala sério que você queria mais do que já
teve, Valtéria...
- Então... eu estou suada. Vamos tomar banho
juntinhos, Macário?
Não pensei duas vezes. Fui para o banheiro,
Valtéria atrás. Ao entrar, ficou admirada.
- Puxa, Macário! Quanta limpeza nesse
banheiro! Sua diarista faz um bom serviço...
- Não tenho diarista.
- Não?!
- Não tenho condições de contratar faxineiras
no momento.
- Então, quem limpou o banheiro?!
- Eu.
- Você?!
- Eu! Na sexta-feira.
- Você?!
- Eu. Afinal, não quero que as minhas
“visitas” fiquem com uma má impressão de mim, certo?
Ela não parecia acreditar que sou eu que faço
a limpeza do banheiro, uma vez por semana. Como moro sozinho, é mais fácil dar
uma geral no banheiro, com o chão e as paredes, até a metade, cobertos de
azulejos claros; a pia e o vaso sanitário brancos; e um box espaçoso e com
porta translúcida, com o chuveiro dentro. A limpeza do banheiro é uma questão
de necessidade, visto que constantemente levo garotas para meu apartamento.
Nada que exija muito trabalho, como recolher pelos do ralo do chuveiro, tirar
limo dos cantos, limpar o vaso sanitário. Algo que, esqueci de dizer, faço toda
sexta-feira, antes de ir para a faculdade. Acordo cedo, lá pelas três horas da
tarde da sexta-feira, justamente para isso, limpar o banheiro. Podem dizer
coisas ruins a respeito deste seu criado, mas não que o meu banheiro é imundo e
malcuidado.
Valtéria olhou para mim, lascivamente.
- Se prepare, Macário... eu vou sujar o seu
banheiro.
E me arrastou para o box. Ali, embaixo do
chuveiro ligado, a água caindo sobre nossos cabelos, nossos corpos, as paredes
e a porta do box, fizemos “amor” mais uma vez; uma “rapidinha”, sem
preservativo, mas consegui tirar antes do “fim”. De mim, ela não sairá deste
apartamento com algo mais na barriga além de três hambúrgueres.
E não pensem que acabou! Valtéria,
evidentemente, estava querendo acabar comigo, me dar uma morte lenta e
prazerosa. Ela se secou com minha toalha, e esperou eu me secar, calada,
sentada na tampa do vaso sanitário. Mal terminei de me secar, ela, ainda
calada, me arrastou de volta para meu quarto, me jogou em cima da cama. Ela
queria mais! Eu já me sentia fraco, as pernas já bambeavam (sentia que toda
minha circulação sanguínea estava sendo desviada para a região da virilha), mas
não podia decepcioná-la.
- Estou com vontade ainda, Macário... – ela
falou.
- Valtéria, chega, por favor... estou seco...
- Não, Macário, sei que você tem mais aí. Por
favor digo eu... eu quero... faz por merecer um dez... você está prestes a
ganhar a nota máxima, Macário...
- Valtéria... eu vou morrer...
- Não até você me dar o que quero... e o que
quero é...
Lá se foram mais três preservativos. Agora
não tínhamos mais. Nem eu, nem ela. Se eu morrer, morrerei feliz: ao menos foi
uma delícia, com aquela garota fogosa e atlética.
- Aaah, Macárioooo...
- Valtériaaahhhhh...
Só não morri porque foi ela quem cansou
primeiro. E adormeceu, balbuciando “Macário, meu amor...”. Ufa! Posso adormecer
também. Já posso recarregar. Mas não sem antes dar uma refletida no que está
sendo minha vida.
Olhem para mim aqui, deitado nu em uma cama, necessitado
de outro banho, por conta do suor. Com uma linda garota nua deitada junto
comigo, agora exausta – ah, agora sim ela sentiu os efeitos dos hambúrgueres!
Uma garota dentre as tantas que já passaram
por este apartamento. O apartamento de um estudante que escolhera a noite para
sair e o dia para dormir. Que se considera feliz em seu emprego como balconista
de bar, com seu curso universitário, com seus fins de semana preenchidos com
festejos, bebida, garotas como a que tentou acabar comigo neste domingo.
Assim que eu recuperar minhas energias, vou
sair de novo. Para a noite. Para algum festejo. E esta garota, em meus braços,
é praticamente mais uma dentre as várias em minha vida. Com sorte, ela vai
embora na manhã de segunda-feira. Foi mais um domingo muito agradável, mas...
Comecei a ponderar a respeito do que ela
balbuciou antes de pegar no sono: ela me chamou de “meu amor”. Será que vou ter
de arrasar mais este coração que possivelmente está se enchendo de ilusões em
ter o meu corpo só para si? Será que vai continuar desse jeito? Um dia, é
certo, eu vou ter de me emendar e sossegar dessa vida boêmia... arranjar uma
garota para a vida toda, buscar um amor de flores, de poesias, de palavras
doces, ao invés do amor de volúpias, de lábios quentes, corpos trêmulos, de
calores trocados.
Toda vez é assim... mesmo após uma noite
agradável, a sensação que algo não está certo. De que algo está faltando. De
que algo...
Zzzzz...
O despertador em meu criado mudo marcava oito
da noite quando acordei. Ainda é domingo.
Valtéria em pé, se vestindo.
- Aah, finalmente acordou, rapaz.
- Finalmente? Você tentou me matar, garota...
- Que culpa tenho se você faz tão gostoso,
hein? Por que tenho de me satisfazer só com uma, duas, cinco?
- Já vai embora?
- Ainda não. Você disse que ainda íamos sair,
não? Passar a noite de domingo em algum lugar.
- Que horas é o teu curso amanhã?
- Você tem sorte de que é no horário da
noite. Mas eu devo ter lhe dito isso, não?
Não lembro quando foi que ela disse. Não
estava em condições de pensar em nada nesse momento, garota, me poupe um pouco!
- Você não trabalha? – perguntei.
- Ah, posso telefonar amanhã para a firma e
dizer que não estou me sentindo bem. Aí podemos curtir até amanhã de manhã, até
o meio dia se você aguentar. Que tal? Diz aí, eu sou agora a sua garota nota
dez, não sou? – ela disse, prestes a tirar o vestido de novo, mas depois
ajeitando-o sobre o corpo novamente.
Não é possível que essa garota tenha se
apaixonado por mim! E que agora ela queira prazer apenas comigo!
- Que foi, Macário?
- Nada, Valtéria. Só me deixe tomar outro
banho para sair. Depois te dou uma nota.
- Eu já tomei. Se importa se eu deixei pelos
no seu ralo? Ah, também usei seu vaso.
- Não, deixa que depois eu limpo... Lembrou
de puxar a descarga?
- Não importa... E aí, senhor Macário
Criatura Noturna, vamos nos preparar para sair?!
- Já vou, moça. Queira esperar.
- Rápido. Ou serei obrigada a tirar este
vestido e te atacar de novo debaixo do chuveiro. Ah, e não me faça esquecer que
temos de encontrar uma farmácia aberta para comprar mais camisinhas, gastamos
todas as que nós tínhamos.
Tenho de dar um jeito de dispensar essa
garota. Se continuar assim, eu não vou aguentar. Agora, minha circulação
sanguínea estava se concentrando na região do cérebro. Nas áreas responsáveis
pelo pensamento reflexivo. Tenho de manter a compostura. Eu consigo manter a
compostura. Essa garota está tentando me tirar do sério, mas não pensem que ela
vai conseguir.
Uma hora depois, estávamos a caminho da
próxima boate.
- Macário, onde vamos?
- Ouvi falar que o bar do Laerte estará
aberto neste domingo.
- Ah, não, o Laerte não. Ele não limpa os
copos.
- Mas é o mais perto do meu apartamento, e o
que eu conheço que abre no domingo à noite...
- Então, vamos mais para a frente! A cidade é
grande. Há outros lugares que abrem no domingo à noite.
- Mas mais para a frente é mais perigoso, há
assaltantes...
- E você não pode me proteger, Macário?
- Claro que posso, mas...
De repente, vejo, ao virar uma esquina, no
final de uma rua, que algo terrível está prestes a acontecer. Quando aqueles
três vultos estão se aproximando daquele mendigo ali deitado.
Então: devo continuar ou parar o folhetim? Como está até agora?
Daqui a duas semanas, novo episódio. Desta vez a série há de engrenar! Fiquem com a gente!
Até mais!
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