sexta-feira, 8 de maio de 2015

MIRACLEMAN 5 - Pensavam que eles morreram? Eu também!

Olá.
Acaba de chegar às bancas o quinto número da há muito tempo aclamada, aguardada e envolvente série de HQ do Miracleman, o herói inglês até há pouco tempo abandonado no limbo nos anos 80. Lembrando que a publicação das aventuras originais escritas por Alan Moore, ops, "Escritor Original" (já que o barbudo não quer que seu nome conste nos créditos) para a revista britânica Warrior e publicações posteriores, foi assumida, nos EUA, pela Marvel Comics, e, no Brasil, portanto, está saindo pela Panini Comics.


MIRACLEMAN # 5
Lançado em abril de 2015.
Desta vez, temos uma edição que exigirá menos da cabeça do leitor. E inicia uma nova fase das aventuras do alter-ego do jornalista Mick Moran: o presente volume inicia o tomo dois, A Síndrome do Rei Vermelho (o primeiro tomo, Sonho de Voar, foi completo na edição anterior). Na edição anterior, Miracleman, com a ajuda do negro de dentes de safira e agente renegado do governo Evelyn Cream - que pensávamos, no início, ser um homem perigoso, mas a edição anterior nos fez rever os conceitos - acaba descobrindo, nas instalações secretas da organização Circo dos Horrores, que todo seu passado heróico, em verdade, não passou de uma simulação mental - ele e seus parceiros Jovem Miracleman e Kid Miracleman foram criados para serem armas vivas, a partir de amostras de DNA alienígena. E descobre, ainda, que o principal responsável por tudo isso é seu arqui-inimigo do passado, o cientista louco Emil Gargunza. Pois bem, Gargunza marca presença na saga a partir de agora. MIRACLEMAN # 5 tem cinco histórias em 52 páginas (contando capa). As três primeiras tem arte, integral, de Alan Davis, sob os roteiros do "Escritor Original", e todas ainda são da fase da revista Warrior. No primeiro episódio, Jogos Felinos (Warrior # 13, setembro de 1983), quatro tramas paralelas: em uma, vemos o velho Gargunza, em uma floresta, durante uma caçada, e planejando enquanto espreita uma onça; na outra, temos Mick Moran ainda perturbado pelo fato de sua mulher, Liz, estar grávida não dele, mas de seu alter-ego heróico - e só como Miracleman ele se sentirá mais tranquilo em amar a esposa; na terceira, vemos o garoto Jonathan Bates ainda catatônico, e brigando dentro de si com seu alter-ego Kid Miracleman; e, na quarta, um diálogo entre Dennis Archer, o presidente do Circo dos Horrores, e Evelyn Cream. Em Um Daqueles Momentos Tranquilos (Warrior # 14, outubro de 1983), um garoto tem um típico encontro fortuito com Miracleman, um daqueles encontros entre um menino e um super-herói em descanso. Um breve momento de tranquilidade até que, ao chegar em casa, Miracleman descobre que Liz foi raptada. E, em Pesadelos (Warrior # 15, novembro de 1983), Miracleman, possesso, pede ajuda a Evelyn Cream para encontrar Liz, com ameaças - o que deixa Dennis Archer apreensivo. Mas Liz encontra-se - aparentemente - a salvo com alguém interessado no bebê que carrega em seu ventre... Aqui, temos, afinal, um "escritor Original" menos verborrágico e mais conciso, indo direto ao assunto sem perder muito tempo com textos dispendiosos. Não totalmente, mas temos afinal um respiro.
A seguir, uma história especial: Jovem Miracleman: 1957 (Warrior # 12, agosto de 1983) traz uma aventura especial do alter-ego do carteiro Dicky Dauntless (que está morto na trama principal), quase sem palavras (nenhum diálogo, só palavras e onomatopeias esparsas). Nela, Jovem Miracleman usa seus poderes para fazer algumas coisas visivelmente reprováveis, em outro planeta, para agradar uma garota. Não dá muito certo. A arte é de John Ridgeway.
Após a indispensável página dos bastidores, trazendo anúncios e artes originais de Alan Davis e Joe Quesada, retorno feliz: esta edição publica duas aventuras clássicas do Marvelman e do Kid Marvelman, produzidas por Mick Anglo, criador do personagem, nos anos 50! (lembrando que Marvelman passou a se chamar Miracleman nos anos 80). Marvelman e os Esqueletos no Armário (Marvelman 27, fevereiro de 1954), roteiro e arte de Anglo, traz, em uma trama ingênua e tenebrosa para os padrões dos anos 50, a primeira aparição do cientista louco Gargunza, mas não ainda como o doutor dentuço - e se atrapalhando todo quando seu plano genial começa a ir por água abaixo; e, encerrando a edição, Kid Marvelman e o Selvagem de Bornéu (Marvelman 105, agosto de 1955), com uma aventura solo - e igualmente ingênua - do alter ego de Jonathan Bates, ainda um garoto bonzinho. Está garantido: você poderá ler esta edição em cerca de 30 minutos - com as outras edições, você devia ter demorado mais, estou certo? Tipo, uns 40 - 50 minutos. Completa o gibi uma pin-up de Humberto Ramos. Mas cuidado, quem for comprar a presente edição: os revisores da Panini erraram as datas do índice na primeira página, o que pode causar confusão ao leitor desavisado. Prefiram as datas informadas na parte interna da revista. E, em tempos de reajustes sufocantes, menos mal que o preço da edição, de R$ 7,50, permanece inalterado.

Para encerrar, já que este mês teve amostra do Jovem Miracleman, então é ele quem estrela a ilustração de hoje. Evocando a situação vivida na aventura desta edição. Segundo spoilers que li por aí, em breve ele será ressuscitado - mas continuem acompanhando para saberem como será o retorno de Dicky Dauntless.
Até mais!

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