Hoje, vou falar de CD. Já faz algum tempo que eu o adquiri, mas só agora tenho oportunidade de resenhá-lo como se deve.
O CD de hoje é de um artista muito conhecido em todo o mundo. Tentem adivinhar, pelas pistas que eu vou dar, quem é:
Ele nasceu em Tupelo, estado do Mississipi, nos EUA, em 1935. Levou uma vida humilde até um pouco depois de ter se mudado para Memphis, no Tenessee, quando ganhava a vida como motorista de caminhão; seu primeiro disco gravado foi um compacto que ele gravou em um pequeno estúdio – a Sun Records – para dar de presente à mãe; mais tarde, voltando a esse mesmo estúdio em 1954, tornou-se o segundo branco – depois de Bill Halley e Seus Cometas – a fazer sucesso com o rock’n roll, até então um ritmo interpretado apenas por negros; não apenas isso, ele ajudou a consolidar o rock’n roll como o grande ritmo por excelência dos anos 50; se tornou o maior ídolo da música em apenas dois anos (1954 – 1956); seus movimentos com a pélvis, no palco, escandalizavam a conservadora sociedade americana dos anos 50, motivo pelo qual ele comumente era filmado da cintura para cima; arrastou legiões de fãs por onde passou, ditou moda e comportamento entre os jovens; foi o pioneiro na formação básica do rock, guitarra, baixo e bateria; nunca fez um show fora dos EUA porque seu empresário, Tom Parker, era um imigrante holandês ilegal; construiu sua mansão em Memphis, local até hoje ponto de peregrinação dos roqueiros; gravou diversos filmes em cenários paradisíacos; foi ídolo absoluto nos EUA e na Inglaterra até os anos 60, com a escalada dos Beatles; depois que ficou famoso, adquiriu hábitos excêntricos, como o de passar grande parte da vida se alimentando de hambúrguer e cachorro-quente (inclusive, ele chegou a voar 20 mil quilômetros, de Memphis no Tenessee até Denver, no Colorado, só para comer um sanduíche de pasta de amendoim), praticar tiro ao alvo com as lâmpadas e aparelhos de TV de sua mansão e se entupir de remédios; serviu ao exército por um período; foi o primeiro artista a ter um show transmitido via satélite para todo o mundo, direto do Havaí; engordou de forma assustadora, e essa imagem ficou no imaginário como exemplo da decadência de um astro da música; foi encontrado morto no banheiro de sua mansão em 1977, porém muita gente ainda hoje jura que ele está vivo; por muitos anos ficou com o título de artista morto que mais faturou com a venda de discos e memorabílias (título que só foi ultrapassado por Kurt Cobain, do Nirvana, e recentemente por Michael Jackson); tem milhares de sósias apenas em Las Vegas, capital mundial dos cassinos; suas músicas ajudaram a turbinar o sucesso de um desenho animado da Disney; é o segundo artista a ter mais músicas no topo das paradas de sucessos nos EUA, atrás apenas dos Beatles – mas, na Inglaterra, é o primeiro com mais músicas no topo, ultrapassando os Beatles; inspirou muitos músicos em todos os tempos; e, finalmente, é aclamado, até hoje, como o Rei do Rock.
Adivinharam quem é? Oras, é claro que estou falando de Elvis Presley!
Ainda tem gente que jura que ele está vivo, mas ele sempre esteve vivo na memória dos fãs. Não há dúvidas disso. Elvis ainda hoje inspira espetáculos e vende discos.
Roqueiros raramente se envolvem com política por isso: o rock não é uma ditadura nem uma república, é uma monarquia. E o rei ainda é Elvis Presley.
Bem. O CD do Elvis o qual eu vou falar é um dos mais vendidos post-mortem do astro: trata-se pura e simplesmente de ELVIS 30 # 1 HITS.
Este CD foi lançado em 2002, pela gravadora BMG, e foi um dos discos mais vendidos daquele ano. Esse CD é composto de 31 faixas – nada menos que as 30 músicas de Elvis que alcançaram o topo das paradas de sucessos dos EUA e da Inglaterra, remasterizadas para CD; e uma faixa-bônus.
Por isso, alguns fãs vão sentir falta de algumas das músicas mais conhecidas do Rei do Rock. O período abrangido pela coletânea vai de 1956 a 1977. É também uma pequena aula de história da vida do astro, pois todas as músicas estão em ordem cronológica, e dão uma amostra de como o blues e o rhythm’n’blues, fundidos com outros ritmos como o gospel e o country, se converteram em rock. Mais ainda: ajudam a entender por que John Lennon afirmou que “Antes de Elvis, não havia nada”. Claro, haviam os outros ídolos anteriores, como Bill Halley, Little Richard, Chuck Berry, Buddy Holly, Carl Perkins, mas a esses faltavam o magnetismo que caracterizou a carreira de Elvis.
Bem. As faixas.
Todo mundo sabe que o primeiro grande sucesso de Elvis foi That’s All Right, Mama, de 1954. Porém, a primeira faixa do CD foi a primeira do Rei ao alcançar o topo das paradas dos EUA: Heartbreak Hotel, de 1956. Foi a segunda canção de rock’n roll a chegar no topo das paradas – a primeirona foi Rock Around the Clock, de Bill Halley, em 1955. Heartbreak Hotel é uma balada mais calcada no blues, de andamento mais lento.
As faixas 2 e 3 fazem parte do compacto de rock que ficou mais tempo no topo das paradas: Don’t be Cruel e Hound Dog, ambas de 1956 e de andamento mais rápido. Desse ano também, a faixa 4, Love Me Tender, versão da canção tradicional americana Aura Lee, e que também batizou o filme homônimo estrelado pelo rei.
De 1957, saíram as faixas 5, 6, 7 e 8: Too Much, All Shook Up, (Let me be your) Teddy Bear e Jailhouse Rock. Esta última é um verdadeiro cartão de visitas do rei.
Em 1958, chegaram ao topo as faixas 9, 10 e 11: a romântica Don’t, a bem-humorada Hard Headed Woman e a balada One Night.
Em 1959, os sucessos (faixas 12 e 13) foram: (Now and then there’s) A Fool Such as I e A Big Hunk of Love. Até aqui, algumas das faixas parecem repetição umas das outras.
Em 1960, chegaram ao topo (faixas 14, 15 e 16): Stuck on You, mais uma repetição; It’s Now or Never, uma versão da canção italiana O Sole Mio; e a romântica Are You Lonesome Tonight?.
Em 1961, chegaram ao topo quatro faixas (faixas 17, 18, 19 e 20): Wooden Heart, versão da canção alemã G. I. Blues (e, por isso, movida a gaita); Surrender, versão de mais uma canção italiana (Torna a Surriento); (Marie’s the name) His Latest Flame; e a balada tropical Can’t Help Falling in Love.
Três sucessos de 1962 (faixas 21, 22 e 23): Good Luck Charm; She’s Not You, mais uma repetição; e Return to Sender.
De 1963, só um sucesso (faixa 24): (You’re the) Devil in Disguise, uma balada legal.
De 1965, o sucesso (faixa 25) é o gospel Crying in the Chapel.
De 1969 (faixas 26 e 27), In The Ghetto, música de consciência social, e Suspicious Minds (que ganhou recentemente uma nova mixagem).
De 1970 (faixa 28), The Wonder of You, uma balada hiper-romântica, com orquestra e tudo.
De 1972 (faixa 29), a agitada Burning Love.
E, finalmente, de 1977 (faixa 30), Way Down, Elvis ligado de certa forma às novas tendências da música.
O disco ainda vem com uma faixa bônus: A Little Less Conversation, de 1968, não alcançou o topo das paradas nesse ano. Alcançou em 2002, com a mixagem do DJ holandês JXL.
É a carreira de Elvis passada a limpo. Hoje, não é muito fácil se encontrar esse CD à venda. Eu, por exemplo, tive sorte.
Quem puder encontrar esse CD, não dispense. É uma celebração ao Rei do Rock. Só o porém é o encarte, que apesar de bem-feito e contar a história de cada uma das faixas, é todo em inglês. Para o público brasileiro, só se ele entender inglês fluentemente.
Com Elvis, fica valendo a célebre frase: O Rei está morto. Viva o Rei!
Para encerrar: eu fiz duas ilustrações com Elvis. A primeira vocês viram, a caricatura dele magro, bonito e com o topete empastado de brilhantina, como o mundo o conheceu. Já o desenho abaixo mostra um sósia do Elvis gordo, uma figura bem comum nas comédias. Já as outras figuras também são caricaturas doa anos 50 – ilustração feita só pra descontrair, mesmo.
Reparem também que as ilustrações não foram coloridas nem tiveram os efeitos de lápis. Bem, eu fiz essas ilustrações rapidamente - e tive preguiça de colorir, mesmo. Hehehe.
Até mais!
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