Esta semana, finalmente chegaram às bancas mais dois números de Luluzinha Clássica e Bolinha Clássico.
A Pixel Media, que atualmente detém os direitos de publicação dos clássicos personagens, havia lançado no final do mês anterior o especial de Natal de Luluzinha. Agora, chegam às bancas o número 9 de Luluzinha e o número 7 de Bolinha.
Bem, mas hoje, antes de falar das revistas, vou fazer algo diferente: trago hoje a vocês uma pequena biografia da criadora dos personagens, Marjorie H. Buell (ou Marge), montada a partir de informações constantes na internet – que é o único conjunto de fontes de pesquisa com os quais conto neste momento.
MARGE
Marjorie Henderson Buell nasceu na cidade da Filadélfia, estado da Pensilvânia, EUA, em 11 de dezembro de 1904. Era filha de uma cartunista amadora e de um advogado que gostava de contar histórias para ela e suas duas irmãs. Com oito anos, Marge vendia desenhos aos amigos.
Marge é considerada por muitos a pioneira cartunista mulher do mercado dos quadrinhos – tendo sido a primeira mulher cartunista a ganhar projeção internacional com seu trabalho. Seu primeiro cartum foi publicado quando ela tinha 16 anos.
Em 1925, ela publicava sua primeira série de tiras, The Boy Friend.
Em 1934, Marge foi contratada pelo periódico Saturday Evening Post, e fazia ainda cartuns simples. E foi nesse formato que Luluzinha (Little Lulu no original) apareceu pela primeira vez, em 23 de fevereiro de 1935. O primeiro cartum de Luluzinha mostrava uma dama de honra jogando cascas de banana no caminho da noiva. A aceitação da nova personagem foi quase imediata.
Foi também em 1935 que Marge casou-se, com C. Addison Buell, e teve dois filhos, Lawrence e Frederick. Ambos tornaram-se, adultos, professores universitários. Marge muda-se com a família para Oberlin, estado do Ohio.
Marge desenhou os cartuns de Luluzinha para o Saturday Evening Post até 1944. No ano seguinte, Luluzinha chegou aos gibis, sendo publicada pela primeira vez no número 74 da revista Four Color da editora Dell Comics. Enquanto Marge desenhava os cartuns (geralmente, de um só quadro) da personagem, os quadrinhos dos gibis ficavam a cargo de John Stanley (que escrevia e esboçava as histórias) e diversos ajudantes, que faziam a arte-final – sendo o mais freqüente Irving Tripp. De início, os artistas se limitavam a imitar o estilo de Marge; com o passar do tempo, a marca pessoal de John Stanley se tornou padrão dentro das histórias, com os personagens mais “arredondados” e de desenho mais complexo.
Um detalhe interessante: Bolinha (Thomas “Tubby” Tompkins) foi o único coadjuvante das histórias de Luluzinha que foi criado por Marge. Porém, ele nasceu sem nome, sendo chamado às vezes de Joe. Foi nos gibis que ele ganhou seu nome definitivo. Já os outros coadjuvantes – Aninha, Carequinha, Alvinho, Plínio, Glória, etc. – foram concebidos por Stanley.
Em 1948, Luluzinha finalmente ganha gibi próprio, pela Dell Comics. Já os cartuns de Luluzinha foram desenhados por Marge até 1947. A partir daí, Marge apenas aprovava os quadrinhos e os produtos licenciados. Em 1943 Luluzinha ganha sua primeira série de desenho animado, pela Famous Studios. E, por mais de uma década, Luluzinha foi a garota-propaganda dos lenços de papel Kleenex.
Em 1950, a personagem ganha uma tira de jornal, desenhada por diversos artistas.
Nos anos 70, os direitos da personagem foram vendidos à Western Publishing Company. A revista da personagem – e a do Bolinha, que apareceu mais tarde – foi editada nos EUA até 1984.
No Brasil, a revista de Luluzinha apareceu na década de 60, e foi publicada até a década de 90.
Marge faleceu, de linfoma (câncer no sistema linfático) em 30 de maio de 1993, em Elyria, Ohio. Em 2006, os familiares da autora doaram vários documentos pessoais de Marge (incluindo originais, cartas de fãs, etc.) à Biblioteca Schlesinger da Universidade Harvard, dos EUA.
Fontes: Wikipédia.com e blog Lady’s Comics (http://www.ladyscomics.com.br/).
AGORA SIM:
Vamos às edições deste mês.
LULUZINHA no. 9 traz este mês os seguintes destaques: O Gatinho Amiguinho, que mostra que Lulu sabe falar um segundo idioma – a língua dos gatos – e como esse dom será útil para salvar os meninos do clubinho de mais uma sacanagem da Turma da Zona Norte; Caça ao Tesouro, uma agitada disputa entre meninas e meninos para ver quem consegue pescar uma moeda de um bueiro; O Ventríloquo, ou como Lulu consegue revidar mais uma sacanagem de Bolinha, envolvendo um espelho (supostamente) falante; O Casaco Mágico, mais uma brincadeira de Plínio Raposo para cima da Lulu; O Tônico do Bolinha, quando o garoto inventa mais uma técnica esquisita de análise criminal – e a vítima, naturalmente, é o Seu Jorge, o pai da Lulu; A Menininha Que Entrou Pelo Cano, mais uma historinha de Lulu para Alvinho com a terrível Bruxa Alceia; e Sequestradores de Bonecas, Lulu investigando quem seqüestrou uma boneca sua – será que Bolinha é o culpado? Interessante é que dá pra notar que algumas das histórias ainda são da fase inicial do trabalho de Stanley e Tripp – a aparência da Aninha, por exemplo, é diferente dos trabalhos posteriores.
E a revista também acompanha uma revistinha de passatempos. Capa abaixo:
BOLINHA no 7 traz os seguintes destaques: O Fantasma, uma incrível história de alucinação na hora de dormir; Milk-Shake Especial, ou Lulu tentando dar uma lição em Bolinha antes que ele tome seu milk-shake; Os Cabeças de Panela, Lulu e Aninha tentando fazer Bolinha e Juca se reconciliarem de uma forma atrapalhada; O Caçador de Recompensas, Bolinha vendo possíveis bandidos por todo o lado; O Caso das Minhocas Desaparecidas, mais uma do Aranha, o inimigo número 1 do Seu Jorge; Vinte Mil Furos Submarinos, mais uma historinha de Lulu para Alvinho, onde, segundo a imaginação infantil, é possível fazer toda a água do mar escoar por furos no fundo do oceano; e Água por Todos os Lados, ou a tentativa frustrada dos meninos do clubinho de abrirem um poço subterrâneo dentro do clube.
A revista também vem com livrinho de atividades. Olhem:
Cada gibi tem mantido o preço de R$ 3,50. Uma das melhores revistas deste ano que está chegando ao fim. Um viva à Pixel Media!
Para encerrar, hoje resolvi fazer um desenho diferente.
Como todos sabem, o gibi clássico de Luluzinha está sendo acompanhado, nas bancas, do gibi da versão adolescente da personagem, totalmente produzida no Brasil, mas que, na minha opinião, se distanciou muito do conceito original. A começar pelo estilo usado, o mangá.
Bem. Eu parei de comprar Luluteen na edição 8. Desde então, só acompanho as notícias na internet.
Bem. Resolvi hoje fazer uma ilustração da Luluzinha adolescente, porém tomando por base uma das capas da coleção clássica. A base desta ilustração é a edição número 2 de Luluzinha Clássica.
No mês que vem, podemos tentar outra vez. Mas já representa um retorno às ilustrações – faz tempo que eu tenho me dedicado mais às tiras e HQs que ilustram os posts deste blog e os do blog da Letícia.
Bem, é isso aí.
Talvez, no mês que vem, quando eu resenhar as próximas edições, eu traga da próxima vez uma biografia de John Stanley. Não confirmo que seja mês que vem, mas... Esperem pra ver.
Até mais!
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